A congressista cubano-americana María Elvira Salazar se pronuncia sobre a revogação do parole humanitário

Salazar foi o primeiro dos três congressistas cubano-americanos a se pronunciar sobre a recente revogação dos benefícios migratórios para cubanos, venezuelanos, nicaraguenses e haitianos.

Foto © Collage Captura de Instagram/María Elvira Salazar - YouTube/Captura de tela-Telemundo 51

Vídeos relacionados:

A congressista cubano-americana María Elvira Salazar pediu neste sábado uma "oportunidade" para que os beneficiários do parole humanitário tenham acesso "às proteções que lhes foram prometidas", embora tenha culpado a Administração Biden pelo "limbo legal" que enfrentam atualmente.

"Trump está corrigindo o desastre migratório deixado por Biden. Não há dúvida: o limbo legal que os cubanos, venezuelanos, haitianos e nicaraguenses enfrentam hoje é consequência direta das promessas vazias da administração Biden", destacou Salazar em uma mensagem publicada no X primeiro em inglês e depois em espanhol.

No entanto, a seguir a legisladora se mostrou compassiva com os beneficiários do parole e pediu que lhes fosse dada uma oportunidade.

"Essas pessoas fugiram de regimes comunistas fracassados com a esperança de encontrar liberdade e oportunidades nos Estados Unidos, apenas para serem traídas por políticas incoerentes e mal administradas", acrescentou.

"A administração Trump deveria reconhecer essa realidade e não puni-los pelos erros de Biden. Vamos dar a eles a oportunidade de acessar as proteções que lhes foram prometidas", concluiu.

Salazar foi a primeira dos três congressistas cubano-americanos - e a única até o fechamento desta nota - a se pronunciar sobre a recente revogação dos benefícios migratórios para cubanos, venezuelanos, nicaraguenses e haitianos.

Na seção de comentários de sua publicação, vários internautas se mostraram céticos em relação à possibilidade de que Donald Trump impulsione uma solução como a proposta por María Elvira para os beneficiários do parole.

“Trump não concorda com essa ideia e isso não acontecerá”, sentenciou um comentarista; enquanto outros apontaram diretamente que "Trump é antilatino" e que seu partido não tem considerações com os migrantes que chegaram nos últimos anos aos Estados Unidos.

"Não há nada que os Estados Unidos possam fazer para erradicar a causa da imigração? Ou seja, os péssimos governos na América Latina", questionou um internauta, aludindo à expansão de regimes autoritários e à crise na região.

Não faltaram também as vozes que apoiaram abertamente medidas rigorosas.

Alguns usuários apoiam as deportações em massa e sustentam que os imigrantes ilegais "devem ser devolvidos", independentemente das razões que os levaram a fugir de seus países.

Nas últimas horas, a congressista republicana foi pressionada em diferentes fóruns para mostrar publicamente sua posição sobre o anúncio feito nesta sexta-feira pela Administração Trump.

A quem afeta a revogação do parole humanitário?

Milhares de cubanos beneficiários do parole humanitário estão preocupados desde o anúncio nesta sexta-feira da revogação desse benefício migratório em um prazo de 30 dias.

Em entrevista à Univision, o advogado José Guerrero fez observações sobre o alcance da medida e, acima de tudo, esclareceu quem corre maior risco de deportação expedida assim que a medida entrar em vigor.

"Se você já está no país há mais de dois anos e já se inscreveu para um benefício migratório ou tem um status migratório já definido, não terá nenhum problema e poderá ficar nos EUA", indicou Guerrero.

“Agora, aqueles que não se inscreveram na data da publicação são os que têm mais risco de serem submetidos a uma deportação expeditiva; nem mesmo passarão por um tribunal de imigração”, acrescentou.

Segundo Guerrero, aqueles que já se candidataram à residência há um ano e um dia, mas ainda não possuem nenhum documento em mãos, a princípio não deveriam ser afetados "porque têm uma base legal para ficar nos EUA."

No entanto, a situação complica-se para os beneficiários do parole humanitário que ainda não tenham solicitado a residência por estarem há menos de um ano e um dia no país e que não tenham feito um pedido de asilo.

Essas pessoas, se não fizeram um pedido de asilo antes do anúncio desta sexta-feira, já não podem fazê-lo.

A cifra de cubanos que ficariam desprotegidos legalmente nos EUA após o recente anúncio de revogação do parole humanitário é estimada em cerca de 26.000.

A cifra - segundo cálculo feito pelo jornalista Wilfredo Cancio para Café Fuerte- abrangeria os cidadãos da ilha que ingressaram no território estadunidense após março de 2024.

Esses cubanos ainda não cumprem o requisito de um ano e um dia de permanência nos EUA, necessário para poder se beneficiar da Lei de Ajuste Cubano (CAA).

Arquivado em:

Equipe Editorial da CiberCuba

Uma equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. No CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias verídicas e análises críticas.

Equipe Editorial da CiberCuba

Uma equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. No CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias verídicas e análises críticas.