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A ativista cubana Liu Santiesteban se pronunciou nas redes sociais sobre a recente decisão do presidente dos Estados Unidos Donald Trump de revogar o parole humanitário, política implementada durante a administração de Joe Biden.
Em uma publicação no Facebook, criticou a medida e apontou que muitos cubanos que entraram pela fronteira após 11 de julho de 2021 ficaram em um limbo migratório, ao receber o formulário I-220A ou I-220B, o que os impede de se beneficiar da Lei de Ajuste Cubano e outras formas de regularização.

"Biden deixou sem status os cubanos que entraram pela fronteira após 11 de julho. A eles foi dado o I-220A e B e não é permitido aplicar à Lei de Ajuste, nem lhes foi concedido o medo credível, nem asilo, nem nada", expressou Santiesteban.
Assim, -questionou o impacto da liberdade condicional na comunidade cubana, assegurando que permite a entrada de pessoas sem a necessidade de provar perseguição política e favorece “esbirros e testaferros” do regime, em detrimento dos verdadeiros opositores.
No obstante, afirmou que aqueles que chegaram com o parole humanitário não têm nada a temer, pois possuem admissão legal e poderão optar pela Lei de Ajuste Cubano após um ano no país.
Sua publicação gerou um amplo debate nas redes sociais, com múltiplas reações e posturas divergentes.
Entre as respostas, alguns questionaram a eliminação do parole sem uma solução para os cubanos com I-220A, apontando que a política migratória tem sido inconsistente desde antes de Biden:
"Eu entrei com Trump neste país e deram I-220A para alguns e parole para outros em circunstâncias idênticas. É a solução atacar os que têm parole sem resolver o problema dos I-220A? Extremismo injustificável", expressou um usuário.
Outros condenaram o fato de que cubanos atacam seus compatriotas em vez de se unirem em busca de soluções:
"É vergonhoso ver cubanos atacando outros cubanos, desejando-lhes o pior, como se tivessem esquecido sua própria história. Enquanto alguns atacam os seus, os comunistas esfregam as mãos e riem."
Também houve aqueles que apoiaram a posição de Santiesteban e defenderam que os verdadeiros exilados foram prejudicados, enquanto outros aproveitaram os programas da era Biden sem serem perseguidos politicamente
“Realmente, os verdadeiros exilados estão em um limbo migratório e os capangas desfrutando de todos os benefícios deste grande país”, comentou outro.
Por outro lado, os venezuelanos também manifestaram seu desacordo com a revogação dessa medida, considerando que muitas pessoas fizeram sacrifícios para chegar aos Estados Unidos e agora enfrentam a possibilidade de serem deportadas:
"Sou venezuelano exilado, mas não considero justas as medidas tomadas. Sou testemunha de quantas pessoas deixaram para trás muitas coisas, fizeram enormes sacrifícios para chegar aos EUA com a liberdade condicional, e agora este senhor com uma assinatura pretende devolvê-los à Venezuela."
A eliminação da liberdade condicional humanitária, ou parole humanitário, continua gerando fortes reações dentro e fora da comunidade cubana no exílio, com posturas divididas entre aqueles que veem a medida como uma correção necessária e aqueles que a consideram um golpe injusto para milhares de migrantes que buscam estabilidade nos Estados Unidos.
Respondiendo à Ordem Executiva 14165 do presidente Donald Trump, assinada em 20 de janeiro, que estabelece a segurança da fronteira e o fim dos programas categóricos de parole, na última sexta-feira o Departamento de Segurança Interna (DHS) anunciou a rescisão desses programas para cidadãos de Cuba, Haití, Nicarágua e Venezuela, bem como seus familiares imediatos, conhecidos como CHNV.
Segundo um comunicado, que circula com a assinatura de Kristi Noem, Secretária de Segurança Nacional, também serão revogados os vistos de viagem pendentes, os apoios confirmados (I-134A) e a autorização de emprego derivada do parole.
Desde o início do programa em 2023 e até julho de 2024, cerca de 110.000 cubanos foram examinados e autorizados a viajar.
Até o final de julho, mais de 520.000 pessoas foram beneficiadas da Nicarágua, Venezuela, Haiti e Cuba, os países incluídos neste programa da administração Biden.
Perguntas frequentes sobre a revogação do parole humanitário para cubanos
O que é o parole humanitário e por que é tão importante para os cubanos?
O parole humanitário é um programa que permite a entrada temporária e legal de migrantes de Cuba, Venezuela, Nicarágua e Haiti nos Estados Unidos. Foi criado pela administração de Joe Biden para oferecer um canal seguro àqueles que fogem de situações difíceis em seus países de origem. É importante porque tem sido uma via para que mais de 110.000 cubanos ingressem legalmente nos EUA, proporcionando-lhes a oportunidade de buscar uma vida melhor e, eventualmente, solicitar a residência permanente sob a Lei de Ajuste Cubano.
Quais são as consequências da revogação do parole humanitário pelo governo de Trump?
A revogação do parole humanitário pelo governo de Donald Trump significa que os beneficiários deste programa perderão seu status legal nos EUA. Os migrantes que ainda não completaram um ano e um dia no país, e que não tenham solicitado outro benefício migratório, estarão em risco de deportação acelerada. Isso gera incerteza e temor na comunidade cubana e em outros migrantes, uma vez que muitos ficam sem alternativas legais claras para regularizar sua situação.
O que podem fazer os cubanos que serão afetados por essa medida para regularizar sua situação nos EUA?
Os cubanos afetados podem considerar solicitar a residência permanente sob a Lei de Ajuste Cubano se tiverem cumprido um ano e um dia no país. Também podem explorar outras opções, como asilo político ou um visto de trabalho, dependendo de suas circunstâncias pessoais. É crucial que busquem assessoria legal para entender suas opções e tomar medidas antes que as novas políticas de deportação sejam implementadas.
Como reagiu a comunidade cubana e as organizações pró-imigrantes a essas novas políticas?
A comunidade cubana e as organizações pró-imigrantes reagiram com preocupação e críticas às novas políticas de deportação de Trump. Há receio quanto às possíveis deportações em massa e ao impacto humanitário que isso poderia ter em milhares de famílias cubanas que buscam reconstruir suas vidas nos Estados Unidos. As organizações estão se mobilizando para oferecer apoio jurídico e orientação aos afetados, buscando maneiras de pressionar o governo para que reconsidere essas medidas.
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