Recaudador de impostos de Miami-Dade pede a Trump revisão do parole humanitário caso a caso

"Apóio a deportação daqueles que mentem, abusam do sistema ou cometem crimes, mas acredito que devemos proteger aqueles que vieram com fé em busca de liberdade das ditaduras", disse Dariel Fernández, cubano-americano.

Dariel FernándezFoto © Facebook / Dariel Fernández

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O arrecadador de impostos de Miami-Dade, o cubano-americano Dariel Fernández, expressou seu apoio à recente política migratória promovida pelo ex-presidente Donald Trump, mas fez um apelo para que se aplique "responsabilidade e integridade" na revisão dos casos do programa de liberdade condicional humanitária, especialmente para aqueles que fogem de ditaduras.

Em uma mensagem publicada em sua conta do Instagram, Fernández anunciou que enviou uma carta formal ao presidente Trump e à secretária do Departamento de Segurança Nacional (DHS), Kristi Noem, solicitando uma revisão individualizada dos beneficiários da liberdade condicional.

"A liberdade é o verdadeiro sonho americano, e devemos defendê-la. (…) Apoio totalmente a deportação daqueles que mentem, abusam do sistema ou cometem delitos, mas também acredito que devemos proteger aqueles que vieram com fé em busca de liberdade das ditaduras", expressou.

O funcionário atribuiu a atual crise migratória ao que qualificou como uma abertura "irresponsável" das fronteiras por parte do governo de Joe Biden, a qual, segundo ele, respondeu a fins políticos mais do que humanitários.

"A administração Biden criou esta crise ao abrir as fronteiras de forma irresponsável por motivos políticos. É hora de corrigir isso, com responsabilidade e integridade", acrescentou.

Embora Fernández apoie medidas para proteger a segurança nacional e combater a fraude migratória, destacou que nem todos os beneficiários do parole devem ser tratados da mesma forma:

"Não podemos colocar no mesmo saco aqueles que vieram para delinquir com os que escaparam do totalitarismo em busca de uma nova vida em liberdade", apontou.

Seu pronunciamento chega dias depois de o Departamento de Segurança Nacional anunciar a cancelamento dos programas de liberdade condicional humanitária para cidadãos de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela (conhecidos como CHNV), em cumprimento da Ordem Executiva 14165 assinada por Trump em 20 de janeiro.

Segundo o DHS, mais de 532.000 pessoas entraram nos Estados Unidos entre 2022 e 2025 por meio desse mecanismo. A nova abordagem migratória afirma que esses programas "não reduziram a migração irregular" e exerceram pressão sobre os recursos públicos e o sistema judiciário migratório.

Os permissos atuais serão cancelados dentro de 30 dias, salvo exceções determinadas pelo DHS. Também serão revogados os permissos de viagem pendentes e as autorizações de emprego decorrentes do parole, deixando milhares de pessoas em um limbo migratório.

Dariel Fernández, empresário cubano-americano, começou a atuar este ano como o primeiro arrecadador de impostos eleito de Miami-Dade, um cargo que foi extinto no condado em 1977. Ele foi reconhecido por seu compromisso com a comunidade cubana no exílio e sua defesa dos direitos humanos na Ilha.

Sua declaração pública busca garantir que as ações do DHS sob a administração Trump não revitimizem pessoas perseguidas por regimes autoritários, especialmente de Cuba, país do qual Fernández emigrou junto com sua família nos anos 90.

A carta enviada pelo funcionário de Miami-Dade pode abrir caminho para uma abordagem mais equilibrada na implementação da nova política migratória, defendendo um controle rigoroso, mas justo.

Enquanto isso, milhares de migrantes em todo os Estados Unidos aguardam com incerteza o desfecho de uma medida que pode radicalmente mudar seu status legal e suas perspectivas de vida.

Perguntas frequentes sobre o parole humanitário e seu impacto em migrantes

O que é o parole humanitário e por que é importante para os migrantes de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela?

O parole humanitário foi um programa que permitiu a entrada temporária de migrantes por razões humanitárias ou de interesse público significativo. Este programa foi crucial para milhares de migrantes de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela, pois ofereceu uma via legal para ingressar nos Estados Unidos e escapar de situações difíceis em seus países de origem.

Por que foi cancelado o parole humanitário sob a administração Trump?

A administração de Donald Trump cancelou o parole humanitário, argumentando que não reduziu a migração irregular nem melhorou a segurança nas fronteiras. Além disso, foi destacado que o programa gerava pressão sobre os recursos públicos e o sistema judiciário migratório, o que levou à sua extinção por meio da Ordem Executiva 14165.

Quais são as consequências enfrentadas por um migrante cujo parole foi revogado?

Os migrantes cujo parole foi revogado podem enfrentar a deportação se não tiverem outra base legal para permanecer nos Estados Unidos. Além disso, perderão sua autorização de trabalho e qualquer permissão de viagem pendente. Recomenda-se que busquem alternativas legais para regularizar seu status, como solicitar asilo ou se enquadrar em programas como a Lei de Ajuste Cubano para os cubanos.

Quais medidas Dariel Fernández propôs em resposta ao cancelamento do parole humanitário?

Dariel Fernández propôs uma revisão caso a caso dos beneficiários do parole humanitário. Fernández defende uma abordagem que distingue entre aqueles que buscam liberdade das ditaduras e aqueles que abusam do sistema, defendendo assim os perseguidos por regimes autoritários.

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Equipe Editorial da CiberCuba

Uma equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. No CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias verídicas e análises críticas.

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