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O cantor Israel Rojas enviou uma mensagem de boas-vindas aos "compatriotas" cubanos beneficiários do parole humanitário que se encontram em risco de deportação após o anúncio da Administração Trump de revogar esse programa migratório.
“Aqui estamos, prontos para recebê-los de braços abertos”, destacou Rojas em um texto publicado no Facebook, no qual prometeu recebê-los com suas músicas.
“Pelo menos eu farei isso com música que reflete tanto nossas luzes quanto nossas sombras como nação. Música que tenta levar um pouco de alegria aos corações daqueles que apreciam o que faço”, explicou.
Sem perder a coletânea favorita do regime, o integrante do dueto Buena Fe fez referência a cubanos que “partiram em busca de uma saída para a crise, uma crise provocada, em primeiro lugar, pela guerra econômica, comercial e financeira que o governo dos Estados Unidos impôs sobre o povo cubano”.
A seguir, Israel Rojas fez uma crítica ao silêncio dos artistas que se manifestaram ao criticar as autoridades cubanas, mas que agora permanecem em silêncio diante da atuação do governo americano.
“O que realmente me parece incrível é o silêncio daqueles artistas e intelectuais que, em seu tempo, foram extremamente críticos em relação às inegáveis deficiências e erros das autoridades cubanas. Muitos deles, já em ‘terras de liberdade’, pareciam ingratos e seletivamente esquecidos dos benefícios que Cuba lhes permitiu alcançar”, reclamou.
A seguir, Rojas falou sobre máscaras que caem e sobre “eufemismos que ficam expostos”.
“Nem a imprensa ‘independente’ é realmente independente, nem aqueles que ‘fugem do comunismo’ se encaixam no ‘sonho americano’ e é evidente que o bloqueio realmente existe, e com as políticas de endurecimento, todos perdemos, enquanto os políticos parasitas se beneficiam da dor da maioria... agora reina um silêncio ensurdecedor”, afirmou.
No último fragmento de sua alegação, o cantor questionou aquela massa de artistas e intelectuais que considera silenciados: “Será que já não têm a coragem de se meter nesse dilema? Não percebem que favorecer uma relação de respeito e boa vizinhança é garantia de um bom viver e paz para ambas as nações? Ou será que sabem que as consequências negativas de suas rebeldias, as realmente horríveis, serão sofridas lá e não aqui?”.
“Sólo o tempo dirá. Viver para ver”, concluiu.
Além da parte sombria e ambígua do segundo texto de Israel Rojas, o fragmento que gerou centenas de reações desde que foi publicado é essa acolhida de braços abertos e a canção limpa que o cantor prometeu aos possíveis deportados.
A mensagem de Israel Rojas foi recebida de maneira esmagadoramente negativa pelos internautas. A maioria a considera cínica, hipócrita e até insultuosa para os cubanos em risco de deportação.
"Isso parece ser uma ameaça de tortura"; "A punição é dupla: você é deportado e, além disso, te espera Mala Fe com sua música"; "Prefiro me jogar do avião antes de ouvir Buena Fe no aeroporto"; "Se Dante ressuscitar, reescreverá A Divina Comédia e acrescentará este nível ao Purgatório", apontaram com sarcasmo e zombarias algumas internautas.
“Esse roteiro é da Villa Marista S.A.”, sentenciou outro comentarista.
Outros enfatizaram o claro desprezo que a música e a figura de Israel Rojas representam para eles, chamando-o de "sem vergonha" ou instando-o a se preocupar mais em estar em uma lista de repressões.
“La música de Buena Fe dá fome, tristeza e desejos de chorar”; “Esse cara caladinho fica mais bonito quando fala”; "Não faz falta a sua música, já têm bastante; "Mala Fe é o toque final do retorno ao inferno", apontaram outros.
Entre a zombaria, a crítica mordaz e a indignação, a maioria dos internautas interpretou sua mensagem como um gesto desconectado da dura realidade dos possíveis deportados.
Em meio a um cenário marcado pela crise migratória e pela polarização da diáspora, a oferta do músico tem sido vista por muitos como uma ironia dolorosa, mais próxima do oportunismo do que da empatia genuína.
Sobre o segundo e enigmático reproche a artistas silenciados na outra margem... quase ninguém se manifestou. Muito medo da promessa de braços abertos.
Perguntas Frequentes sobre a Declaração de Israel Rojas e a Situação de Cubanos com Parole Humanitário
Que mensagem Israel Rojas enviou aos cubanos em risco de deportação?
Israel Rojas enviou uma mensagem de boas-vindas aos cubanos beneficiários do parole humanitário que estão em risco de deportação, dizendo que os receberia de braços abertos e com sua música. No entanto, sua mensagem foi recebida de forma negativa pelos internautas, que a consideraram cínica e insensível.
Como Israel Rojas justifica a crise em Cuba?
Israel Rojas culpa ao "império" estadunidense pela crise econômica e pelo êxodo cubano, apontando que as medidas econômicas impostas pelos Estados Unidos buscam desindustrializar e sufocar o povo cubano. Essa posição foi criticada por aqueles que consideram que o governo cubano utiliza essas sanções como justificativa para seus próprios fracassos.
Qual é o impacto da revogação do parole humanitário nos cubanos nos EUA?
A revogação do parole humanitário afeta milhares de cubanos que entraram nos Estados Unidos sob este programa, colocando-os em risco de deportação se não tiverem solicitado um benefício migratório ou definido seu status. Estima-se que cerca de 26.000 cubanos possam ficar legalmente desprotegidos após o anúncio da revogação.
Como a comunidade cubana reagiu às declarações de Israel Rojas?
A comunidade cubana reagiu de maneira negativa às declarações de Israel Rojas, qualificando-as de cínicas e insensíveis. Muitos internautas expressaram seu descontentamento, considerando que a mensagem do cantor está desconectada da dura realidade enfrentada pelos possíveis deportados.
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