Pedem a deportação nos EUA de Misael Enamorado, ex-secretário do Partido em Santiago de Cuba

Enamorado foi incluído em uma lista de 100 cubanos a quem se pede a deportação por ter participado de atos de repressão. Ele vive em Houston com sua esposa, graças aos trâmites de seu filho.

Misael EnamoradoFoto © Redes sociais

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Misael Enamorado Dager, que foi primeiro secretário do Partido Comunista na província de Santiago de Cuba entre 2001 e 2009, foi incluído em uma lista de 100 cidadãos cubanos que, segundo um relatório apresentado pelo congressista republicano Carlos Giménez, devem ser investigados pelo Departamento de Segurança Nacional (DHS) dos Estados Unidos com vistas à sua possível deportação.

Enamorado, atualmente residente em Houston, Texas, entrou nos Estados Unidos sob o programa de liberdade condicional em circunstâncias que vieram à tona em dezembro de 2023.

De acordo com uma fonte próxima consultada pelo meio independente 14ymedio, o ex-líder teria se deslocado junto com sua esposa Lourdes para se reunir com seu filho, que reside no país há vários anos e teria iniciado os trâmites migratórios.

O histórico político de Enamorado em Cuba é extenso. Após deixar seu cargo em Santiago em 2009, foi promovido em 2011 a Secretário do PCC durante o VI Congresso da organização, integrando o núcleo político ao lado de figuras proeminentes do castrismo, como Esteban Lazo e José Ramón Machado Ventura.

No entanto, sua carreira deu uma guinada em 2013, quando foi excluído do Comitê Central no âmbito de uma reestruturação promovida por Raúl Castro. Desde então, manteve-se distante do foco público, até que finalmente emigrou.

O relatório apresentado por Giménez, intitulado "Cuban Repressors in the United States of America", denuncia a presença em território estadounidense de ex-funcionários cubanos, ex-militares e agentes de inteligência, aos quais se acusa de terem participado em atos de repressão na Ilha.

Segundo o legislador, permitir que essas pessoas permaneçam nos Estados Unidos contradiz os princípios de liberdade e democracia do país.

"La presença desses operativos do regime não só coloca em perigo nossas comunidades, mas também oferece ao regime cubano uma base para espionagem, coerção política e atividades ilícitas dentro de nossas fronteiras", advertiu Giménez em uma carta dirigida à secretária do DHS, Kristi Noem.

O congressista também questionou o uso de ferramentas legais como a Lei de Ajuste Cubano e programas humanitários para proteger indivíduos com vínculos diretos com o regime comunista, destacando que esses instrumentos foram criados para proteger as vítimas, e não os repressoras.

A petição foi apoiada por setores do exílio cubano que há tempos exigem maior rigor na verificação de antecedentes dos solicitantes de refúgio ou liberdade condicional. Alegam que a chegada de ex-funcionários do regime representa uma afronta àqueles que fugiram da repressão e buscam justiça.

Até o momento, o DHS não emitiu uma declaração oficial sobre o relatório nem confirmou ações específicas em relação aos nomes incluídos. No entanto, o caso de Tomás Emilio Hernández Cruz — ex-funcionário de inteligência recentemente detido na Flórida por ocultar informações em sua solicitação migratória — pode estabelecer um precedente no tratamento desses casos.

A inclusão de Misael Enamorado na lista reforça a crescente pressão política para depurar a presença nos Estados Unidos de figuras ligadas ao aparato repressivo cubano, abrindo a possibilidade de futuras investigações e deportações nos próximos meses.

Perguntas frequentes sobre a deportação de Misael Enamorado e outros ex-funcionários cubanos nos EUA.

Quem é Misael Enamorado e por que se pede sua deportação dos EUA?

Misael Enamorado é um ex-dirigente do Partido Comunista de Cuba que foi primeiro secretário na província de Santiago de Cuba entre 2001 e 2009. Solicita-se sua deportação dos EUA devido aos seus vínculos com o regime cubano e sua suposta participação em atos de repressão na ilha. Sua inclusão na lista de 100 cubanos a serem investigados foi promovida pelo congressista Carlos Giménez, que denuncia a presença de ex-funcionários cubanos nos EUA como uma ameaça à segurança nacional e aos princípios de liberdade e democracia do país.

O que é o relatório "Cuban Repressors in the United States of America" e quem o apresentou?

El relatório, intitulado "Reprimidos Cubanos nos Estados Unidos da América", foi apresentado pelo congressista republicano Carlos Giménez. O documento lista 100 cidadãos cubanos que residem nos EUA e que estão acusados de terem participado em atos de repressão em Cuba. Giménez solicita ao Departamento de Segurança Interna que investigue e considere a deportação desses indivíduos, argumentando que sua permanência nos EUA é incompatível com os valores do país.

Quais podem ser as repercussões da deportação de ex-funcionários cubanos nos EUA?

A deportação de exfuncionários cubanos poderia fortalecer a posição dos EUA contra o regime cubano e enviar uma mensagem clara sobre o compromisso do país com os direitos humanos. Também poderia aumentar a pressão política sobre o regime de Havana e servir de precedente para futuros casos de imigração que envolvam pessoas com antecedentes repressivos. No entanto, também poderia ter repercussões diplomáticas e afetar as relações bilaterais entre os EUA e Cuba.

Qual é a postura do governo cubano sobre as deportações dos EUA?

O governo cubano criticou as deportações dos EUA, chamando-as de imorais e apontando que muitos dos deportados foram vítimas de enganos e pressões externas. O regime culpa as políticas de sanções e o bloqueio econômico dos EUA por incentivar a emigração irregular de cubanos. No entanto, omitem sua própria responsabilidade na crise econômica e política que leva milhares de cubanos a buscar uma vida melhor fora da ilha.

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Equipe Editorial da CiberCuba

Uma equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. No CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias verídicas e análises críticas.

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