Ferrer avisa: “Se o Ocidente não se unir e enfrentar as tiranias, o russo e o mandarim serão idiomas obrigatórios.”

O líder da UNPACU alertou sobre os riscos da passividade do ocidente em relação à Rússia e à China, ressaltando os laços de Cuba com Moscovo e avisando sobre a perda de soberania e valores democráticos.

José Daniel Ferrer e Volodimir ZelenskiFoto © Facebook / José Daniel García Ferrer - X / @ZelenskyyUa

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Parece que desde o bairro Altamira, em Santiago de Cuba, as coisas são vistas com mais clareza do que desde Foggy Bottom, o bairro de Washington onde está localizado o Departamento de Estado e outras dependências do governo dos Estados Unidos.

Al menos, isso é o que podemos concluir após a postagem compartilhada nesta segunda-feira pelo opositor cubano José Daniel Ferrer, que alertou sobre o perigo que representa a deriva da política externa estadounidense e sua aproximação à Rússia de Vladimir Putin.

Este lunes 24 de fevereiro completam-se três anos desde que a Rússia iniciou a invasão da Ucrânia e o líder da União Patriótica de Cuba (UNPACU, cuja sede está em Altamira) não quis deixar passar a oportunidade de manifestar sua visão sobre o conflito e suas implicações geopolíticas, assim como seu firme apoio ao líder e presidente ucraniano, Volodimir Zelenski.

“A Rússia de Putin e a China comunista são o maior perigo para a paz, a liberdade, a democracia e os DDHH no mundo. Se o Ocidente não se unir e enfrentar essas tiranias e seus aliados de Irã, Coreia do Norte, Cuba, Venezuela, Nicarágua e outros, em algumas décadas, em toda a Europa e até nos EUA, o russo e o mandarim serão idiomas obrigatórios”, alertou o opositor cubano.

Para aqueles que possam pensar que o prisioneiro político recentemente libertado poderia estar desinformado ou exagerando, Ferrer lembrou que cenários igualmente inverossímeis, há anos, acabaram fazendo parte de uma angustiante realidade.

“Que exagero? Isso diziam muitos quando afirmávamos que com Chávez, a Venezuela seria outra Cuba... Que não é a mesma coisa? Se não se unirem e se mostrarem firmes, verão. Estou com a Ucrânia e com Zelenski”, concluiu o opositor.

O opositor cubano José Daniel Ferrer tem mantido uma postura firme contra o estreitamento entre o Ocidente e a Rússia, alertando sobre as consequências geopolíticas de não enfrentar os regimes autoritários aliados do Kremlin.

Sua advertência coincide com o terceiro aniversário da invasão russa à Ucrânia, um conflito no qual o regime cubano desempenhou um papel ambíguo, permitindo indiretamente o recrutamento de jovens cubanos para o exército russo com promessas de cidadania e estabilidade econômica.

Desde a sociedade civil cubana e o exílio, Ferrer é uma das vozes mais influentes na denúncia desses vínculos entre Havana e Moscovo.

Seu ativismo gerou apoio de figuras-chave da política americana, incluindo congressistas cubano-americanos da Flórida como Mario Díaz-Balart e Maria Elvira Salazar, bem como o atual Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que têm insistido na necessidade de endurecer a política em relação ao regime cubano devido à sua aliança com interesses russos e chineses.

A presença de mercenários cubanos na Ucrânia tem sido amplamente documentada através de vídeos e relatórios de meios independentes e organismos internacionais. Ferrer alertou que, se o Ocidente não agir com determinação, o domínio russo e chinês se expandirá, comprometendo a soberania e os valores democráticos de diversas nações.

O predicamento de Ferrer entre a oposição e a diáspora cubana o transformou em uma referência não apenas na luta contra a ditadura em Cuba, mas também no ativismo internacional contra o expansionismo autoritário.

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