José Daniel Ferrer e sua esposa oferecem ajuda diariamente a dezenas de pessoas em Santiago de Cuba

José Daniel Ferrer e sua esposa, a doutora Nelva Ismaray Ortega, intensificam sua ajuda a pessoas vulneráveis em Santiago de Cuba, enfrentando as restrições do governo.

Esposa de José Daniel Ferrer atendendo uma meninaFoto © X / José Daniel Ferrer

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O líder opositor cubano José Daniel Ferrer e sua esposa, a doutora Nelva Ismaray Ortega, intensificaram seu trabalho humanitário em Santiago de Cuba, oferecendo assistência diária a dezenas de pessoas em situação de vulnerabilidade.

Em uma mensagem recente em sua conta do X, Ferrer detalhou como ele e sua esposa combinam suas atividades solidárias com sua vida familiar, apesar das dificuldades impostas pelo governo.

“Enquanto minha esposa, a Dra. Nelva Ismaray Ortega, atende pacientes e outros assuntos, eu atendo a dezenas de pessoas durante o dia: familiares de presos políticos, chamadas de presos políticos e comuns, ativistas vítimas de repressão ou com outros problemas sérios. Enquanto enfrentamos os muitos problemas que o regime nos impõe, cuidamos com amor do nosso filho. Estou fazendo um purê de malangas. Muito caras, por sinal”, expressou.

As imagens compartilhadas mostram o compromisso da doutora Ortega com a atenção a pessoas necessitadas. Em uma das fotografias, ela é vista cuidando da ferida de uma menina, enquanto uma mulher mais velha a segura nos braços.

En outra imagem, ela é vista medindo a pressão arterial de uma idosa em um espaço ao ar livre, enquanto outra pessoa aguarda ao seu lado.

Além disso, há uma imagem na qual se pode vê-la conversando com outra mulher mais velha, aparentemente oferecendo assistência médica ou apoio.

Diversos setores da sociedade reconheceram o trabalho solidário de Ferrer e Ortega, destacando seu esforço em um contexto de crescente escassez e repressão. No entanto, as ações têm sido alvo de monitoramento por parte do governo cubano, que em várias ocasiões restringiu sua mobilidade e comunicação.

Ferrer, líder da União Patriótica de Cuba (UNPACU), foi libertado em 16 de janeiro após passar três anos e meio na prisão. Sua libertação fez parte de um acordo entre o regime cubano, o Vaticano e os Estados Unidos, que previa a libertação gradual de 553 presos políticos.

A pesar de sua liberação, Ferrer continua enfrentando assédios por parte das autoridades cubanas. No dia 27 de janeiro, rejeitou uma convocação policial em Santiago de Cuba, afirmando que não acataria a ordem e que não teria medo da prisão.

Além disso, em fevereiro foi novamente citado pelo Tribunal Municipal Popular de Santiago de Cuba, ao que respondeu que não reconhece o tribunal e que está disposto a enfrentar as consequências de sua negativa.

Ferrer também denunciou a vigilância constante da polícia política, incluindo o uso de drones para monitorar sua residência em Santiago de Cuba. Apesar dessas intimidações, reafirmou seu compromisso com a luta pelos direitos humanos e pelo bem-estar do povo cubano.

Em suas declarações, Ferrer criticou o acordo que facilitou sua libertação, apontando que não sente gratidão por processos ou negociações que beneficiam a ditadura. Ele enfatizou que prefere morrer na prisão a dever sua libertação a uma negociação indigna.

Esta atividade humanitária não é nova para Ferrer. Em 2021, funcionários do Estado tentaram proibir a UNPACU de distribuir alimentos a pessoas necessitadas em Santiago de Cuba, alegando razões sanitárias devido à pandemia.

Ferrer se negou a cumprir com a proibição, afirmando que sua organização fornecia mais medicamentos e alimentos do que o próprio sistema de saúde pública na província. "Todo aquele que vier aqui continuará recebendo alimentos", respondeu naquele momento.

Perguntas frequentes sobre o trabalho humanitário de José Daniel Ferrer e sua situação em Cuba

Que tipo de ajuda José Daniel Ferrer oferece em Santiago de Cuba?

José Daniel Ferrer e sua esposa, a doutora Nelva Ismaray Ortega, oferecem assistência diária a pessoas em situação de vulnerabilidade em Santiago de Cuba, incluindo familiares de presos políticos e ativistas vítimas de repressão. Essa ajuda ocorre em um contexto de crescente escassez e repressão por parte do regime cubano.

Como tem sido a resposta do regime cubano às ações de Ferrer?

O regime cubano respondeu com hostigamento e restrições, como a vigilância constante da polícia política, o uso de drones sobre sua residência e a restrição de acesso à Internet. Ferrer tem sido alvo de acompanhamento e sua mobilidade tem sido restringida em várias ocasiões, além de enfrentar intimações policiais que ele tem rejeitado firmemente.

Qual tem sido o papel da comunidade internacional diante da situação de Ferrer?

A comunidade internacional expressou sua condenação pelas agressões e pelo assédio sofrido por José Daniel Ferrer. Funcionários e ativistas pediram um esforço redobrado para tornar essas denúncias visíveis e exigir justiça, além de solicitar a libertação de todos os prisioneiros políticos em Cuba.

Quais são as críticas de Ferrer ao acordo que facilitou sua libertação?

José Daniel Ferrer criticou o acordo entre o regime cubano, o Vaticano e os Estados Unidos que facilitou sua libertação, apontando que não sente gratidão por processos que beneficiam a ditadura. Ferrer enfatiza que prefere morrer na prisão a dever sua libertação a uma negociação que considera indigna.

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