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O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, afirmou que seu país não reconhecerá as conversações que ocorrerão na Arábia Saudita entre funcionários dos Estados Unidos e da Rússia sobre a guerra em seu território.
Durante uma coletiva de imprensa em Abu Dhabi, Zelenski expressou sua rejeição a qualquer tipo de negociação que não inclua diretamente a Ucrânia. "Não podemos reconhecer nenhum acordo sobre nós sem nós", enfatizou o presidente ucraniano, que está no Oriente Médio em uma turnê que inclui os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita e a Turquia.
Segundo Radio Free Europe, o Kremlin confirmou que o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, e o assessor de política externa de Vladimir Putin, Yuri Ushakov, viajarão a Riad para se encontrar com seus homólogos americanos no dia 18 de fevereiro.
A delegação de Washington será liderada pelo secretário de Estado, Marco Rubio, acompanhado pelo conselheiro de segurança nacional, Mike Waltz, e pelo enviado especial Steve Witkoff.
O governo de Kiev insistiu que não foi convidado para essas conversas e que, portanto, não enviará representantes. Mykhaylo Podolyak, assessor de Zelenski, declarou que "não há negociadores que representem a Ucrânia na Arábia Saudita" e que "a Rússia não está preparada para negociações reais".
Por sua vez, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que Zelenski "estará envolvido" em qualquer negociação de paz e que espera conseguir um cessar-fogo para a Páscoa, no próximo dia 20 de abril. Trump também mencionou a possibilidade de se reunir com Putin "muito em breve", embora sem especificar detalhes.
Enquanto isso, em sua visita aos Emirados Árabes Unidos, Zelenski se reuniu com o presidente Mohamed bin Zayed Al Nahyan, onde discutiram a mediação dos Emirados para a libertação de prisioneiros ucranianos nas mãos da Rússia.
"A mediação dos Emirados Árabes Unidos salvou muitas vidas. Agradecemos por essa cooperação crucial e hoje debatemos como continuar com ela", destacou o mandatário em uma mensagem nas redes sociais.
Além disso, a Ucrânia e os Emirados assinaram um acordo econômico que liberaliza o acesso ao mercado emiratense para quase todos os produtos ucranianos, o que facilitará a venda de bens do país no Oriente Médio. "Estamos agradecidos pela cooperação que salva vidas e ajuda nossas nações a se tornarem mais fortes", afirmou Zelenski.
Em paralelo, o presidente francês, Emmanuel Macron, convocou líderes europeus para uma cúpula de emergência no dia 17 de fevereiro em Paris, onde será discutida a situação na Ucrânia. Alguns mandatários europeus expressaram sua preocupação com a possibilidade de que Washington chegue a um acordo com Moscou sem contar com Kiev ou a União Europeia.
Zelenski reiterou que qualquer decisão sobre a guerra deve incluir a Ucrânia e seus aliados europeus, e advertiu que seu país continuará lutando até alcançar uma "paz justa e duradoura".
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