Zelenski em Munique: "O membro mais influente da OTAN parece ser Putin"

Presente na Conferência de Segurança de Munique, o presidente ucraniano criticou a influência de Putin na OTAN e defendeu uma maior autonomia defensiva europeia, sugerindo a criação de umas Forças Armadas da Europa.

Volodimir Zelenski e Vladimir PutinFoto © X / @ZelenskyyUa - Wikipédia

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Durante seu discurso na Conferência de Segurança de Munique (MSC, na sigla em inglês), o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, alertou que, apesar dos esforços da aliança, a influência de Vladimir Putin dentro da OTAN é preocupante.

"Tampouco vou descartar a incorporação da Ucrânia à OTAN, mas neste momento, o membro mais influente da OTAN parece ser Putin", afirmou o presidente ucraniano, ressaltando com ironia como as decisões da aliança parecem estar condicionadas pela política do Kremlin após a chegada ao poder do presidente americano Donald Trump.

A histórica sintonia entre o atual ocupante da Casa Branca e o detentor das chaves do Kremlin acendeu os alertas novamente, após as conversas mantidas entre ambos os governantes buscando o fim da agressão de Putin à Ucrânia.

A atitude despótica de Trump e de sua administração em relação ao líder ucraniano ficou refletida em declarações e fatos que abalaram os alicerces da Aliança Atlântica, deixando a Europa e os ucranianos em um plano secundário que gera temores sobre o compromisso de segurança mútua implicado pelo Artigo 5 da OTAN.

Em seu discurso, Zelenski instou a Europa a assumir um papel de liderança em sua própria defesa e segurança, enfatizando a necessidade de que o continente se fortaleça sem depender exclusivamente dos Estados Unidos.

"Europa deve decidir seu próprio futuro com confiança em sua força, de modo que os outros não tenham outra opção a não ser respeitar seu poder", enfatizou.

O mandatário também denunciou o recente ataque de um drone russo contra o sarcófago que cobre o quarto reator da central nuclear de Chernobyl, classificando-o como um "gesto profundamente simbólico" por parte de Moscou.

Da mesma forma, alertou sobre o risco de uma maior militarização russa na Bielorrússia sob o pretexto de exercícios militares, o que poderia representar uma ameaça não apenas para a Ucrânia, mas também para a segurança europeia como um todo.

"Bielorrússia faz fronteira com três países da OTAN e se tornou um bastião militar russo", alertou, destacando a crescente presença de armamento proibido nesse território.

Finalmente, Zelenski defendeu a criação de "Forças Armadas da Europa" que reforcem a segurança continental e permitam que a Europa seja um parceiro equitativo dentro da OTAN.

"Sem um exército europeu, isso é impossível", afirmou, ressaltando que a liderança dos Estados Unidos na aliança transatlântica pode mudar e que a Europa deve estar preparada para assumir sua própria defesa.

O presidente ucraniano encerrou sua intervenção fazendo um apelo à ação imediata para consolidar a unidade europeia, fortalecer a indústria de defesa do continente e garantir que a segurança da Europa seja decidida dentro de suas próprias fronteiras e não de fora.

"A orientação da política europeia não deve ser apenas promissora, mas deve fazer com que os Estados Unidos desejem apoiar uma Europa forte", concluiu.

Tensões geopolíticas e negociações internacionais

As declarações de Zelenski ocorrem em um momento crítico da política internacional, em meio a crescentes tensões entre a Rússia, a Ucrânia e as potências ocidentais.

As conversas de Trump com o presidente russo Vladímir Putin geraram preocupações na Europa sobre possíveis acordos bilaterais que excluam os interesses ucranianos e europeus.

Desde o início da guerra em grande escala em 2022, a comunidade internacional tem apoiado a Ucrânia com sanções contra a Rússia, envio de armamento e apoio financeiro.

No entanto, a incerteza sobre o futuro compromisso dos Estados Unidos com a Europa e a OTAN levou líderes como Zelenski a insistir na necessidade de uma maior autonomia em defesa e segurança.

A militarização da Bielorrússia e o constante uso de drones e mísseis por parte da Rússia reforçam as preocupações sobre uma escalada do conflito. Além disso, o anúncio de Moscovo sobre a criação de 15 novas divisões militares e o crescente uso de tropas estrangeiras, incluindo combatentes norte-coreanos, elevaram a alerta nas capitais europeias.

Nesse contexto, a proposta de Zelenski de fortalecer a segurança europeia por meio de um exército conjunto responde à necessidade de garantir a estabilidade no continente sem depender completamente do apoio de Washington.

Seu apelo à unidade e à tomada de decisões dentro da Europa sublinha a importância de agir rapidamente antes que as dinâmicas geopolíticas mudem de maneira irreversível.

Por sua importância, CiberCuba compartilha o texto integral da intervenção de Zelenski na MSC:

Na Conferência de Segurança de Munique, enfatizei que a política europeia não deve ser apenas promissora, mas deve fazer com que os Estados Unidos queiram apoiar uma Europa forte. A Europa deve decidir seu próprio futuro com confiança em sua força, de modo que os outros não tenham outra opção a não ser respeitar seu poder.

Na noite anterior a Munique, um avião não tripulado russo atacou o sarcófago que cobria o quarto reator em ruínas da central nuclear de Chernobyl. Tratava-se de um avião não tripulado Shahed, modificado pela Rússia com tecnologia iraniana, que transportava pelo menos 50 kg de explosivos.

Consideramos que se trata de um gesto profundamente simbólico por parte da Rússia. Recentemente, na Ucrânia, falamos da energia nuclear como fator crucial para a segurança energética, apesar dos constantes ataques da Rússia. Estamos nos preparando para ampliar a central nuclear de Khmelnytskyi com a participação de empresas americanas, incluindo a Westinghouse. Isso reforçará não apenas a segurança energética da Ucrânia, mas também a de toda a Europa.

Também falamos com o presidente Trump e sua equipe sobre a usina nuclear de Zaporizhia, a maior da Europa, atualmente ocupada pela Rússia. E qual foi a resposta da Rússia? Um ataque com drones contra o sarcófago de Chernobyl, que contém poeira e destroços radioativos.

Não se trata de uma loucura, mas da postura da Rússia. Um país que lança esse tipo de ataques não quer a paz, não se prepara para o diálogo. Quase todos os dias, a Rússia envia até 100 drones Shahed, além de ataques com mísseis balísticos e um número cada vez maior de ataques aéreos com bombas. Mas isso não é tudo.

Este ano, Moscou planeja criar 15 novas divisões, ou seja, 150.000 soldados, mais do que todos os exércitos da maioria dos países europeus. A Rússia abre novos centros de recrutamento militar a cada semana, e Putin pode se dar ao luxo: os preços do petróleo continuam altos o suficiente para que possa ignorar o mundo.

Temos informações claras: neste verão, a Rússia planeja enviar tropas para a Bielorrússia, sob o pretexto de “exercícios de treinamento”. Foi exatamente assim que organizaram as forças antes da invasão em larga escala da Ucrânia. Essa força russa está destinada a atacar a Ucrânia? Talvez. Ou talvez... esteja destinada a você.

Não devemos esquecer: a Bielorrússia faz fronteira com três países da OTAN e se tornou um bastião militar russo. Putin e Lukashenko admitem que a Bielorrússia abriga agora armas proibidas: mísseis de alcance médio e até armas nucleares. Putin considera a Bielorrússia como outra província da Rússia.

Se alguém está preparando uma plataforma de lançamento militar, o que devemos fazer a respeito? E, mais importante, o que podemos fazer antes do próximo ataque? Já houve provocações nas fronteiras da Polônia e da Lituânia, nas quais foram utilizadas as crises migratórias organizadas pelos serviços de inteligência russos para fomentar o caos. Mas o que acontecerá se da próxima vez não se tratar de migrantes? E se forem tropas russas ou norte-coreanas?

Não nos enganemos: os norcoreanos não são fracos. Eles estão aprendendo a lutar em uma guerra moderna. E quanto aos seus exércitos? Estão preparados? Se a Rússia lançar uma operação de falsa bandeira ou invadir a partir da Bielorrússia (como fez na Crimeia em 2014), quão rapidamente os aliados responderão? Eles responderão?

Ontem, aqui em Munique, o vice-presidente dos Estados Unidos deixou isso claro: a antiga relação entre a Europa e os Estados Unidos está chegando ao fim. A partir de agora, as coisas serão diferentes e a Europa precisa se adaptar.

Acredito na Europa. E vocês também devem acreditar. Insto a todos a agir, pelo seu próprio bem, pelo bem da Europa, pelo seu povo, suas casas, seus filhos e nosso futuro compartilhado. Para isso, a Europa deve se tornar autossuficiente, unida por uma força comum, ucraniana e europeia.

Neste momento, o exército da Ucrânia, apoiado pela ajuda internacional, está contendo a Rússia. Mas, se não formos nós, quem o deterá? Sejamos honestos: não podemos descartar a possibilidade de que os Estados Unidos digam “não” à Europa em questões que os ameacem diretamente.

Muitos dirigentes têm falado que a Europa precisa de seu próprio exército, um Exército da Europa. Acredito que chegou o momento. É necessário criar as Forças Armadas da Europa. Isso não é mais difícil do que nos mantermos firmes frente aos ataques russos, como já fizemos. Mas não se trata apenas de aumentar os gastos com defesa em relação ao PIB.

O dinheiro é necessário, mas o dinheiro por si só não deterá um ataque inimigo. As armas e os soldados treinados não são gratuitos, mas não se trata apenas de questões orçamentárias. Trata-se de fazer com que as pessoas entendam a necessidade de defender o seu próprio lar.

Sem o exército da Ucrânia, os exércitos europeus sozinhos não serão suficientes para deter a Rússia. Apenas nosso exército na Europa tem experiência real e moderna no campo de batalha. Mas nosso exército sozinho também não é suficiente. Precisamos do que vocês podem fornecer: armas, treinamento, sanções, financiamento, pressão política e unidade.

Três anos de guerra em grande escala demonstraram que já temos as bases para uma força militar europeia unida. Agora, enquanto travamos esta guerra e estabelecemos as fundações para a paz e a segurança, devemos construir as Forças Armadas da Europa. Assim, o futuro da Europa dependerá exclusivamente dos europeus e as decisões sobre a Europa serão tomadas na Europa.

Por isso estamos conversando com os líderes europeus e com os Estados Unidos sobre contingentes militares que possam garantir a paz, não apenas na Ucrânia, mas em toda a Europa. Por isso estamos desenvolvendo a produção conjunta de armas, especialmente drones.

O modelo dinamarquês de investimentos conjuntos para a produção de armas na Ucrânia já está em funcionamento e está indo bem. Apenas no ano passado, graças aos esforços da Ucrânia e seus parceiros, fabricamos mais de 1,5 milhões de drones de diferentes tipos. A Ucrânia é agora a líder mundial na guerra com drones. Este é nosso sucesso, mas também é o sucesso de vocês.

Tudo o que construímos para nossa própria defesa também reforça nossa segurança. O mesmo deve ser aplicado à artilharia, à defesa aérea e aos veículos blindados. Tudo o que é necessário para proteger vidas na guerra moderna deve ser produzido inteiramente na Europa.

A Europa tem tudo o que precisa. Precisa apenas se unir e agir, de modo que ninguém possa lhe dizer “não”, dar ordens ou tratá-la como se fosse uma presa fácil. Não se trata apenas de acumular armas, mas de criar empregos, liderança tecnológica e força econômica para a Europa.

No outono passado, no meu Plano de Vitória, propus substituir parte da presença militar americana na Europa por forças ucranianas (se a Ucrânia estiver na OTAN). Se os Estados Unidos reduzirem sua presença, isso é perigoso, mas a Europa deve estar preparada. Levantei essa questão até antes das eleições americanas, ao observar para onde a política dos Estados Unidos estava caminhando. Mas os Estados Unidos também precisam observar para onde a Europa está se dirigindo.

Esta orientação da política europeia não deve apenas ser promissora, mas também deve fazer com que os Estados Unidos queiram apoiar uma Europa forte. A Europa deve decidir seu próprio futuro. Precisamos ter confiança em nossa própria força para que os outros não tenham outra opção a não ser respeitar o poder da Europa. Sem um exército europeu, isso é impossível.

Não se trata de substituir a OTAN, mas de que a contribuição da Europa para nossa parceria seja igual à dos Estados Unidos. Precisamos da mesma abordagem na diplomacia: trabalhar juntos pela paz. A Ucrânia nunca aceitará acordos feitos às nossas custas sem a nossa participação. A mesma regra deveria se aplicar a toda a Europa.

Não se podem tomar decisões sobre a Ucrânia sem a Ucrânia. Não se podem tomar decisões sobre a Europa sem a Europa. A Europa deve ter um lugar à mesa quando decisões sobre seu futuro são tomadas; qualquer outra coisa não significa nada. Se nos excluírem das negociações sobre nosso próprio futuro, todos perdemos.

Vejam o que Putin está tentando fazer. Este é o seu jogo. Ele quer conversas cara a cara com os Estados Unidos, como antes da guerra, quando se reuniram na Suíça e parecia que estavam prestes a dividir o mundo. Depois, ele tentará que o presidente americano apareça na Praça Vermelha no dia 9 de maio, não como um líder respeitado, mas como um apoio em sua encenação.

Não precisamos disso. Precisamos de um sucesso real. Uma paz real. É possível que alguns na Europa não compreendam completamente o que está acontecendo em Washington neste momento. Mas vamos nos concentrar em nos entender aqui mesmo, na Europa. Primeiro, devemos fortalecer a Europa.

Os Estados Unidos precisam da Europa? Como mercado, sim. Mas como aliado? Para que a resposta seja “sim”, a Europa deve ter uma única voz, e não uma dúzia de vozes diferentes. Mesmo aqueles que visitam Mar-a-Lago com regularidade devem fazer parte de uma Europa forte, porque ao presidente Trump não agradam amigos fracos. Ele respeita a força.

Pode ser que alguns na Europa se sintam frustrados com Bruxelas, mas sejamos claros: se não for Bruxelas, será Moscovo. Isso é geopolítica, é história. Moscovo rasgará a Europa se nós, como europeus, não confiarmos uns nos outros.

Há alguns dias, o presidente Trump me contou sobre sua conversa com Putin. Em nenhum momento ele mencionou que os Estados Unidos precisam da Europa nessa mesa. Isso diz muito. Já se foram os velhos tempos, quando os Estados Unidos apoiavam a Europa simplesmente porque sempre o fizeram.

O presidente Trump disse uma vez: “O que importa não é a família em que você nasceu, mas a que você forma”. Devemos construir a relação mais estreita possível com os Estados Unidos, uma nova relação, mas como europeus, não apenas como nações separadas. Por isso, precisamos de uma política exterior unificada, uma diplomacia coordenada, a política exterior de uma Europa comum. E o fim desta guerra deve ser nosso primeiro sucesso compartilhado nesta nova realidade.

Já estamos trabalhando para garantir que no dia 24 de fevereiro, terceiro aniversário da invasão russa em grande escala, possamos nos reunir em Kiev e online. Todos os líderes europeus. Todos os parceiros chave que defendem nossa segurança. Da Espanha até a Finlândia. Da Grã-Bretanha até a Polônia. De Washington até Tóquio.

Esta reunião deve oferecer uma visão clara dos próximos passos que daremos em matéria de paz, garantias de segurança e o futuro da nossa política coletiva. Não acredito em garantias de segurança sem os Estados Unidos: elas serão fracas, mas os Estados Unidos não oferecerão garantias a menos que as próprias garantias da Europa sejam sólidas.

Também não vou descartar a incorporação da Ucrânia à OTAN, mas neste momento, o membro mais influente da OTAN parece ser Putin, pois suas vontades têm o poder de bloquear as decisões da OTAN, apesar de que foi o exército da Ucrânia que deteve a Rússia, não um país da OTAN, nem tropas da OTAN, mas apenas nosso povo e nosso exército.

Nesta guerra, não há exércitos estrangeiros lutando ao lado da Ucrânia, mas Putin perdeu quase 250.000 soldados e mais de 610.000 ficaram feridos. Somente na batalha de Kursk, nossas tropas eliminaram quase 20.000 soldados russos. Destruímos completamente as unidades norte-coreanas que Putin teve que trazer porque suas próprias forças não eram suficientes para conter nossa contraofensiva.

Desde há mais de seis meses, os ucranianos mantêm uma posição firme em território russo, apesar de que a Rússia queria criar uma “zona de contenção” dentro do nosso território. Estou orgulhoso da Ucrânia e do nosso povo, mas peço a cada um de vocês que respondam honestamente: se a Rússia viesse atrás de vocês, o seu exército poderia lutar da mesma forma?

Não quero que ninguém tenha que descobrir isso nunca. Por isso estamos falando de garantias de segurança. Por isso acreditamos que o núcleo de qualquer garantia de segurança para a Ucrânia deve ser a pertença à OTAN. Ou, se não for isso, então as condições que nos permitam construir outra OTAN, aqui mesmo, na Ucrânia.

Em algum momento haverá uma fronteira entre a guerra e a paz. Onde essa fronteira será traçada e quão firme será, depende de nós. A fronteira oriental da Ucrânia, a fronteira oriental da Bielorrússia, as fronteiras orientais dos Estados bálticos, a fronteira oriental da Finlândia. Essa é a linha de segurança mais firme para todos nós na Europa, porque é a linha do direito internacional.

Ainda nos lembramos do que é o direito internacional? Sejamos sinceros, a expressão "direito internacional" já soa um pouco ultrapassada. Mas acredito que a missão da Europa é garantir que o direito internacional continue a ser importante.

Que garantias de segurança Putin pode oferecer? Antes da guerra, muitos duvidavam que as instituições da Ucrânia pudessem suportar a pressão russa. Mas, no final, foi Putin quem enfrentou uma rebelião armada de dentro. Foi ele quem teve que defender sua própria capital de seus próprios senhores da guerra. Isso, por si só, demonstra sua fraqueza.

O que acontecerá com o milhão de soldados russos que atualmente combatem na Ucrânia? Onde vão lutar se não for na Ucrânia? Não podemos aceitar um cessar-fogo sem garantias reais de segurança, sem pressionar a Rússia, sem um sistema que mantenha a Rússia sob controle.

Para lutar contra nós, Putin retirou tropas da Síria, da África, do Cáucaso e até de alguma parte da Moldávia. Neste momento, ele enfrenta uma escassez de forças de combate. Se esta guerra terminar mal, ele terá um excedente de soldados experientes em batalha que não sabem fazer mais nada além de matar e saquear.

Esta é mais uma razão pela qual esta guerra não pode ser decidida por alguns poucos líderes, nem por Trump e Putin, nem por mim e Putin, nem por ninguém que esteja aqui em Munique conversando a sós com Putin. Devemos exercer pressão juntos para alcançar uma verdadeira paz.

Putin não pode oferecer garantias reais de segurança. Não apenas porque é um mentiroso, mas porque a Rússia, em seu estado atual, precisa da guerra para manter o poder. E o mundo deve ser protegido disso.

O que faz falta? Umas Forças Armadas da Europa como uma melhoria da OTAN. Uma política externa europeia comum. Um nível de cooperação europeia que Washington deve levar a sério. O direito internacional. Manter toda a pressão sobre a Rússia, porque essa pressão é o que garante a paz, não as palavras de Putin, não apenas alguns documentos.

Putin mente. É previsível e fraco. Devemos aproveitar isso agora, não mais tarde. Devemos agir como Europa, não como pessoas separadas. Alguns dizem que o ano novo não começa em 1º de janeiro, mas sim com a Conferência de Segurança de Munique. Este novo ano começa agora: que seja o ano da Europa. Unida, forte, segura e em paz. Paz para a Ucrânia, Europa e todo o mundo.

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Equipe Editorial da CiberCuba

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