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O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, ofereceu ao seu homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump, a possibilidade de utilizar um aeroporto panamenho como ponto estratégico para facilitar a repatriação de migrantes para seus países de origem.
De acordo com as informações da Agência Nacional do Panamá, Mulino, que recebeu neste domingo o secretário de Estado norte-americano Marco Rubio, concordou em facilitar o uso do aeroporto de Metetí, em Darién, para permitir um fluxo ordenado de migrantes irregulares trasladados dos Estados Unidos.
Segundo informou Reuters, o presidente panamenho ofereceu receber imigrantes dos Estados Unidos de países como Colômbia, Venezuela e Equador.
Mulino explicou que este acordo não representa a presença de forças militares estadunidenses no Panamá e lembrou que estariam presentes funcionários relacionados ao controle de fronteiras.
O mandatário panamenho adiantou que os custos dessas operações ficarão a cargo dos Estados Unidos, e que nesta segunda-feira ocorrerá uma operação de repatriação de imigrantes colombianos, na qual o Secretário de Estado Rubio estará presente, aproveitando sua visita ao país.
Apesar da proposta da parte panamenha, algumas questões políticas tornam um pouco inviável o uso deste aeroporto.
Segundo o portal Panamá América, a maioria dos migrantes é originária da Venezuela, país com o qual o Panamá não mantém relações, o que impossibilita as deportações para esse território.
Em relação à reunião com Marco Rubio, Mulino a qualificou como "respeitosa" e "positiva", e afirmou que não percebeu uma ameaça real contra a validade do tratado do Canal do Panamá, um dos principais pontos da visita do funcionário americano ao país.
Além disso, reconheceu que a influência chinesa na região é uma preocupação para Washington e mencionou que o Panamá não renovará seu acordo com a Iniciativa do Cinturão e Rota da China.
Panamá é a primeira parada de uma gira que levará o secretário de Estado dos Estados Unidos pela América Central e pelo Caribe, visitando, além disso, Guatemala, El Salvador, Costa Rica e República Dominicana.
Aeroporto de Metetí
O Aeródromo de San Vicente, localizado na comunidade de San Vicente, corregimento de Metetí, província de Darién, Panamá, é uma infraestrutura chave nesta região.
Inaugurado em junho de 2009, o aeródromo conta com uma pista de aterragem de 1.000 metros de comprimento e 15 metros de largura, sendo a maior da província.
O investimento para a sua construção foi de aproximadamente 2,1 milhões de dólares.
O objetivo principal deste aeródromo é melhorar a conectividade de Darién com o restante do país, facilitando o comércio, o turismo e a segurança em uma área que historicamente tem estado isolada devido à sua geografia e densas florestas.
Além disso, sua localização estratégica em Metetí, uma das áreas mais desenvolvidas do Darién, torna-o um ponto de acesso vital para operações logísticas e de transporte na região.
A província de Darién é conhecida pela perigosa travessia de migrantes através da selva que leva o mesmo nome, um ponto de fronteira entre a Colômbia e o Panamá.
Os migrantes, provenientes de diversas nacionalidades, enfrentam múltiplos perigos, incluindo ameaças naturais e criminais.
O percurso, controlado em parte por máfias e grupos paramilitares, implica altos custos e múltiplos perigos naturais e humanos.
Perguntas frequentes sobre o uso do aeroporto do Panamá para deportações
Por que o Panamá oferece seu aeroporto para deportações de migrantes?
O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, ofereceu o uso do aeroporto de Metetí para facilitar a repatriação de migrantes dos Estados Unidos como parte de um acordo para gerenciar de maneira ordenada o fluxo migratório. Os Estados Unidos cobrirão os custos dessas operações.
Quais nacionalidades de migrantes serão deportadas do Panamá?
Panamá concordou em receber migrantes de diversas nacionalidades, como colombianos, venezuelanos e equatorianos, para sua repatriação. No entanto, as deportações de venezuelanos estão complicadas devido à falta de relações diplomáticas entre Panamá e Venezuela.
Haverá presença militar dos Estados Unidos no Panamá devido a este acordo?
O presidente Mulino esclareceu que não haverá presença militar americana no Panamá como resultado deste acordo. Apenas estarão presentes funcionários relacionados ao controle de fronteiras.
Como este acordo impacta a relação entre os Estados Unidos e o Panamá?
O acordo de utilizar um aeroporto panamenho para deportações busca fortalecer a cooperação em questões migratórias. No entanto, as tensões persistem devido às declarações de Trump sobre o Canal do Panamá e a influência da China na região.
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