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O governante cubano, Miguel Díaz-Canel, expressou seu apoio ao México após o governo dos Estados Unidos anunciar um aumento nas tarifas sobre produtos mexicanos.
Através de uma mensagem nas redes sociais, o designado por Raúl Castro manifestou sua solidariedade com o país latino-americano e criticou as medidas impostas por Washington.
“Toda a nossa solidariedade e apoio à Presidenta Claudia Sheinbaum Pardo, ao seu povo e governo, diante das calúnias do governo dos EUA para justificar suas ações interventoras e medidas de pressão contra #México, que prejudicam sua soberania e ameaçam a estabilidade e a paz regional”, disse o governante.
Em novembro de 2024, quando foi eleito presidente dos Estados Unidos, Donald Trump anunciou que uma de suas primeiras ordens executivas seria impor tarifas significativas ao México, Canadá e China.
Especificamente, propôs uma tarifa de 25% sobre todas as importações provenientes do México e do Canadá, argumentando que esses países facilitavam o trânsito de drogas e pessoas indocumentadas para os Estados Unidos.
Além disso, indicou que imporia uma tarifa adicional de 10% sobre os produtos importados da China, justificando a medida pelo suposto descumprimento do governo chinês em conter o tráfico de fentanilo para o território americano.
Na última sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos cumpriu sua ameaça de impor os novos tarifas a partir de 4 de fevereiro. México e Canadá classificaram a decisão como um "erro estratégico".
Estas tensões comerciais geraram preocupação em vários setores econômicos, uma vez que a imposição de tarifas pode afetar negativamente as economias dos países envolvidos e alterar as dinâmicas comerciais estabelecidas na região.
Por sua vez, as declarações de Díaz-Canel em apoio ao governo de Claudia Sheinbaum não são fortuitas, pois nos últimos anos, a relação entre Cuba e o México tem sido marcada por uma série de intercâmbios diplomáticos.
Por exemplo, em setembro de 2021, Díaz-Canel foi convidado especial nas celebrações do Dia da Independência do México, conhecido como o "Grito de Dolores". Este convite gerou debates na imprensa mexicana sobre o tratamento preferencial em relação ao mandatário cubano.
O então presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador (AMLO), defendeu a decisão, enfatizando a política de "não intervenção" e "soberania" nas relações internacionais.
Em fevereiro de 2023, AMLO condecorou Díaz-Canel com a Ordem da Águia Asteca, a distinção mais alta que o México concede a estrangeiros. Este reconhecimento destacou o trabalho de Díaz-Canel no fortalecimento das relações de amizade e cooperação entre os dois países, especialmente na área da saúde, com o envio de médicos e enfermeiras cubanos durante a pandemia de COVID-19.
A colaboração em saúde se aprofundou em maio de 2024, quando Díaz-Canel se reuniu com Zoé Robledo Aburto, diretor-geral do Instituto Mexicano do Seguro Social (IMSS), para concretizar acordos relacionados à contratação de 1.200 médicos cubanos no México.
Enquanto em outubro de 2024, Díaz-Canel participou da posse de Claudia Sheinbaum como presidente do México, reafirmando os laços bilaterais. Durante sua visita, expressou seu interesse em continuar estreitando os vínculos e colaborações entre os dois países.
Cuba também enfrenta sanções
Apesar do apoio manifestado por Miguel Díaz-Canel ao México após os novos tarifas impostas pelos Estados Unidos, seu governo enfrenta sanções significativas por parte da administração de Donald Trump.
Em uma de suas primeiras medidas, Trump reincorporou Cuba à lista de países patrocinadores do terrorismo, uma decisão que implica severas sanções econômicas, incluindo restrições financeiras e comerciais.
Díaz-Canel criticou esta decisão, acusando Trump de agir com "arrogância" e de fortalecer uma "cruel guerra econômica" contra a ilha.
Também, na última sexta-feira, o governo dos Estados Unidos reativou o Título III da Lei Helms-Burton, permitindo que cidadãos americanos apresentem processos por propriedades confiscadas pelo regime cubano.
Além disso, ampliou a "Lista Restringida de Cuba", adicionando entidades ligadas ao aparelho militar e de segurança cubano, como a empresa Orbit S.A., responsável pelo processamento de remessas em benefício das forças militares cubanas.
Díaz-Canel destacou que essas medidas, que afetam transações financeiras e comerciais com entidades estatais cubanas, são "outro abuso, envolto em mentiras, para justificar o cerco criminoso do governo dos EUA contra o nosso povo".
Perguntas frequentes sobre as tarifas de Trump e a resposta de Díaz-Canel
Por que os Estados Unidos impuseram novas tarifas ao México?
Estados Unidos impôs novas tarifas ao México como parte de uma estratégia do presidente Donald Trump para conter o trânsito de drogas e pessoas indocumentadas para o seu país. Trump justificou essas medidas como uma forma de proteger a segurança e os interesses econômicos dos Estados Unidos, apesar de que o México e outros países afetados considerem que essas ações são um erro estratégico.
Qual foi a resposta de Miguel Díaz-Canel aos novos tariffs dos EUA ao México?
Miguel Díaz-Canel expressou sua solidariedade com o México após o anúncio das novas tarifas por parte dos EUA. Criticou as medidas americanas, qualificando-as como intervencionistas e de pressão, argumentando que ferem a soberania do México e ameaçam a estabilidade e paz regional. Díaz-Canel também aproveitou para reiterar seu apoio à presidenta do México, Claudia Sheinbaum.
Como a relação entre Cuba e Estados Unidos afeta a restituição de Cuba na lista de países patrocinadores do terrorismo?
A restituição de Cuba na lista de países patrocinadores do terrorismo por parte dos EUA intensifica o conflito entre os dois países e acarreta severas sanções econômicas para Cuba. Miguel Díaz-Canel criticou essa decisão, acusando Trump de manter uma "cruel guerra econômica" contra a ilha e culpando os Estados Unidos pela precária situação econômica em Cuba.
Quais medidas o Canadá tomou em resposta às tarifas impostas pelos Estados Unidos?
Em resposta às tarifas dos Estados Unidos, o Canadá anunciou a imposição de tarifas de 25% sobre produtos americanos. Essas medidas incluem uma carga tarifária sobre petróleo e gás natural dos Estados Unidos, como parte de uma estratégia para contrabalançar o que consideram um "ataque injustificado" por parte de Trump.
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