Quatro dias sem respostas: A indignação cresce pelos 13 desaparecidos após a explosão em Holguín

Dos 13 desaparecidos, nove são jovens recrutas e quatro são oficiais das Forças Armadas.

Explosões na base militar de HolguínFoto © X / Miguel Diaz/Canel

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Após quatro dias sem respostas claras sobre o paradeiro dos 13 desaparecidos no devastador incêndio e nas explosões no armazém de munições em Melones, município de Rafael Freyre, na província de Holguín, os cubanos nas redes sociais exigem que as autoridades esclareçam a situação.

O incidente gerou uma crescente indignação entre as famílias das vítimas e internautas, que clamam por ação imediata enquanto o silêncio das autoridades continua sendo ensurdecedor.

Dos 13 desaparecidos, nove são jovens recrutas e quatro são oficiais das Forças Armadas.

Segundo os familiares no Facebook, as autoridades não demonstraram um comprometimento real em resgatar seus entes queridos, o que tem aumentado a frustração e a desesperança.

Entre as vítimas estão os Maiores Leonar Palma Matos e Carlos Carreño del Rio, os Segundos Suboficiais Orlebanis Tamé Torres e Yoennis Pérez Durán, e nove jovens soldados, cujos nomes são Leinier Jorge Sánchez Franco, Frank Antonio Hidalgo Almaguer, Liander José García Oliva, Yunior Hernández Rojas, Rayme Rojas Rojas, Carlos Alejandro Acosta Silva, Brian Lázaro Rojas Long, José Carlos Guerrero García e Héctor Adrián Batista Zayas.

Publicação no Facebook

“É doloroso e resignante saber que há 3 dias e 13 horas estão desaparecidos 9 crianças e 4 oficiais, sem respostas de nenhum tipo nem apoio das autoridades”, escreveu um familiar nas redes sociais.

Este sentimento de impotência é compartilhado por muitos, que denunciam que o governo abandonou as vítimas à sua sorte, alegando que novas explosões podem ocorrer, e sem fazer esforços significativos para acessar a zona zero do desastre.

A situação na área das explosões continua complicada. A temperatura lá, segundo fontes oficiais, ultrapassa os 300 graus Celsius, o que coloca "em perigo as operações de resgate e também a vida dos que estão presos".

No entanto, vários membros de as famílias dos desaparecidos expressaram que estariam dispostos a entrar na zona por conta própria, se necessário, para recuperar os corpos ou encontrar os sobreviventes.

“Estamos dispostos a arriscar nossas vidas. Se não têm coragem de resgatá-los, que nos deixem, familiares e amigos, entrar para procurá-los. Já não queremos mais promessas vazias nem mentiras”, denunciou outro familiar nas redes sociais, enquanto outros usuários se uniam ao clamor generalizado de desespero.

A falta de informação é outro dos pontos críticos nesta tragédia. Desde que ocorreu a explosão, os meios de comunicação estatais ofereceram poucos detalhes sobre a evolução das tarefas de resgate. Os relatos do Noticiero de Televisión e do Granma se concentraram nas evacuações dos moradores da região, sem abordar diretamente a situação dos desaparecidos nem as ações para acessar a área mais afetada.

As redes sociais tornaram-se um espaço fundamental para denunciar a falta de respostas das autoridades. “A única coisa que nos dizem é para mantermos a calma, mas como podemos manter a calma quando nossos filhos, sobrinhos, amigos e irmãos estão lá, presos?”, expressou Luis Manuel Driggs, parente de um dos desaparecidos.

O sentimento de abandono é palpável em cada comentário dos familiares e amigos que exigem respostas imediatas. “Estão nos deixando morrer. Não podemos continuar esperando. Precisamos de ação, não mais mentiras nem desculpas”, comentou Yusmari Roja, que também tem um familiar entre os desaparecidos.

Internautas também afirmaram: "E os recrutados que conseguiram sair também têm a verdade em suas mãos. Famílias, investiguem, não deixem isso nas mãos DELES. São seus filhos e familiares, e a vida é o único presente que não recebemos duas vezes. Que saiam e deem a cara, é hora. Não é hora, já é tarde. Eles se atrasaram demais."

"Nem no NTV falaram mais sobre o assunto. O povo, as famílias desesperadas e o país em festa celebrando o triunfo de Maduro na Venezuela. Até quando?"

"De acordo contigo, o que eles são é uns desalmados, não têm coragem para entrar, mas têm para enviar outros ao suicídio. Que deixem entrar os familiares e amigos que vêm por nossos filhos. Eu daria a minha vida pelo Frank e por todos. Fora o serviço militar obrigatório, não queremos mais mortes, não queremos mais famílias destruídas por nenhum irresponsável", disse outro.

O fato fez lembrar o incêndio na base de supertanques de Matanzas, onde vários recrutas do Serviço Militar foram enviados à zona zero sem ter experiência no combate a incêndios e morreram queimados.

O povo cubano a cada dia exige com mais frequência o fim do Serviço Militar obrigatório, que a cada ano leva a vida de vários adolescentes na ilha, enquanto o regime o defende.

Perguntas frequentes sobre a explosão no armazém militar de Holguín

Quantas pessoas estão desaparecidas após a explosão em Holguín?

Em total, há 13 pessoas desaparecidas após a explosão no armazém militar de Melones, Holguín. Desses, nove são jovens recrutados do Serviço Militar e quatro são oficiais das Forças Armadas.

Por que as autoridades não iniciaram os trabalhos de resgate na área afetada?

As autoridades não entraram na área da explosão devido a que o risco de novas explosões é alto e a temperatura na zona supera os 300 graus Celsius, o que coloca em perigo as operações de resgate.

Como a população reagiu à falta de respostas das autoridades?

A população cubana tem demonstrado grande indignaçãoe desesperação diante da falta de respostas e ações concretas por parte das autoridades. Nas redes sociais, muitos exigem transparência e esforços reais para resgatar os desaparecidos.

Que medidas as autoridades locais tomaram em resposta à explosão?

As autoridades locais emitiram mensagens de solidariedade, pedindo aos familiares das vítimas que mantenham viva a esperança. No entanto, não forneceram detalhes sobre os avanços nas atividades de busca nem apresentaram soluções concretas.

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