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Os deputados da Assembleia Nacional expressaram nesta quarta-feira a urgência de que, em nível provincial e local, funcionem comissões para recuperar a deteriorada fonte documental de Cuba em seus múltiplos formatos.
"Temos ainda muitas lacunas e algumas perdas a nível local", disse a deputada habanera Liset Martínez durante a comissão nacional de Memória Histórica. Por sua vez, Inés Betancourt afirmou que "a situação dos locais dos arquivos históricos é muito complexa" em Granma, sem fornecer mais detalhes a respeito no trecho veiculado pela televisão estatal.
Durante a sessão, foi informado sobre o projeto digital que está sendo desenvolvido pela Universidade das Ciências Informáticas (UCI) e pelo monopólio estatal de comunicações ETECSA, para evitar danos aos documentos originais através da conservação, restauração e captura digital dos mesmos para consulta.
O governante Miguel Díaz-Canel disse sobre esse programa que envolve outras instituições que "em alguns casos tem-se priorizado a digitalização, pois a restauração é mais complicada".
Embora na nota oficial do jornal Juventud Rebelde não seja especificado quanto foi investido, nem o material resgatado até agora, informa-se que foram destinados recursos para "os institutos cubanos de Rádio e Televisão (ICRT) e de Artes e Indústria Cinematográfica (ICAIC), a Biblioteca Nacional, os arquivos nacionais e de música, assim como o Escritório de Assuntos Históricos do Conselho de Estado" e outras entidades.
De momento, foi anunciado que os jornais já possuem parte de seu material digitalizado nos últimos anos, principalmente as fotografias, mas que no caso das universidades, somente na de Havana a digitalização está sendo sistematizada.
Um dos deputados presentes nesta comissão da Assembleia Nacional, que designará em breve o primeiro-ministro de Cuba, apontou que deve ser evitada a saída do país de documentos pessoais valiosos para a história, acrescenta a fonte citada.
A falta de conservação em Cuba não afeta apenas os arquivos documentais, mas também impacta o patrimônio arquitetônico da ilha.
Aos poucos recursos em um momento em que os cubanos temem o retorno ao Período Especial, soma-se a negligência frente a obras tão reconhecidas como a emblemática calçada de La Rampa na capital, onde uns operários quebraram os mosaicos de destacados pintores em junho deste ano.
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