EUA nega participação na libertação de prisioneiros políticos em Cuba

Os EUA negam ter intervenido na libertação de presos em Cuba, enquanto denunciam o assédio a ex-presidiários.

Libertação de prisioneiros políticosFoto © Collage CiberCuba

Vídeos relacionados:

O governo dos Estados Unidos negou nesta quinta-feira sua participação no acordo entre o regime cubano e a Igreja Católica para a libertação de 553 pessoas privadas de liberdade.

Um funcionário do Departamento de Estado revelou ao meio Martí Notícias que nenhuma instância do governo havia intervenido no processo, ao mesmo tempo em que denunciou o assédio do regime contra muitos dos ex-preso.

"Estados Unidos não participou em nenhum acordo que o regime cubano tenha alcançado com o Vaticano e insta o regime a liberar todos os presos políticos de forma imediata e incondicional", disse o funcionário.

Por outro lado, referiu-se às denúncias de organizações de direitos humanos, que têm notado que apenas foram liberados cerca de 230 presos políticos detidos injustamente. Muitos deles, disse, "ainda enfrentam assédio e restrições".

Segundo Martí Notícias, a fonte lembrou que os representantes diplomáticos da Embaixada dos EUA em Havana se reúnem sistematicamente com familiares das pessoas detidas por motivos políticos, e com alguns dos presos políticos liberados, "para mostrar o firme apoio dos Estados Unidos aos seus direitos humanos e liberdades fundamentais".

O anúncio deste processo de libertação foi feito em 14 de janeiro, coincidindo com a decisão da administração Biden de excluir Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo. O regime cubano afirmou que a decisão foi resultado de um acordo mediado pelo Vaticano e que incluía manifestantes de 11 de julho de 2021.

As autoridades cubanas não divulgaram uma lista oficial com os nomes dos detentos beneficiados nem ofereceram detalhes sobre o cronograma de cumprimento dessa medida.

Esta semana, o Tribunal Supremo Popular (TSP) de Cuba anunciou a conclusão do processo. A vice-presidente desse órgão do regime, Maricela Sosa Ravelo, afirmou que o procedimento foi finalizado de maneira "sucedida" e foi dividido em duas fases: 378 solicitações aprovadas em janeiro e 175 em fevereiro.

Dados coletados pela organização Justicia 11J indicam que 202 pessoas libertadas são prisioneiros políticos. Uma lista contém os nomes de cada um deles.

Uma quantidade significativa dos liberados são detentos comuns, mas não existem cifras oficiais que permitam conhecer a proporção exata, embora depoimentos coletados sugiram que a maioria dos beneficiados pela medida do regime não eram prisioneiros de consciência.

O Governo cubano limitou-se a indicar que os 553 favorecidos haviam sido condenados por "diversos delitos", sem especificar o tipo de infrações cometidas. A organização Prisoners Defenders aumentou o número com novos dados e apontou que apenas 230 excarcerados são presos políticos.

Perguntas frequentes sobre a libertação de prisioneiros políticos em Cuba

Qual foi o papel dos Estados Unidos na libertação de prisioneiros políticos em Cuba?

Estados Unidos negou sua participação no acordo entre o regime cubano e a Igreja Católica para a liberação de prisioneiros políticos. Segundo um funcionário do Departamento de Estado, nenhuma instância do governo dos Estados Unidos interveio no processo, embora tenham mostrado apoio aos direitos humanos dos libertados.

Quantos prisioneiros políticos foram libertados segundo as organizações de direitos humanos?

Diversas organizações de direitos humanos, como Justicia 11J e o Observatório Cubano de Direitos Humanos, relataram que cerca de 212 a 231 prisioneiros políticos foram liberados como parte do processo de soltura anunciado pelo regime cubano.

Quais são as condições de liberdade para os presos políticos liberados?

Os presos políticos liberados devem cumprir certas condições, como comparecer regularmente perante um juiz e cumprir sanções acessórias. Em caso de descumprimento, o benefício da liberdade condicional pode ser revogado e os detentos podem retornar à prisão.

Qual foi o papel do Vaticano nas liberações de prisioneiros em Cuba?

O Vaticano desempenhou um papel de mediador no processo de concessão de liberdade. O acordo entre o regime cubano e o Vaticano buscou promover a reconciliação e a esperança, coincidindo com o Ano Santo convocado pelo Papa Francisco. No entanto, o regime não tem sido transparente quanto aos detalhes do acordo.

Arquivado em:

Equipe Editorial da CiberCuba

Uma equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. No CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias verídicas e análises críticas.