O Papa Francisco se pronuncia sobre a libertação de prisioneiros em Cuba

O Papa Francisco celebra a libertação de presos em Cuba como um gesto de esperança. No entanto, organizações criticam a falta de transparência do regime e o baixo número de presos políticos liberados.

Papa FranciscoFoto © Instagram Papa Francisco

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O Papa Francisco qualificou como "um gesto de grande esperança" a libertação de presos anunciada recentemente pelo Governo de Cuba, após um acordo mediado pelo Vaticano.

Desde a Praça de São Pedro, o pontífice se pronunciou sobre este tema durante a oração do Angelus dominical.

"Há alguns dias, foi anunciada a libertação de um grupo de detidos nas prisões cubanas. Trata-se de um gesto de grande esperança que concretiza uma das intenções deste ano jubilar", afirmou o Papa diante dos fiéis que o ouviam.

Francisco também expressou seu desejo de que iniciativas similares se espalhem para outros países nos próximos meses.

Liberação de presos políticos em Cuba

O governo cubano informou que libertará 553 presos como parte de um acordo com o Vaticano, mas esse anúncio coinciciu com a decisão dos Estados Unidos de retirar Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo, após a mediação da Santa Sé.

Este anúncio é o primeiro desse tipo desde 2019, quando Cuba indultou mais de 2.600 prisioneiros. No entanto, várias organizações de direitos humanos questionaram o processo.

O Observatório Cubano de Direitos Humanos (OCDH) denunciou que, até agora, apenas entre 40 e 50 libertados são considerados presos políticos, enquanto o restante são presos comuns. Segundo o OCDH, essa falta de proporcionalidade poderia violar os acordos alcançados com o Vaticano.

Por sua vez, Justicia 11J criticou a falta de transparência nas solturas e exigiu que o Governo cubano publique os nomes dos libertados e as razões de suas condenações.

"A tendência é preocupante", destacou o OCDH em um comunicado, alertando sobre a possibilidade de que as pessoas detidas por exercer direitos humanos não estejam sendo priorizadas.

Contexto político e social em Cuba

Prisoners Defenders documentou que, ao final de 2024, havia 1.161 prisioneiros políticos nas prisões cubanas. Quase metade está relacionada com os protestos de 11 de julho de 2021, as maiores manifestações contra o regime em décadas.

O governo cubano nega ter prisioneiros políticos e afirma que os condenados pelo 11J cometeram crimes como vandalismo e desordens públicas.

Embora as exonerações tragam esperanças, os questionamentos sobre sua abrangência e transparência refletem a complexa realidade cubana, onde as tensões políticas e sociais continuam a marcar o dia a dia da ilha.

Nos últimos dias, a libertação de presos políticos em Cuba tem ocupado manchetes tanto dentro quanto fora da ilha. Este fato, relacionado a negociações internacionais, provocou uma variedade de reações.

O Regime Cubano assegura que sua medida se deve à celebração de um jubileu, mas foi diretamente vinculada a um acordo alcançado após a decisão do presidente americano Joe Biden de retirar Cuba da Lista de países patrocinadores do terrorismo.

O 15 de janeiro, o Vaticano emitiu uma declaração a respeito, demonstrando sua satisfação com o processo de liberação. O comunicado ressalta o papel da diplomacia nas gestões para conseguir a excarcelamento, estabelecendo um precedente nos diálogos internacionais sobre direitos humanos na ilha.

El 17 de janeiro, o regime informou que, até aquele momento, haviam sido libertadas 127 pessoas. No entanto, esse número inclui tanto presos políticos quanto presos comuns, o que gerou críticas e acusações de manipulação por parte de organizações opositoras e observadores internacionais.

Mais recentemente, no 20 de janeiro, foi confirmado que mais de 100 presos políticos foram liberados, embora os números oficiais continuem sendo motivo de debate. A falta de transparência no processo tem sido apontada como um obstáculo para avaliar a autenticidade e o alcance dessas medidas.

Perguntas frequentes sobre a libertação de prisioneiros em Cuba e o papel do Papa Francisco

Que papel teve o Papa Francisco na libertação de prisioneiros em Cuba?

O Papa Francisco tem sido um mediador-chave no acordo para a liberação de prisioneiros em Cuba, qualificando o gesto do governo cubano como "um gesto de grande esperança". Este acordo também coincide com a celebração do Jubileu Ordinário de 2025, promovido pelo Papa, que enfatiza a reconciliação e o perdão.

Quantos presos serão liberados em Cuba e quantos são considerados presos políticos?

O governo cubano anunciou a libertação de 553 presos, mas segundo o Observatório Cubano de Direitos Humanos (OCDH), apenas entre 40 e 50 deles são considerados presos políticos. A falta de transparência e a proporção de presos políticos entre os liberados têm sido questionadas por diversas organizações de direitos humanos.

Como a comunidade internacional reagiu à libertação de prisioneiros em Cuba?

A comunidade internacional tem mostrado uma mistura de ceticismo e esperança. Organizações como a Anistia Internacional exigiram a liberação total de todos os presos políticos. A administração de Joe Biden também tem desempenhado um papel ao retirar Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo, o que tem sido visto como um gesto para facilitar essas liberações.

Quais críticas foram feitas sobre o processo de libertação de presos em Cuba?

As críticas principais se concentram na falta de transparência e na proporção de presos políticos liberados. Organizações como Justiça 11J exigiram a publicação dos nomes dos liberados e as razões de suas condenações, enquanto o OCDH alertou sobre possíveis violações dos acordos alcançados com o Vaticano devido à baixa proporção de presos políticos entre os liberados.

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