Os EUA sancionam a Orbit S.A., empresa de envio de remessas para Cuba controlada pela GAESA

Esta medida faz parte de uma série de ações adotadas pela administração de Donald Trump nos primeiros dias de seu mandato para endurecer a política americana em relação ao regime cubano.

ÓrbitaFoto © Facebook / Orbit S.A.

Vídeos relacionados:

O Departamento de Estado dos EUA sancionou nesta sexta-feira a empresa Orbit S.A., uma companhia de processamento de remessas para Cuba sob o controle da GAESA, o conglomerado empresarial das Forças Armadas Revolucionárias de Cuba (FAR).

Esta medida faz parte de uma série de ações adotadas pela administração de Donald Trump nos primeiros dias de seu mandato para endurecer a política americana em relação ao regime cubano, informou em um comunicado o Departamento de Estado.

A Orbit S.A. foi incluída na renovada "Lista Restrita de Cuba" do Departamento de Estado, que proíbe transações com empresas ligadas ao aparato militar, de inteligência e de segurança do Estado cubano.

O governo dos EUA argumentou que esta sanção visa evitar que os recursos fluam para os setores que "oprimem e vigiam" o povo cubano, ao mesmo tempo que controlam grandes setores da economia da ilha.

Esta sanção se enquadra dentro de um conjunto de decisões tomadas pelo presidente Trump para reverter mudanças na política em relação a Cuba implementadas pela administração anterior.

Desde seu primeiro dia no cargo, o mandatário americano reafirmou sua posição de manter Cuba na lista de Estados patrocinadores do terrorismo, alegando que o regime cubano ainda apoia atividades terroristas em nível internacional.

Além disso, foi restabelecido o direito dos cidadãos americanos de apresentar ações judiciais privadas por propriedades traficadas e confiscadas pelo regime cubano, sob a Lei LIBERTAD, também conhecida como Título III da Lei Helms Burton.

O secretário de Estado, Marco Rubio, explicou que o Departamento de Estado dos EUA reafirmou seu firme compromisso com os direitos humanos e as liberdades fundamentais do povo cubano.

O comunicado também exigiu a liberação imediata de todos os presos políticos injustamente detidos na ilha.

Também condenou a interferência maligna de Cuba na América Latina e em outras regiões do mundo.

Acrescenta que a Embaixada dos EUA em Havana está em contato com as famílias dos prisioneiros políticos e dissidentes cubanos.

ORBIT S.A., um salva-vidas econômico para a GAESA

Em dezembro de 2024, um investigação do Miami Herald revelou que a Orbit S.A., a empresa que atualmente processa as remessas enviadas dos Estados Unidos para Cuba, é controlada pelo Grupo de Administração Empresarial S.A. (GAESA), o renomado conglomerado militar que domina a economia dolarizada da ilha.

Este achado contradiz as afirmações do regime cubano e da administração de Joe Biden, que autorizaram em 2022 um acordo com a Orbit sob a condição de que não houvesse vínculos militares.

O estudo, baseado em documentos secretos da CIMEX —uma subsidiária da GAESA— e relatos de fontes internas, demonstrou como o governo cubano criou uma fachada civil para contornar as sanções impostas pela administração de Donald Trump em 2020.

A Orbit S.A. foi apresentada como uma empresa independente sob a jurisdição do Ministério do Comércio e Investimento Estrangeiro, mas as provas analisadas pelo Miami Herald mostram o contrário. De acordo com os documentos examinados por esse veículo, a Orbit opera como um apêndice da CIMEX, que por sua vez reporta diretamente à GAESA.

Os documentos analisados pelo Miami Herald revelam que a CIMEX supervisa todas as operações da Orbit, incluindo as transferências de dinheiro processadas pela Western Union e por agências de remessas sediadas em Miami, como VaCuba e Cubamax.

A Orbit utiliza a infraestrutura financeira da CIMEX para realizar essas transações, e os dados de ambas as empresas aparecem nos mesmos relatórios mensais que a CIMEX elabora para os altos executivos da GAESA.

Perguntas frequentes sobre as sanções dos EUA à Orbit S.A. e ao regime cubano

Por que os EUA sancionaram a Orbit S.A.?

Os EUA sancionaram a Orbit S.A. por ser uma empresa controlada pela GAESA, o conglomerado militar cubano, e para evitar que os recursos financeiros fluam para setores que "oprimam e vigiem" o povo cubano. A sanção faz parte de um esforço para endurecer a política em relação ao regime cubano e isolar economicamente suas estruturas militares.

O que implica para Cuba a inclusão da Orbit S.A. na lista restrita?

A inclusão da Orbit S.A. na lista restrita do Departamento de Estado dos EUA proíbe as transações financeiras com a empresa, o que limita suas operações e afeta o fluxo de remessas para Cuba. Essa medida busca enfraquecer a capacidade econômica das forças armadas cubanas que controlam setores estratégicos da economia da ilha.

Como o regime cubano reagiu às sanções dos EUA?

O regime cubano qualificou a medida dos EUA como parte de uma "guerra econômica" e acusou a administração Trump de agir com arrogância. O governo de Cuba sustenta que essas sanções agravam a crise econômica na ilha e têm intensificado a emigração para os Estados Unidos, acusações que utilizam para desviar a atenção de sua ineficiência interna.

Que papel desempenha a GAESA na economia cubana?

GAESA é um conglomerado militar que controla grandes setores da economia cubana, incluindo o processamento de remessas através de empresas como Orbit S.A. Esse controle permite gerenciar de maneira opaca as receitas em divisas, utilizando esses fundos para financiar projetos que beneficiam o regime em vez do povo cubano.

Arquivado em:

Equipe Editorial da CiberCuba

Uma equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. No CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias verídicas e análises críticas.