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O recém-nomeado Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, delineou as diretrizes da nova política exterior do país, centradas em três pilares fundamentais: segurança, força e prosperidade.
Em uma declaração recente, Rubio expressou sua gratidão ao presidente Donald Trump pela confiança depositada nele para liderar o Departamento de Estado. Nesse sentido, ressaltou que cada decisão em política externa deve responder a uma das seguintes perguntas: "Isso torna os Estados Unidos um país mais seguro? Isso torna os Estados Unidos mais fortes? Ou isso torna os Estados Unidos mais prósperos?".
A confirmação de Rubio como Secretário de Estado foi unânime no Senado, com 99 votos a favor, refletindo um amplo apoio bipartidário à sua nomeação. Durante sua audiência de confirmação, Rubio enfatizou a necessidade de aderir estritamente às políticas de "América Primeiro" promovidas pela administração Trump.
Em relação à política para a América Latina, Rubio tem sido um crítico constante dos regimes autoritários na região. Ele qualificou os cartéis mexicanos como organizações terroristas e apontou Cuba como um Estado patrocinador do terrorismo.
Estas posturas sugerem um possível endurecimento da política americana em relação a esses países sob a sua liderança no Departamento de Estado. A Venezuela é outro dos países dos quais a atual administração parece ter claro uma estratégia para tirar do poder o regime de Nicolás Maduro e promover uma transição pacífica para a democracia.
A invasão russa da Ucrânia
Respecto à guerra na Ucrânia, Rubio afirmou que a política oficial dos Estados Unidos será trabalhar para pôr fim ao conflito, promovendo a paz.
Neste delicado assunto, vital para a segurança das democracias ocidentais, a atual administração parece ter atenuado as declarações de Trump, que, aproveitando sua proximidade e interlocução com Vladimir Putin, declarou repetidamente que encerraremos o conflito em um instante, algo que agora parece mais complicado, como é próprio de um conflito de tal magnitude.
Analistas apontam que uma vitória russa na Ucrânia poderia enfraquecer o prestígio dos Estados Unidos e fortalecer outros regimes autoritários. Arseniy Yatsenyuk, ex-primeiro-ministro ucraniano, argumenta que manter o apoio à Ucrânia é crucial para evitar o enfraquecimento da segurança global e reforçar a liderança americana.
O complexo desafio da China
Em relação à China, o atual secretário de Estado alertou que é a "maior ameaça" para os Estados Unidos, destacando a necessidade de mudanças substanciais nas políticas para mitigar esse perigo. Ele defendeu a importância da OTAN e sublinhou a necessidade de que os aliados europeus contribuam mais para sua própria defesa.
Como membro do Comitê de Relações Exteriores do Senado, Rubio teve conhecimento em primeira mão de relatórios que indicam que a China estabeleceu bases de espionagem em Cuba, o que representa uma ameaça direta à segurança nacional dos Estados Unidos.
Estas instalações permitiriam à China interceptar comunicações e monitorar atividades em território americano, intensificando as tensões entre os dois países. Além disso, a presença de balões espiões chineses sobre o espaço aéreo americano gerou preocupações adicionais sobre as capacidades de vigilância de Pequim.
O desafio do Irã e a paz no Oriente Médio
O Irã representa mais um dos grandes desafios para a política externa dos Estados Unidos sob a direção de Rubio. O regime de Teerã tem sido acusado de financiar e apoiar grupos terroristas como Hamas e Hezbollah, o que contribui para a instabilidade na região.
A recente guerra de Israel contra o Hamás em Gaza evidenciou o papel do Irã como um ator chave no conflito, fornecendo armas e financiamento a esses grupos. Rubio expressou seu compromisso em manter uma postura firme contra o Irã, promovendo sanções mais rigorosas e reforçando as alianças com parceiros estratégicos como Israel e Arábia Saudita para contrabalançar a influência iraniana.
O conflito entre Israel e Hamás gerou preocupação na comunidade internacional, uma vez que pode desencadear uma escalada regional que envolva outros atores como o Hezbollah no Líbano ou até mesmo milícias pró-iranianas na Síria e no Iraque.
Rubio enfatizou a importância de garantir a segurança de Israel e destacou que qualquer acordo de paz na região deve abordar a ameaça que representa o Irã.
Além disso, destacou a necessidade de fortalecer os Acordos de Abraão, promovidos pela administração Trump, como uma forma de consolidar a cooperação entre Israel e seus vizinhos árabes em um esforço para conter a expansão da influência iraniana no Oriente Médio.
Ditaduras latino-americanas e suas alianças estratégicas
En América Latina, países como Cuba, Venezuela e Nicarágua, governados por regimes autoritários, fortaleceram suas relações com potências como a Rússia, a China e o Irã.
Essas alianças buscam expandir seus interesses geopolíticos, muitas vezes em oposição aos dos Estados Unidos. A cooperação militar e econômica entre esses países e as potências mencionadas representa desafios para a influência americana na região.
Além disso, a instabilidade política e econômica nesses países provocou ondas migratórias em direção aos Estados Unidos, um fenômeno que influenciou a drástica mudança de política da nova administração de Trump, que cancelou no seu primeiro dia de mandato o sistema CBP One, o parole humanitário, entre outras medidas da administração anterior.
A política exterior delineada por Rubio busca enfrentar esses desafios por meio de uma estratégia que prioriza a segurança, a força e a prosperidade dos Estados Unidos. No entanto, a complexidade dos assuntos internacionais exigirá uma diplomacia hábil e alianças estratégicas para proteger os interesses nacionais e promover a estabilidade global.
Por sua vez, a comunidade cubano-americana recebeu com otimismo a nomeação de Rubio. O congressista Mario Díaz-Balart qualificou a designação como "um momento histórico" e destacou que não há ninguém mais preparado para manter a América segura do que Marco Rubio.
Uma política externa baseada nesses três pilares fundamentais da segurança, da força e da prosperidade deve abordar os desafios internacionais que a nação enfrenta, entre os quais se destacam a invasão russa da Ucrânia, a crescente influência da China e as alianças de regimes autoritários na América Latina.
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