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Liberar a Venezuela sim, mas o petróleo é nosso: essa é a frase que resume a posição de a diáspora venezuelana diante da tensão entre a Administração Trump e o regime de Maduro.
“Venezuela não é um espólio”, disse à EFE Ade Ferro, diretora do grupo Venezuelan American Caucus,
“Todos sonhamos com uma Venezuela livre, democrática e em paz, mas nem tudo que se apresenta como mão dura ou intervenção é sinônimo de democracia”, acrescentou.
A diáspora venezuelana, apesar de seu desejo de ver a ditadura derrubada, não vê com bons olhos as pretensões de Trump sobre o patrimônio nacional.
“Que um monstro derrote outro monstro pode gerar alívio, mas não me obriga a me colocar ao lado do monstro que sobra,” disse Ferro, dirigente desta organização que tenta proteger migrantes venezuelanos nos EUA, e que considera “essencial” o retorno da democracia em seu país.
“Os EUA estão tentando devolvê-los ao mesmo regime do qual fugiram”, denunciou sobre a criminalização nos EUA de muitos migrantes venezuelanos que saíram em busca de escapar da ditadura.
Para Pedro Guzmán, um vendedor de veículos em Miami também entrevistado pela EFE, compartilha, em essência, as preocupações de Ferro.
Guzmán agradece “profundamente a pressão de Trump contra Maduro, e sim, eu acredito que podemos receber algo se eles nos ajudarem, mas nada de terras ou petróleo para sempre. Isso também é traição.”
Por outro lado, Juana Martínez, uma faxineira de escritórios, opina que “tudo vale a pena para sair do chavismo: até mesmo dar-lhes petróleo; já o estamos dando aos cubanos de graça, como não faríamos isso com aqueles que nos ajudam a sair do Maduro”.
A outros, no entanto, preocupa o custo de uma eventual invasão.
“Minha mãe mora perto do Palácio de Miraflores (sede do governo) e estou muito preocupada”, disse Migdalia Peña, uma estudante de pós-graduação em Nova York.
Antonio de la Cruz, presidente da Inter American Trends, disse à EFE que a ideia de que os EUA querem se apropriar dos recursos venezuelanos é errada
Desde o ponto de vista legal e geopolítico, para o analista, a interpretação de que os EUA querem ficar com território venezuelano é uma «interpretação errada».
"Isso que se propõe é uma operação cirúrgica e é o que é apoiado pela diáspora e pela oposição", comentou o analista, que descarta totalmente a possibilidade de uma intervenção após o aumento da pressão dos EUA sobre Maduro.
Nos últimos dias, os EUA apreenderam três petroleiros na costa da Venezuela, em uma nova escalada da tensão entre os dois países.
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