A congressista republicana da Flórida, María Elvira Salazar, fez uma forte crítica pública ao Governo do México por sua relação com Cuba, durante uma audiência do Comitê de Relações Exteriores da Câmara de Representantes dos Estados Unidos.
A legisladora cubano-americana questionou diretamente a presidenta mexicana, Claudia Sheinbaum, pelo que qualificou como um apoio contínuo à "tirania" cubana, e focou suas críticas no fornecimento de petróleo e no programa de médicos cubanos que atuam em território mexicano.
Em um vídeo gravado em Washington e compartilhado em sua conta no Facebook, Salazar explicou que teve a oportunidade de questionar a presidente mexicana sobre dois assuntos que considera especialmente preocupantes.
O primeiro, afirmou, é o envio de petróleo para Cuba.
Segundo ele disse, em um período de quatro meses o México teria doado à Ilha cerca de 3 bilhões de dólares em petróleo, com um total de 55 petroleiros que teriam chegado a Cuba carregados de óleo.
"Mas por que? Se o único que está fazendo é ajudando a tirania", questionou.
O segundo ponto destacado por Salazar foi o acordo pelo qual mais de 3.000 médicos cubanos prestam serviços no México.
A legisladora denunciou que esse programa implica o pagamento de mais de 100 milhões de dólares ao governo cubano, enquanto os profissionais de saúde recebem apenas uma parte mínima de seu salário.
"Todo mundo sabe que os médicos cubanos são escravos que estão sendo exportados para serem explorados, e que o governo do México, neste caso, está presenteando essa quantia ao regime castrista", afirmou.
Em sua intervenção, qualificou esse esquema como uma forma de "escravidão moderna" e de tráfico humano, e detalhou que aproximadamente 95% do salário dos médicos é retido pelo Estado cubano, e apenas 5% chega aos trabalhadores.
María Elvira afirmou que essa prática viola disposições do Tratado entre México, Estados Unidos e Canadá (T-MEC ou USMCA), o qual proíbe o tráfico humano e qualquer forma de exploração laboral entre os países signatários.
"Por isso estou pedindo à presidenta Sheinbaum que entenda que, se quiser ter médicos cubanos, que os pague diretamente, que o médico receba o que merece, que receba pelo esforço que fez, que receba seu salário, e não que o presenteie ao governo castrista", enfatizou.
Também alertou que o tratado comercial deverá ser revisado no próximo ano e que o Congresso dos Estados Unidos estará atento para que se exija ao México o cumprimento dessas normas.
"Por que o México continua apoiando a ditadura cubana?", pergunta Salazar.
Ao falar perante o Comitê de Relações Exteriores, a política cubano-americana afirmou que, enquanto o México decide se alinhar a ditaduras, o país enfrenta uma crise de drogas, violência e corrupção.
"A presidenta Sheinbaum se depara com uma disjuntiva: defender a liberdade e a democracia ou apoiar ditadores. O hemisfério ocidental precisa de líderes, não de espectadores", expressou.
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