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O regime cubano prendeu novamente nesta quinta-feira a professora e ativista Alina Bárbara López Hernández quando tentava chegar ao Parque da Liberdade de Matanzas para realizar uma manifestação pacífica, como tem feito de forma sistemática a cada dia 18 desde março de 2023.
A detenção foi denunciada publicamente pela sua filha, que escreveu a partir do perfil de sua mãe no Facebook que Alina foi interceptada e levada para a estação da Polícia Nacional Revolucionária (PNR) de Playa.
“Acaba de ser detida e levada para a estação de PNR da Playa enquanto tentava chegar ao parque. Libertação imediata”, alertou, pedindo apoio e divulgação.
Ultimato público e ameaça de repressão
Pouco depois, a filha da intelectual publicou uma nova mensagem na qual alertou que, apesar de estar convalescente por uma doença viral, se apresentaria publicamente se sua mãe não fosse liberada dentro de uma hora e meia.
“Se em uma hora e meia minha mãe não estiver em casa, estarei aqui com meu roupão branco e o cartaz em branco. Vamos ver como isso afeta os do governo. E se tentarem impedir, vão ter que me matar”, escreveu, estabelecendo como prazo às 10h30 e exigindo a liberdade imediata de Alina Bárbara López.
O mensagem gerou alarmes entre ativistas e usuários nas redes sociais, que denunciaram o risco físico e psicológico ao qual a família da professora está submetida.
Uma protesta anunciada e respaldada pela Constituição
Horas antes de sua detenção, Alina Bárbara López anunciou publicamente sua intenção de se manifestar, apelando ao direito constitucional à protesta pacífica.
“Como todos os dias 18 desde março de 2023, estarei amanhã, quinta-feira, entre as 9 e as 10 da manhã, no Parque da Liberdade da cidade de Matanzas, exercendo o direito constitucionalmente estabelecido à manifestação pacífica”, escreveu.
Em sua mensagem, López denunciou o sistema de exclusão política instaurado pela elite governante em Cuba e afirmou que a sociedade civil cubana, dentro e fora da ilha, decidiu enfrentar o poder despótico e exigir direitos e liberdades.
Migração, repressão e prisioneiros políticos
A professora também relacionou sua protesto com o Dia Internacional do Migrante, lembrando que Cuba vive um êxodo em massa e contínuo provocado pela falta de esperanças e liberdades.
“Somos uma nação desangrada pelo êxodo constante. Somos famílias divididas e doloridas pela nostalgia”, escreveu, apelando para que se tornem um fator de mudança para evitar que as novas gerações vejam a migração como a única saída.
Sua mensagem concluiu com uma exigência clara: “Liberdade para nossos compatriotas presos por motivos políticos!”.
Reiteração do padrão repressivo
A detenção de Alina Bárbara López se soma a um padrão reiterado de prisões arbitrárias, assédio e vigilância contra ativistas, intelectuais e cidadãos que tentam exercer direitos fundamentais em Cuba.
Organizações de direitos humanos denunciaram em diversas ocasiões que o regime criminaliza a protesta pacífica, ignora as garantias constitucionais e utiliza a repressão preventiva como ferramenta de controle social.
Até o momento, o regime não emitiu informações oficiais sobre a situação da professora.
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