Secuaz de Fidel Castro agora vive em Las Vegas com residência permanente



Mario Pérez Márquez, ex-diretor da Escola de Instrutores de Arte “Eduardo García Delgado” em Havana, foi um dos principais promotores do programa ideológico impulsionado por Fidel Castro.

Mario Pérez MárquezFoto © Facebook/Adelth Bonne Gamboa

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Mario Pérez Márquez, ex-diretor da Escola de Instrutores de Arte "Eduardo García Delgado" de Havana e figura chave do programa estatal de formação cultural promovido por Fidel Castro, vive atualmente em Las Vegas após ter ingressado nos Estados Unidos pela fronteira sul em 2022 e obtido residência permanente sob a Lei de Ajuste Cubano, de acordo com denúncias de ex-alunos e ativistas.

Um artigo de Martí Notícias revela que, após décadas a serviço do regime, Pérez Márquez deixou Cuba e cruzou a fronteira sul dos Estados Unidos em 2022.

Atualmente reside em Las Vegas, Nevada, onde vive com residência permanente obtida sob a Lei de Ajuste Cubano.

Segundo Martí Noticias, após sua chegada ao território dos Estados Unidos o ex-funcionário apagou de suas redes sociais publicações e fotografias que o ligavam ao castrismo, em uma aparente tentativa de apagar seu passado como servidor do aparelho ideológico do regime.

Pérez Márquez, nascido em 1963, foi durante mais de uma década um dos rostos mais visíveis do aparato cultural e ideológico do castrismo.

Seu cargo, segundo os próprios meios oficiais, foi "confiado" diretamente por Fidel Castro com o objetivo de "formar instrutores de arte comprometidos com a Revolução".

Durante anos foi celebrado pelo regime e recebeu a Distinção Membro de Honra da Brigada de Instrutores de Arte José Martí, participando de numerosos atos oficiais ao lado de dirigentes do Partido Comunista, do Ministério da Educação e da União de Jovens Comunistas (UJC).

Sua gestão, entretanto, deixou uma lembrança amarga entre muitos dos jovens que passaram por sua escola. Ex-alunos e ativistas o descrevem como “déspota e doutrinador”, responsável por impor disciplina militar e punições ideológicas em uma instituição que combinava ensino artístico com propaganda política.

“Era um fervoroso antiimperialista, crítico dos Estados Unidos em tudo. Fiel a Fidel Castro, de quem dizia ser amigo. E veja hoje onde ele está”, declarou desde Havana o jornalista independente Adelth Bonne Gamboa, que foi aluno do centro.

Bonne relatou nas redes sociais que Pérez Márquez aplicava castigos coletivos por não comparecer aos desfiles oficiais e penalizava os estudantes que questionavam o conteúdo político das aulas.

“Nunca me esqueço de quando nos obrigou a cantar o hino nacional a menos de três graus de temperatura. Murmuramos sobre o frio e, como punição, nos deixou sem passe no fim de semana”, recordou.

O caso de Pérez Márquez se junta a uma lista crescente de ex-dirigentes, juízes e funcionários do regime cubano que emigraram para os Estados Unidos aproveitando as vias humanitárias ou os benefícios migratórios que a legislação norte-americana oferece aos cubanos.

Entre os mais recentes figuram a juíza villaclareña Melody González Pedraza, acusada de condenar jovens manifestantes do 11J, e Arelys Casañola Quintana, ex-líder do governo na Ilha da Juventude, ambas detectadas em solo norte-americano em 2025.

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