Um gesto simples, quase silencioso, foi suficiente para remover fibras profundas e recordar uma realidade que muitos cubanos carregam diariamente, mesmo longe da ilha.
Ivian García, uma cubana recém-chegada aos Estados Unidos, contou entre lágrimas em TikTok a história que viveu enquanto trabalhava cuidando de uma idosa americana.
Segundo relatou, tudo ocorreu durante uma jornada aparentemente normal. Enquanto uma empresa instalava o ar condicionado central na casa onde trabalha, um dos técnicos começou a conversar com ela. A troca foi breve, marcada pelo esforço dele em se comunicar em inglês, mas foi suficiente para que ele lhe perguntasse de onde ela era. Quando Ivian respondeu que era cubana, a conversa tomou outro rumo.
O homem confessou que tinha um amigo cubano que viajava com frequência para a ilha e que conhecia de perto a dureza da situação. Ivian aproveitou para explicar o que muitos cubanos já não precisam mais descrever: a escassez de medicamentos, os apagões constantes, a impossibilidade de que as crianças possam sequer desfrutar de um doce. O trabalhador ficou impactado.
Pouco depois, saiu de casa e voltou com uma nota de 50 dólares na mão. Ivian tentou recusar, mas ele insistiu. "Toma, para você mandar para sua mãe", disse-lhe. Não se tratava de caridade em relação a ela, mas sim de um gesto voltado diretamente para aqueles que permanecem em Cuba.
A jovem contou que aquele momento a desbordou emocionalmente. No caminho para casa, não conseguiu conter as lágrimas. Ela ficou comovida ao ver que uma pessoa praticamente desconhecida, com a qual mal conseguia se comunicar, demonstrasse tanta empatia e compreensão em relação à realidade cubana.
“Entendem como está esse país”, disse, ainda emocionada, ao lembrar que o homem insistiu para que aceitasse o dinheiro porque ele tinha mais.
O vídeo, publicado no TikTok, gerou uma onda de reações entre cubanos dentro e fora da ilha. Para muitos, a história resume uma verdade dolorosa: a crise cubana já não é um tema distante, mas uma realidade que até mesmo estranhos percebem e diante da qual decidem estender a mão.
“Essas pessoas tão boas que Deus colocou em meu caminho”, concluiu Ivian, agradecida por um gesto que, além do dinheiro, lhe devolveu um pouco de fé e a fez sentir-se acompanhada em meio ao desarraigo.
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