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As autoridades cubanas impediram que José Daniel Ferrer García, líder da União Patriótica de Cuba (UNPACU), exercesse seu direito de fazer uma breve chamada telefônica da prisão de Mar Verde, em Santiago de Cuba.
A ação é mais uma represália pela divulgação de uma carta escrita por Ferrer na última sexta-feira, na qual denunciou abusos sistemáticos e reafirmou seu compromisso com a luta pela liberdade de sua pátria.
Segundo denunciou em Facebook Ana Belkis Ferrer García, irmã do opositor, de dentro da prisão foi informado que na terça-feira a Ferrer foi negada a possibilidade de se comunicar com o exterior.
Esta medida se soma à suspensão da visita conjugal que havia sido programada para segunda-feira, também como punição pela publicação da carta.
A família do líder denuncia ainda que há um clima de ameaças, assédio, provocações e roubos dentro do presídio.
Ferrer, de 54 anos, permanece isolado sob medidas rigorosas de controle.
Sua irmã responsabilizou diretamente Raúl Castro, Miguel Díaz-Canel e todos os integrantes do regime cubano pela integridade física e psicológica do opositor e exigiu sua libertação imediata, assim como a de todos os presos políticos.
A esposa do ativista, Nelva Ismarays Ortega, foi detida e ameaçada na segunda-feira após protestar pela negativa das autoridades ao pedido de visita conjugal.
A negativa partiu do capitão Liván Laguart Riquelme, identificado como "chefe de coletivo ou reeducador" do destacamento número 15 do penal.
Ortega foi transferida sob supervisão policial até o Centro de Investigações e Operações de Versalhes, onde recebeu advertências de que qualquer nova publicação nas redes sociais poderia agravar a situação legal de Ferrer e dela mesma.
O impedimento à comunicação de Ferrer ocorre poucos dias após o opositor ter revelado, por meio de uma carta datada de 10 de setembro de 2025, que decidiu aceitar sair para o exílio como uma medida para proteger sua família.
Na missiva, Ferrer denuncia a pressão da Segurança do Estado para desacreditar a luta pela liberdade e manipular sua imagem em favor de negociações entre Cuba, Estados Unidos e a Igreja Católica.
"Estou pronto para morrer, mas não para viver sem honra, sem dignidade", escreveu de sua cela, descrevendo o assédio constante e as condições de tortura psicológica na prisão.
A situação de Ferrer gerou preocupação internacional.
Fontes próximas à sua família apontaram que sua libertação e possível exílio podem estar sendo negociados, mas as autoridades cubanas impõem condições que prolongam sua detenção e buscam obter benefícios diplomáticos.
Enquanto isso, a família continua denunciando o abuso sistemático da ditadura e exige justiça e liberdade para o líder opositor e todos os presos políticos.
Perguntas frequentes sobre a situação de José Daniel Ferrer em Cuba
Por que as autoridades cubanas impediram José Daniel Ferrer de fazer uma chamada telefônica?
As autoridades cubanas impediram que José Daniel Ferrer fizesse uma chamada telefônica como retaliação pela divulgação de uma carta na qual denunciou abusos sistemáticos e reafirmou seu compromisso com a luta pela liberdade de Cuba. Esta ação se soma a outras medidas restritivas impostas pelo regime, como a suspensão de visitas conjugais.
Qual é a situação atual de José Daniel Ferrer na prisão?
José Daniel Ferrer se encontra na prisão de Mar Verde, onde está submetido a condições desumanas e tortura psicológica. Vive isolado sob estritas medidas de controle e enfrenta constantes ameaças, assédio e roubos dentro do penal. Além disso, sua família denunciou o bloqueio de sua saída do país, apesar de ter aceitado o exílio como medida para protegê-la.
Por que o regime cubano bloqueia a saída de José Daniel Ferrer para o exílio?
O regime cubano bloqueia a saída de José Daniel Ferrer para o exílio como parte de uma estratégia de negociação para obter benefícios diplomáticos. Apesar de Ferrer ter aceitado o exílio forçado sob pressão extrema, as autoridades cubanas impõem condições e buscam obter vantagens em possíveis negociações com atores internacionais.
Quais ações a comunidade internacional tomou diante da situação de José Daniel Ferrer?
A situação de José Daniel Ferrer gerou uma preocupação internacional significativa. Organizações de direitos humanos, como a Anistia Internacional, exigiram sua libertação imediata e o identificaram como prisioneiro de consciência. Além disso, o Departamento de Estado dos Estados Unidos condenou sua detenção e pediu sua libertação, enquanto ativistas têm promovido campanhas para dar visibilidade ao seu caso.
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