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O governo da Ucrânia não tem a intenção de liberar nem repatriar os cidadãos cubanos capturados na linha de frente enquanto lutavam como mercenários a serviço da Rússia.
Assim confirmou um funcionário ucraniano ao jornalista Mario J. Pentón, que alertou que a única possibilidade de esses prisioneiros serem libertados seria por meio de uma troca com Moscovo.
A declaração vem em meio à crescente preocupação com a sorte de jovens cubanos recrutados pelo exército russo sob falsas promessas de emprego.
Entre eles se encontra Ernesto Míchel Pérez Alvelaes, natural de Trinidad, Sancti Spíritus, capturado pelas forças ucranianas após ter se entregue voluntariamente.
“Muitos não sobreviveram. Disseram-me que eu iria trabalhar na construção, mas era mentira”, relatou o jovem, que denunciou a morte de pelo menos 10 compatriotas na frente.
As famílias em Cuba têm suplicado clemência por seus filhos, mas Kiev mantém sua posição firme.
“Não serão liberados nem enviados a Cuba”, afirmou o funcionário consultado por Pentón, em declarações divulgadas nesta terça-feira.
A situação dos mercenários cubanos foi abordada na semana passada em uma reunião sobre segurança nacional no Capitólio de Washington D.C., onde congressistas cubano-americanos denunciaram a cumplicidade do regime de Havana no recrutamento.
Segundo a delegação ucraniana presente, milhares de cidadãos da ilha foram utilizados como carne de canhão pela Rússia, com apoio logístico do governo cubano.
Organizações do exílio, como a Assembleia da Resistência Cubana, pediram sanções internacionais contra Havana e que seja designada como estado terrorista.
“Denunciamos a exploração do povo cubano por parte da ditadura comunista de Castro, enviando jovens para morrer em um conflito que não representa os interesses da nação cubana”, declarou Orlando Gutiérrez Boronat, porta-voz da ARC.
O fenômeno cresceu desde 2023, quando centenas de cubanos foram atraídos com ofertas de salários altos e cidadania russa, mas acabaram em unidades militares como a 106ª Divisão Aerotransportada e esquadrones do Grupo Wagner.
Apesar de o vice-chanceler cubano Carlos Fernández de Cossío ter negado qualquer implicação oficial, meios de investigação na Ucrânia documentaram a presença maciça de cubanos nas fileiras russas.
Enquanto isso, na ilha, as famílias continuam aguardando respostas oficiais. Muitos não sabem se seus filhos estão vivos ou mortos, prisioneiros na Ucrânia ou desaparecidos na maquinaria bélica do Kremlin.
Perguntas frequentes sobre os mercenários cubanos na guerra da Ucrânia
Por que a Ucrânia não liberará os mercenários cubanos capturados?
A Ucrânia não tem a intenção de liberar nem repatriar os cidadãos cubanos capturados enquanto lutavam como mercenários a serviço da Rússia. A única possibilidade de que esses prisioneiros sejam libertados seria por meio de uma troca de prisioneiros com Moscovo.
Qual é a situação dos jovens cubanos recrutados pela Rússia?
Muitos jovens cubanos foram recrutados sob falsas promessas de emprego na Rússia e acabam na linha de frente de combate na Ucrânia. Prometeram-lhes salários altos e cidadania russa, mas foram enganados e enviados a unidades militares sem preparação ou consentimento informado.
Está implicado o governo cubano no recrutamento de mercenários?
O governo cubano negou oficialmente qualquer implicação no recrutamento de seus cidadãos para a guerra na Ucrânia. No entanto, meios de comunicação e testemunhos sugerem que pode haver uma cumplicidade estrutural, uma vez que muitos cubanos foram recrutados com conhecimento oficial e facilidades para sair do país.
Quais medidas foram propostas contra o regime cubano por sua implicação na guerra?
Organizações e congressistas pediram sanções internacionais contra o governo cubano. Solicita-se que seja designado como estado terrorista pela sua cumplicidade no recrutamento de cubanos para a guerra na Ucrânia.
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