Governo cubano libera os delegados de circunscrição de seus empregos

O governo cubano libera delegados de circunscrição de seus empregos para atender à comunidade em meio a uma crise energética e de abastecimento de água. A medida busca frear as crescentes protestos.

Delegados em Cuba (imagem de referência)Foto © Periódico 26

O governo cubano decidiu liberar seus empregos habituais para os delegados de circunscrição, para que se dediquem completamente a atender diretamente a população, em meio a uma profunda crise energética e de abastecimento de água que tem gerado crescentes protestos em várias regiões do país.

Esta ofensiva de comunicação comunitária, com dirigentes políticos atuando nas ruas, ocorre em um contexto de crescente descontentamento social e aumento das manifestações em massa.

Durante uma videoconferência comandada pelo governante Miguel Díaz-Canel e pelo primeiro-ministro Manuel Marrero Cruz, foi reconhecida a gravidade do panorama nacional.

Desde o Palácio da Revolução, ambos dirigentes trocaram ideias com autoridades de todas as províncias e do Município Especial Ilha da Juventude, e abordaram as consequências provocadas pelo colapso do Sistema Elétrico Nacional e pela escassez de água potável.

Marrero destacou a necessidade de reforçar o trabalho nas comunidades e sublinhou a importância de "falar diretamente com as pessoas". O dirigente comunista considera que esse é o método mais eficaz em momentos como este.

"Os diretores municipais devem estar ao lado dos delegados para que eles possam entrar nos bairros fornecendo informações à população", disse.

Em cidades como Havana e Santiago de Cuba, as autoridades mobilizaram os delegados para tarefas comunitárias, liberando-os de suas obrigações laborais. A medida visa fortalecer a comunicação com os cidadãos, que exigem respostas diante do deterioramento dos serviços básicos.

Yudelkis Ortiz Barceló, primeira secretária do Partido Comunista em Granma, destacou que “nada se compara ao contato direto com o povo” e ressaltou a importância de manter o vínculo nas comunidades, oferecendo informações claras e diretas “onde há maior concentração de população”.

Nos últimos dias, foram registradas manifestações cidadãs em áreas da capital, assim como em localidades do leste cubano como Gibara, onde os residentes começaram a expressar publicamente seu descontentamento diante da ineficiência do regime.

Apesar do cenário complexo, Díaz-Canel e Marrero insistiram que o país tem capacidade para superar a crise e afirmaram que sua equipe de governo está "projetando futuro", embora não tenham oferecido detalhes sobre soluções a curto, médio ou longo prazo.

Perguntas frequentes sobre a crise em Cuba e a mobilização de delegados

Por que o governo cubano liberou os delegados de circunscrição de seus empregos habituais?

O governo cubano liberou os delegados de circunscrição de seus empregos habituais para que se dediquem completamente a atender à população em meio a uma crise energética e de abastecimento de água. Esta medida busca fortalecer a comunicação com os cidadãos, que exigem respostas diante do deterioro dos serviços básicos.

Qual é a situação atual do sistema elétrico em Cuba?

O Sistema Electroenergetico Nacional de Cuba está em um momento crítico, agravado pela saída de várias plantas importantes. Embora tenham sido anunciados reparos, o país continua enfrentando grandes afetos durante o pico noturno. A falta de investimentos estratégicos no setor aprofundou a crise elétrica.

O que tem provocado o aumento das protestas em Cuba?

As protestas em Cuba aumentaram devido à ineficiência do regime em resolver problemas básicos como os apagões e a escassez de água e alimentos. Apesar da censura e da repressão, a população começou a exigir seus direitos, refletindo um crescente descontentamento social.

Que medidas o governo cubano está tomando para enfrentar a crise energética?

O governo cubano reconheceu a gravidade da crise energética e anunciou algumas reparações em usinas elétricas, mas não ofereceu soluções concretas a curto prazo. A falta de um plano claro e a priorização de investimentos no setor turístico agravaram a situação.

Como o governo cubano tem respondido às demandas da população durante os protestos?

O governo cubano optou por desqualificar os manifestantes e rotulá-los de "antissociais" e "delinquentes", em vez de atender às suas demandas. Essa resposta reflete uma desconexão entre a elite governante e a cidadania, que enfrenta uma das crises mais severas em décadas.

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