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Dos migrantes cubanos denunciaram que foram trasladados para um centro de detenção em El Paso, Texas, com o objetivo de deportá-los para o México.
Maikel Gallo Surera e Ernesto Martínez mostraram, então, seu traslado do centro de detenção para a fronteira a fim de serem deportados, enquanto falavam com veículos de comunicação hispânicos nos EUA.
Os dois homens conversaram em exclusiva com Univision Noticias enquanto eram transferidos em uma van de um centro de detenção em El Paso, Texas, para a fronteira com o México para serem deportados.
Os cubanos, que estavam há décadas nos Estados Unidos, documentaram o trajeto e como foram tratados pelos agentes.
“Não podem nos derrubar, não podem nos derrubar à força, eu sou prisioneiro político”, se ouve dizer Gallo.
Os cubanos disseram que as autoridades informaram que tinham uma ordem final de deportação.
Saíram em uma van para a fronteira com outros dois cubanos e um hondurenho, conforme disseram à Univisión.
Gallo está casado com uma cidadã americana e tem quatro filhos cidadãos.
“A mim, de filhos não me podem separar, têm que me matar”, disse.
O cubano, que transmitiu o percurso ao vivo, falou com sua esposa antes de chegar à fronteira e não conseguiu conter as lágrimas ao ver seus filhos.
Ao chegar ao ponto de passagem de fronteira em Ciudad Juárez, ouve-se os oficiais americanos dizendo: “Esta é sua última oportunidade de serem livres, se forem ao México, podem ser livres; se não, continuarão detidos conosco”.
“Ou podemos deportá-los para Cuba, El Salvador ou África. Vocês escolhem”, ouve-se dizer aos agentes.
Finalmente, os agentes que os acompanhavam entraram na van, pegaram o telefone e a comunicação foi perdida. Não está claro o destino dos dois cubanos.
Outros casos
Um dos casos mais recentes é o de Ángel Luis Meléndez, migrante cubano que residiu quatro anos nos Estados Unidos e agora enfrenta uma situação de incerteza após ser deportado e entregue às autoridades migratórias mexicanas.
Foi levado ao México, apesar de que o governo daquele país tem insistido publicamente que não aceitou receber deportados de outras nacionalidades.
O relato de Meléndez descreve um processo abrupto e traumático que começou após a rejeição de seu pedido de asilo político.
De igual forma, outros cubanos trocaram o sonho americano por um sonho mexicano. Para o casal formado por Lisandra e Wilson, a vida acontece em pouco mais de 30 metros quadrados no México, com ventilador, cozinha, camas compartilhadas e a gratidão por uma nova oportunidade.
México aceita migrantes cubanos deportados dos EUA.
Em janeiro passado, o Governo do México anunciou que aceitaria a recepção de migrantes cubanos deportados pelos Estados Unidos, que não podem ser enviados diretamente ao seu país de origem.
Esta medida se soma à aceitação de migrantes de outras nacionalidades, como nicaraguenses, haitianos e hondurenhos.
Zaira Carrasco Flores, titular da Oficina de Representação em Chihuahua do Instituto Nacional de Migración (INM), confirmou a existência de acordos entre os dois países para a recepção desses migrantes, embora não tenha precisado números exatos.
As autoridades mexicanas estabeleceram um horário de deportações que vai das 6 da manhã às 10 da noite.
Proteção legal contra deportação para o México
As notícias de cubanos deportados dos Estados Unidos que acabam em território mexicano sem um status definido provocam incerteza sobre como se proteger perante a lei.
A situação preocupa a comunidade migrante, que busca orientação em meio às restrições e aos riscos de ficar na irregularidade.
De acordo com a advogada especialista em migração no México, Irene Pascual, os cubanos podem recorrer a diferentes vias legais dependendo de sua situação particular.
A jurista explicou que é fundamental analisar cada caso de forma individual antes de iniciar qualquer processo.
Entre as opções encontram-se a regularização migratória por vínculo familiar —caso tenha cônjuge ou filhos mexicanos ou residentes—, solicitações por razões humanitárias, ou a revalidação de documentos que tenham sido obtidos durante seu trânsito pelo país, desde que ainda estejam válidos.
Para aqueles que não dispõem desses recursos, a alternativa pode ser apresentar um pedido de refúgio.
Perguntas frequentes sobre deportações de cubanos dos Estados Unidos para o México
Por que os Estados Unidos tentam deportar cubanos para o México?
Os Estados Unidos tentaram deportar cubanos para o México devido a acordos entre os dois países para receber migrantes de diversas nacionalidades. No entanto, isso gerou controvérsia, já que o México declarou publicamente que não aceita deportados de nacionalidades diferentes das estabelecidas em acordos específicos.
O que os cubanos deportados para o México podem fazer para se proteger legalmente?
Os cubanos deportados para o México podem explorar várias vias legais para se proteger. Segundo a advogada Irene Pascual, podem optar pela regularização migratória por vínculo familiar se tiverem familiares mexicanos, solicitar asilo por razões humanitárias ou apresentar um pedido de refúgio. Também é importante que busquem assessoria legal para avaliar sua situação específica.
Qual é a situação dos cubanos deportados no México?
Os cubanos deportados para o México frequentemente se encontram em um limbo legal, sem um status definido e com incerteza sobre seu futuro. Alguns tentaram regularizar sua situação, enquanto outros enfrentam a possibilidade de serem deportados para outras nações ou de viver no México sem a documentação adequada.
O que disse o governo mexicano sobre aceitar deportados cubanos?
O governo mexicano, liderado pela presidenta Claudia Sheinbaum, negou categoricamente que o México tenha assinado um acordo para se tornar um "terceiro país seguro" para deportados. No entanto, existem acordos específicos para receber migrantes de certas nacionalidades, e em janeiro de 2025, o México anunciou que aceitaria migrantes cubanos deportados pelos Estados Unidos sob certas condições.
O que acontece com os cubanos uma vez que são deportados para o México?
Uma vez deportados para o México, muitos cubanos enfrentam detenção por entrar sem status legal e permanecem em um estado de incerteza. Alguns conseguem ser liberados após uma detenção temporária, mas muitos carecem de documentação válida, o que complica sua situação e os impede de regularizar seu status ou retornar a Cuba.
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