Diosdado Cabello vincula María Elvira Salazar ao narcotráfico e recebe uma resposta contundente

María Elvira Salazar responde às acusações de Diosdado Cabello sobre financiamento do narcotráfico. A congressista afirma que há nervosismo no chavismo e apoia a oposição venezuelana. A tensão política está aumentando devido aos movimentos militares dos EUA no Caribe, interpretados pela Venezuela como ameaças.

A confrontação ocorre em um momento de crescente tensão política na VenezuelaFoto © X/María Elvira Salazar e Diosdado Cabello

A congressista americana María Elvira Salazar respondeu com dureza às acusações do poderoso ministro do Interior e figura chave do chavismo Diosdado Cabello, que tentou vinculá-la juntamente com a líder da oposição María Corina Machado ao financiamento do narcotráfico.

Em uma mensagem divulgada no X, Salazar classificou de “ridículo” que um “narco-militar corrupto e repressivo” como Cabello a acusasse ela e Machado de receber fundos do narcotráfico.

Afirmou que a acusação gera “riso e vergonha alheia” e assegurou que o chavismo age com “nervosismo e terror” porque “os Estados Unidos nunca estiveram tão determinados a acabar com a operação criminosa transnacional que ele e o ditador Maduro dirigem”.

A congressista afirmou que sempre estará ao lado do povo venezuelano e de “mulheres corajosas” como Machado, a quem definiu como “o futuro de uma Venezuela livre e próspera” diante da “miserável” que, segundo ela, sustenta o regime chavista.

A confrontação ocorre em um momento de crescente tensão política na Venezuela, onde a oposição insiste em desobedecer ao governo de Nicolás Maduro.

Em uma publicação anterior, Salazar já havia chamado para “deixar sozinhos os covardes que saquearam, oprimiram e dividiram o país”, em apoio a uma mensagem de Machado na qual afirmou que “chegou a hora de desobedecer à tirania”.

Por sua vez, a líder oposicionista venezuelana denunciou em X que o chavismo tenta se sustentar “com mentira, chantagem, ódio e violência”, mas destacou que a dignidade do povo venezuelano se impôs frente ao autoritarismo.

Machado chamou funcionários públicos, militares e cidadãos a desobedecer ao regime, que qualificou de criminoso e isolado, afirmando que “as praças vazias de toda a Venezuela anunciam o futuro que se aproxima”.

Na quarta-feira, em seu programa semanal Con el mazo dando, transmitido pelo canal estatal VTV, Cabello afirmou que A Venezuela está pronta para enfrentar “o que vier, por mais difícil que seja”, em alusão direta aos movimentos de navios, submarinos e fuzileiros navais dos Estados Unidos que, sob a justificativa de uma campanha antidrogas, cercam há dias o mar do Caribe.

O comunicado ocorreu após a denúncia do governo de Nicolás Maduro às Nações Unidas, onde foi alertado que o Pentágono está preparando o envio de um “cruzeiro lançador de mísseis” e um “submarino nuclear de ataque rápido” ao Caribe, o que Caracas interpreta como uma provocação direta e uma “grave ameaça à paz e à segurança regionais”.

A “resposta” venezuelana se traduziu em um despliegue de navios de guerra, drones, helicópteros e pontos de vigilância ao longo do mar do Caribe e da fronteira com a Colômbia, sob o marco da operação “Relâmpago do Catatumbo”.

El ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, confirmou que mais de 15.000 efetivos estão mobilizados.

Washington, por sua vez, não escondeu suas cartas. Segundo meios internacionais, a administração Trump enviou ao Caribe o cruzador lançador de mísseis USS Lake Erie, o submarino USS Newport News, três destróieres e cerca de 4.500 fuzileiros navais, além de aviões de espionagem. Tudo, em teoria, para combater o narcotráfico.

De acordo com o The Washington Post, além dos três destróieres, duas embarcações de desembarque, um cruzeiro, um navio de assalto anfíbio e um navio de combate costeiro fazem parte da flotilha. As embarcações possuem a bordo helicópteros, destacamentos da Guarda Costeira e agentes federais especializados na interdição de drogas.

Para o chavismo, tal narrativa é uma desculpa. A Venezuela afirma que não possui cultivos ilícitos e que o desdobramento norte-americano responde a uma estratégia geopolítica para pressionar o regime de Maduro e forçar concessões.

“Isso não tem justificação técnica; é pressão tática”, advertiu o analista Phil Gunson, do International Crisis Group.

Este jueves, Maduro enviou uma carta ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, na qual denunciou um "nível de ameaça sem precedentes" por parte dos Estados Unidos devido ao seu deslocamento militar no Caribe, e instou a exortar Washington a pôr fim a essas ações e a respeitar plenamente a soberania, a integridade territorial e a independência do país latino-americano.

En meio ao aumento das tensões, Cuba uniu forças com seu aliado venezuelano. O governante Miguel Díaz-Canel prometeu “apoio incondicional” a Maduro e denunciou as “ameaças imperialistas” dos Estados Unidos, reforçando a aliança histórica entre Havana e Caracas.

Perguntas frequentes sobre as acusações de Diosdado Cabello e a resposta de María Elvira Salazar

Por que Diosdado Cabello acusa María Elvira Salazar e María Corina Machado de receber financiamento do narcotráfico?

Diosdado Cabello, uma figura-chave do chavismo, fez essas acusações como parte de uma estratégia para deslegitimar seus opositores políticos. Essas acusações ocorrem em um contexto de crescente tensão política na Venezuela, onde o governo de Nicolás Maduro enfrenta pressões internas e externas. Cabello busca vincular figuras opositoras a atividades ilícitas para desacreditar suas críticas e propostas de mudança política.

Qual tem sido a resposta de María Elvira Salazar às acusações de Cabello?

María Elvira Salazar respondeu qualificando as acusações de "ridículas", assegurando que provocam "risos e vergonha alheia". Salazar enfatizou que o regime chavista age com "nervosismo e terror" diante da determinação dos Estados Unidos de acabar com o que descreveu como uma "operação criminosa transnacional". Além disso, reafirmou seu apoio ao povo venezuelano e a líderes opositores como María Corina Machado.

Como se interpreta o desdobramento militar dos Estados Unidos no Caribe?

O despliegue militar dos Estados Unidos no Caribe é interpretado como uma campanha antidrogas, embora a Venezuela o veja como uma provocação direta. Washington enviou navios, submarinos e fuzileiros navais ao Caribe, argumentando que o objetivo é conter o narcotráfico. No entanto, o governo de Maduro percebe isso como uma "grave ameaça à paz e à segurança regionais" e respondeu com seu próprio despliegue militar na região.

Qual é a posição de María Corina Machado sobre a situação na Venezuela?

María Corina Machado convocou à desobediência ao regime de Maduro, chamando-o de criminoso e isolado. Machado denunciou que o chavismo se mantém "com mentiras, chantagem, ódio e violência", e instou servidores públicos, militares e cidadãos a desobedecer ao regime. Além disso, destacou a coragem do povo venezuelano frente ao autoritarismo e prometeu que a liberdade está se aproximando para a Venezuela.

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