Um voo com 199 venezuelanos deportados dos Estados Unidos aterrizou na madrugada desta segunda-feira, 24 de março, no Aeroporto Internacional Simón Bolívar, em Maiquetía, reativando assim os voos de repatriação que haviam sido suspensos há um mês em meio a novas tensões entre Caracas e Washington devido à crise migratória.
A aeronave, pertencente à estatal Conviasa, aterrissou às 01:01 da madrugada, informou o ministro do Interior e Justiça, Diosdado Cabello, que assegurou que “Venezuela está pronta para receber os compatriotas onde quer que estejam”, de acordo com a agência AFP.
Este foi o quarto voo desde a retomada parcial do acordo de deportações, alcançado após a visita a Caracas do enviado de Donald Trump, Richard Grenell, no dia 31 de janeiro. Os dois primeiros partiram de El Paso, Texas; em seguida, seguiu outro com 177 migrantes detidos na Base Naval de Guantánamo, Cuba.
A operação em questão foi realizada através de Honduras, devido à impossibilidade de aeronaves venezuelanas chegarem diretamente ao território americano.
A chegada deste grupo ocorre apenas uma semana após 238 venezuelanos terem sido transferidos para o Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), uma prisão de máxima segurança em El Salvador.
Nicolás Maduro qualificou o fato como um "sequestro", enquanto os EUA asseguram que os deportados pertencem à banda criminosa Tren de Aragua.
Sobre o tema, Trump justificou a medida ao afirmar que o governo de Maduro enviou "de forma deliberada e enganadora" dezenas de milhares de criminosos para os Estados Unidos, incluindo membros do Tren de Aragua, grupo designado como "Organização Terrorista Estrangeira".
As fricções entre ambos os governos são complexas. Apesar desses voos, Trump anunciou nesta segunda-feira que imporá uma tarifa de 25 por cento aos países que adquirirem petróleo ou gás da Venezuela.
O mandatário especificou que qualquer nação que compre petróleo ou gás da Venezuela deverá pagar essa taxa sobre qualquer comércio que realizar com os Estados Unidos.
Vale a pena ressaltar que os Estados Unidos não reconhecem o terceiro mandato de Maduro após as controvertidas eleições de 28 de julho de 2024. A oposição afirma que o verdadeiro vencedor foi Edmundo González Urrutia, exilado desde setembro.
Perguntas Frequentes sobre Deportações de Venezuelanos dos EUA para a Venezuela
Por que os Estados Unidos está deportando venezuelanos?
Os Estados Unidos estão deportando venezuelanos como parte de um acordo com o governo de Nicolás Maduro, que envolve a repatriação de migrantes ilegais, incluindo supostos membros da gangue criminosa Tren de Aragua. Esta medida responde à política migratória do presidente Donald Trump e à acusação de que o governo venezuelano tem enviado criminosos ao país de forma deliberada.
Que ações o governo de Maduro tomou em relação às deportações?
O governo de Nicolás Maduro reativou o Plano Vuelta a la Patria, recebendo os deportados na Venezuela e garantindo que nem todos têm antecedentes criminais. Além disso, negou vínculos entre os deportados e o Tren de Aragua e contratou escritórios de advocacia para representar os venezuelanos nos Estados Unidos e El Salvador.
O que é o Tren de Aragua e qual é a sua implicação neste contexto?
O Trem de Aragua é uma organização criminosa considerada pelos Estados Unidos como uma "Organização Terrorista Estrangeira". Acusa-se que ela desestabiliza a segurança pública nos EUA com o apoio do governo de Maduro. Muitos dos deportados são acusados de pertencer a essa gangue, o que tem sido um ponto central nas tensões entre os dois países.
Qual é o impacto da tarifa de 25% anunciada por Trump sobre o petróleo venezuelano?
Tarifas de 25% impactam os países que compram petróleo ou gás da Venezuela, uma vez que terão que pagar esse imposto sobre qualquer comércio que realizem com os Estados Unidos. Essa medida visa pressionar economicamente o governo de Maduro e desestimular o comércio de petróleo venezuelano no mercado internacional.
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