A esposa de José Daniel Ferrer, Nelva Ismarays Ortega, e seus filhos o visitaram no dia 29 de julho na prisão de Mar Verde, em Santiago de Cuba, onde o líder da União Patriótica de Cuba (UNPACU) permanece encarcerado após a revogação de sua liberdade condicional em abril.
“Ontem, 29 de julho, aproximadamente às 14h, sua esposa e dois de seus filhos conseguiram visitá-lo na prisão por seu 55º aniversário. Estiveram uma hora com ele, levaram um almoço e um bolo”, escreveu sua irmã, Ana Belkis Ferrer, na conta oficial do opositor no X.
No mesmo comunicado, afirmou que Ferrer "continua na mesma cela, junto a presos comuns e sob constantes ameaças", e que “desde 5 de julho até a data não cessaram as selvagens agressões e torturas”, além de apresentar “fortes dores de cabeça, musculares, articulares e na região dos rins”. Acrescentou que o opositor “envia cumprimentos e agradece infinitamente a quem o parabenizou e está atento”.
Ferrer havia iniciado uma greve de fome em 29 de junho. No dia 2 de julho, sua esposa foi presa quando tentava chegar à prisão com seus filhos para exigir uma prova de vida; dias depois, o regime permitiu uma visita supervisionada após vários dias sem informações.
En meio dessas denúncias, cinco funcionários da prisão de Mar Verde foram incluídos na Lista de Repressão da Fundação para os Direitos Humanos em Cuba (FDHC) por sua suposta participação em agressões contra Ferrer após o início de sua greve de fome. De acordo com a organização, os oficiais teriam estado envolvidos em espancamentos e outras práticas abusivas.
Este 30 de julho, os Estados Unidos se pronunciaram novamente sobre a situação do opositor, a propósito de seu 55º aniversário: “Ontem, José Daniel Ferrer passou mais um aniversário injustamente encarcerado. Os Estados Unidos não esquecem sua coragem nem a tenacidade dos incontáveis cubanos que enfrentaram um regime criminoso e ilegítimo”, publicou no X o Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado. A Anistia Internacional, por sua vez, também exigiu sua libertação imediata e lembrou que Ferrer está privado de liberdade “submetido a tratamentos cruéis, desumanos e tortura, longe de sua família e de seus filhos”.
O opositor foi liberado em janeiro com liberdade condicional, mas o Tribunal Supremo Popular revogou o benefício no final de abril passado, alegando que ele não compareceu a citações judiciais, o que motivou seu retorno à prisão.
Perguntas frequentes sobre a situação de José Daniel Ferrer e a repressão em Cuba
Quem é José Daniel Ferrer e por que está preso?
José Daniel Ferrer é um líder opositor cubano, fundador da União Patriótica de Cuba (UNPACU). Foi preso após a revogação de sua liberdade condicional em abril de 2025, acusado de desacato e propaganda contra a ordem constitucional. Sua detenção é vista por observadores internacionais como uma manobra política para silenciar seu ativismo e trabalho humanitário em Cuba.
Quais são as condições de detenção de José Daniel Ferrer?
José Daniel Ferrer enfrenta condições desumanas na prisão de Mar Verde, incluindo torturas, agressões, falta de atendimento médico e confinamento ao lado de presos comuns que o agredem. Essas condições levaram Ferrer a iniciar uma greve de fome em protesto por sua situação carcerária.
Que ações têm tomado organizações internacionais em relação à situação de Ferrer?
Organizações internacionais como a Anistia Internacional e o governo dos Estados Unidos exigiram a liberação imediata de José Daniel Ferrer. Além disso, a Fundação para os Direitos Humanos em Cuba (FDHC) incluiu funcionários da prisão de Mar Verde em sua Lista de Repressores por seu papel nas agressões contra Ferrer.
Como o regime cubano respondeu às denúncias sobre o tratamento de José Daniel Ferrer?
O regime cubano manteve silêncio oficial diante das denúncias internacionais sobre o tratamento a Ferrer, mas apresentou provas de vida sob pressão internacional. No entanto, as práticas repressivas não cessaram e o regime continua a usar o sistema penitenciário como ferramenta de punição contra a dissidência.
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