Cinco funcionários da prisão de Mar Verde, em Santiago de Cuba, foram incorporados à Lista de Repressores da Fundação para os Direitos Humanos em Cuba (FDHC), após serem acusados de participar de brutais espancamentos e torturas contra o líder opositor José Daniel Ferrer García.
A FDHC, responsável pelo site Represores Cubanos, denunciou em um comunicado enviado à nossa redação que as agressões começaram no dia 25 de junho de 2025, após Ferrer se declarar em greve de fome em protesto contra os tratamentos cruéis e a imposição do uniforme de preso comum.
Segundo o depoimento oferecido por Ferrer à sua esposa, Nelva Ismarays Ortega, durante uma visita em 5 de julho, os ataques foram autorizados e dirigidos pelo chefe do presídio, Tenente Coronel Vladimir Pineda Guerr, e também envolveram o Coronel Adalberto Andreu Chacón, o Capitão José Miguel Hechavarría Gorguet, o Major José Luis Yáñez Herrera e o Capitão Liván Laugart Riquelme.
La FDHC acusa esses funcionários de cometer crimes de lesa humanidade por tortura e perseguição política, assim como de violar o artigo 5 da Declaração Universal dos Direitos Humanos e as Regras de Mandela sobre o tratamento de prisioneiros.
Além dos oficiais, Ferrer teria sido agredido por pelo menos seis detentos comuns, supostamente instigados pelas autoridades penitenciárias para continuar com as agressões.
Nelva Ismarays Ortega relatou que o corpo do líder da União Patriótica de Cuba (UNPACU) estava cheio de hematomas e foi agredido em todo o corpo com tanta violência que chegou a perder o controle dos esfíncteres.
As torturas que começaram no dia 25 de junho incluíram torções de dedos e pulsos, tentativas forçadas de alimentá-lo com leite durante sua greve, e mantê-lo em condições de higiene deploráveis por 48 horas. Ele também teria recebido ameaças contra sua família como parte de uma estratégia de tortura psicológica.
O projeto considera esses abusos como uma retaliação direta do regime contra Ferrer por seu trabalho humanitário em Santiago de Cuba, especialmente sua campanha de assistência médica e alimentar que, segundo a fundação, a Segurança do Estado não conseguiu impedir enquanto ele estava em liberdade condicional.
Cabe destacar que o chefe do penal, Vladimir Pineda Guerra, já figurava no site represorescubanos.com por manter Ferrer incomunicado e sem visitas entre março e junho de 2023.
A nova denúncia agrava seu expediente e o de seus subordinados, cujos registros estão disponíveis publicamente na plataforma de direitos humanos.
A Fundação conclui sua denúncia exigindo que se investigue e sancione internacionalmente os responsáveis pelo maltrato físico e psicológico contra o preso político.
El passado 29 de junho, Ferrer iniciou uma greve de fome para protestar contra sua prisão injusta e as condições desumanas que enfrenta na prisão.
A irmã do ativista, Ana Belkis Ferrer, explicou que a greve de fome foi antecipada por Ferrer, que tinha a intenção de começá-la no dia 1º de julho, mas devido ao agravamento das condições carcerárias decidiu iniciar sua protesta antes.
Entre os motivos citados para essa ação extrema estão os maus-tratos, os abusos, a fome, a falta de atendimento médico, o fornecimento de alimentos em estado de decomposição e a água contaminada, que têm causado doenças entre a população carcerária.
Perguntas frequentes sobre o caso de José Daniel Ferrer em Cuba
Quem é José Daniel Ferrer e por que está na prisão?
José Daniel Ferrer é um líder opositor cubano e fundador da União Patriótica de Cuba (UNPACU). Foi preso e enviado para a prisão de Mar Verde para cumprir uma condenação imposta em 2020, considerada injusta por organizações de direitos humanos. Seu encarceramento tem sido interpretado como uma retaliação política por seu ativismo e trabalho humanitário em Cuba.
Queixas têm sido feitas sobre o tratamento de Ferrer na prisão?
A Fundação para os Direitos Humanos em Cuba (FDHC) denunciou que Ferrer foi vítima de brutais agressões e torturas na prisão de Mar Verde. As agressões teriam sido autorizadas por funcionários de alto escalão do presídio e realizadas por prisioneiros comuns instigados pelas autoridades. As condições desumanas de seu encarceramento incluem maus-tratos, falta de atendimento médico e alimentação insuficiente.
Por que Ferrer iniciou uma greve de fome?
José Daniel Ferrer iniciou uma greve de fome em 29 de junho de 2025 para protestar contra seu encarceramento injusto e as condições desumanas que enfrenta na prisão. A greve busca denunciar o maus-tratos, a fome, a falta de atendimento médico e os abusos que sofre, além de exigir sua liberação e a de todos os prisioneiros políticos em Cuba.
Qual tem sido a resposta da comunidade internacional diante do caso de Ferrer?
A comunidade internacional, incluindo o Parlamento Europeu e o governo dos Estados Unidos, condenou a prisão de Ferrer e exigiu sua liberação imediata. Os Estados Unidos solicitaram uma prova de vida imediata do opositor, enquanto ativistas em Miami têm promovido campanhas para dar visibilidade ao caso e exigir a libertação de todos os prisioneiros políticos cubanos.
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