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As plataformas YoSíTe Creo en Cuba (YSTCC) e o Observatório de Gênero de Alas Tensas (OGAT) confirmaram nesta quarta-feira um novo feminicídio ocorrido nos últimos dias em Havana.
O mais recente crime machista elevou para 22 o número total de mulheres assassinadas por razões de gênero no decorrer de 2025 no país, segundo dados preliminares das entidades independentes mencionadas.
A vítima foi identificada como Kenia Rodríguez Mora, de 49 anos, que foi assassinada por seu parceiro na segunda-feira, 28 de julho, em sua casa em Luyanó, no município Diez de Outubro, em Havana.
As plataformas esclareceram que a mulher falecida deixa uma filha “resultado da relação com o agressor, que agora se encontra em uma situação mais vulnerável.”
“Continuamos insistindo na situação das vítimas indiretas dos feminicídios, especialmente meninas, meninos e adolescentes que ficam sob os cuidados de familiares e sem a devida proteção ou atenção do Estado”, alertaram ambas as organizações.
O sub-registro realizado pelos observatórios OGAT e YSTCC até 30 de julho é de 22 feminicídios, um assassinato de homem por motivos de gênero e duas tentativas de feminicídio.
Além disso, estão sendo investigados três alertas: um em Santiago de Cuba, um em Villa Clara e outro em Camagüey.
Previamente, o portal independente 14ymedio havia dado a conhecer o caso através de testemunhos de vizinhos.
Segundo essas fontes, Kenia, mãe de uma menina de sete anos, foi assassinada por seu companheiro, que a jogou do telhado de sua casa na rua Rodríguez.
Kenia vivia em condições de extrema precariedade. Seus vizinhos disseram que ela era uma mulher muito magra que se dedicava a vender ou pedir para sobreviver.
O referido meio revelou, além disso, que Kenia era vítima de um padrão de violência prolongada. Seu parceiro era alcoólatra e a agredia constantemente.
O crime ocorreu após uma discussão que começou na noite de sábado e se prolongou até a manhã de domingo, quando "continuou agredindo e ameaçando-a", explicou uma vizinha.
Segundo a referida fonte independente, Kenia correu para se esconder no telhado de sua casa na tentativa de escapar. No entanto, o agressor a perseguiu até lá e, em um ato brutal, a atirou no vazio.
Apesar de o assassino ter tentado levar Kenia ao hospital após o ocorrido, já era tarde demais. A polícia o prendeu pouco depois.
Feminicídios em Cuba
Em 2024, 76 mulheres foram vítimas de feminicídio em Cuba, nas mãos de seus parceiros, ex-parceiros ou outras pessoas, conforme divulgado pelo regime da ilha em um recente relatório oficial sobre a violência de gênero extrema contra o sexo feminino.
O Observatório de Cuba sobre Igualdade de Gênero (OCIG), entidade vinculada ao governo cubano, divulgou o número referindo-se à quantidade de mulheres de 15 anos ou mais que foram "vítimas de homicídio intencional (assassinato)" por razões de gênero, sem mencionar em nenhum momento o termo feminicídio.
A cifra é muito superior ao subregistro que no ano passado fizeram as plataformas feministas independentes Observatório de Gênero de Alas Tensas e YoSíTeCreo em Cuba, que documentaram 56 feminicídios em 2024, segundo o relatório anual publicado pela OGAT.
Perguntas frequentes sobre os feminicídios em Cuba
Quantos feminicídios foram registrados em Cuba em 2025?
Até 30 de julho de 2025, foram registrados 22 feminicídios em Cuba, de acordo com os dados preliminares das plataformas independentes YoSíTe Creo em Cuba (YSTCC) e do Observatório de Gênero de Alas Tensas (OGAT).
Como a violência machista afeta os menores em Cuba?
Os feminicídios em Cuba deixam muitas crianças em situações de vulnerabilidade extrema. Os filhos das vítimas geralmente ficam órfãos e sem a proteção adequada do Estado, o que evidencia uma falta de políticas públicas para atender a essas vítimas indiretas da violência de gênero.
O governo cubano reconhece o termo "feminicídio"?
O governo cubano não reconhece oficialmente o termo "feminicídio" e não o tipificou como crime em seu Código Penal. Essa negação impede a criação de políticas públicas efetivas para enfrentar e prevenir a violência de gênero.
Qual é o papel das organizações independentes em Cuba em relação aos feminicídios?
As plataformas independentes como YoSíTe Creo em Cuba e Alas Tensas são fundamentais para a visibilidade e documentação dos feminicídios em Cuba. Apesar da falta de reconhecimento oficial, essas organizações trabalham para verificar, denunciar e oferecer apoio às vítimas e suas famílias.
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