Mike Hammer transmitiu uma mensagem de Marco Rubio ao povo cubano: "Em breve serão livres."

O regime cubano impediu a assistência de ativistas, jornalistas independentes e membros da sociedade civil à celebração do 4 de julho na Embaixada dos Estados Unidos em Havana.

Mike Hammer e o secretário de Estado Marco RubioFoto © Facebook / Cubanet Noticias e X / @SecRubio

Em uma recepção emocionante pelo Dia da Independência dos Estados Unidos realizada nesta quarta-feira na sede da Embaixada americana em Havana, o chefe da missão diplomática, Mike Hammer, compartilhou uma mensagem repleta de simbolismo, apoio político e esperança: “Em breve serão livres”, afirmou, citando palavras do secretário de Estado americano, o cubano-americano Marco Rubio.

Durante seu discurso, Hammer relatou um encontro com Rubio em Washington no passado mês de maio, no escritório do secretário na Casa Branca. “Quando me reuni com o secretário de Estado Marco Rubio, ele me fez um pedido: que toda vez que eu encontrasse um cubano, transmitisse que os Estados Unidos os apoia”, disse o diplomata diante de uma audiência composta por convidados cubanos e estrangeiros.

“Quero que saibam que os apoiamos. Que temos sempre a sua causa à frente de tudo. Que falamos de vocês em todos os lugares onde nos dão a oportunidade. E que rezamos todos os dias para que Deus abençoe a todos vocês e para que Cuba em breve seja livre, soberana, independente, e que o destino de Cuba esteja nas mãos do povo”, leu Hammer, citando o influente ex-senador republicano.

A mensagem, direta e emotiva, foi recebida com atenção pelos presentes, em um contexto de crescente pressão internacional sobre o governo cubano e em meio a uma crise econômica e social que continua provocando o êxodo de milhares de cubanos.

Hammer também destacou a ascensão política de Rubio como símbolo das oportunidades nos Estados Unidos: “Um filho de cubanos chegou a uma alta posição como secretário de Estado. Esse é meu país”, sublinhou, referindo-se ao papel de liderança que desempenha Rubio, nascido em Miami de pais cubanos.

O gesto de Hammer não é insignificante. Na linguagem diplomática, transmitir palavras tão explícitas como “em breve serão livres” representa um sinal de apoio que, embora simbólico, ressoa profundamente entre aqueles que veem no apoio internacional uma possível via para a mudança em Cuba.

No entanto, enquanto na sede diplomática tremulavam bandeiras e se falava de futuro, , com operações, prisões e detenções domiciliares para impedir que vozes independentes comparecessem à celebração.

Desde a manhã do dia 2 de julho, agentes da Segurança do Estado começaram a intensificar a vigilância em frente às casas de ativistas e jornalistas. Entre os detidos, encontram-se:

Berta Soler, líder das Damas de Branco, detida ao sair de sua casa em Lawton.

Osvaldo Navarro, rapper contestador, e sua parceira Marthadela Tamayo, interceptados no Cerro.

Camila Acosta, jornalista do diário ABC, e seu parceiro, o escritor Ángel Santiesteban, foram sitiados.

Oscar Elías Biscet e Elsa Morejón, também sob prisão domiciliar.

Em outras províncias, foram relatadas ações semelhantes. Em Villa Clara, o opositor Librado Linares denunciou vigilância constante. Em Cienfuegos, os irmãos Bárbaro e Juan Alberto de la Nuez foram ameaçados pela polícia política. Em Pinar del Río, as autoridades impediram que Eduardo Díaz Fleitas e sua mãe, Nilda García, mãe de um preso político, viajassem para Havana.

A jornalista Yunia Figueredo e seu esposo, o escritor Frank Correa, foram detidos por se recusarem a comparecer a um interrogatório policial.

A repressão não foi apenas física, mas também simbólica. Como apontou o jornalista Reynaldo Escobar, do 14ymedio:

“Durante a guerra de independência dos EUA, parte do esforço de George Washington foi financiada a partir de Havana. Hoje, é incluso impedido participar de uma festa commemorativa.”

O governo cubano acusou o chefe da missão Mike Hammer de “ingerência” e ameaçou com sua expulsão por se reunir com opositores e membros da sociedade civil. No entanto, longe de atenuar sua postura, Hammer respondeu reafirmando o apoio dos EUA ao povo cubano, sem rodeios.

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