Defensores do regime cubano confrontam Mike Hammer em Varadero: “O povo decidiu Revolução”

A campanha de desacreditação contra ele coincide com uma fase de crescente visibilidade do funcionário na ilha, onde tem enfatizado a necessidade de ouvir o povo cubano, sem intermediários ou censuras, e tem expressado críticas ao fracasso do modelo econômico e político vigente.

Mike Hammer e os "espontâneos" interlocutoresFoto © Captura de vídeo Facebook / La Tia Carmen

Um novo incidente protagonizado pelo chefe da Missão dos Estados Unidos em Cuba, Mike Hammer, gerou polêmica após a divulgação nas redes sociais de um vídeo em que um grupo de supostos cidadãos "revolucionários" o confronta durante sua estada em Varadero.

As imagens, compartilhadas por perfis vinculados ao ministério do Interior (MININT), fazem parte do que o próprio diplomata já havia denunciado como uma campanha de hostilização e manipulação.

Captura de tela Facebook / A Tia Carmen

Hammer, who took advantage of a tour in Matanzas to make a private visit to the Varadero beach resort with his family, was approached by three or four people while strolling through the area.

Em aparência, os indivíduos se apresentaram como cidadãos interessados em dialogar, mas rapidamente direcionaram a conversa para questionamentos políticos, no que agora se confirma como uma cena orquestrada para gravar o diplomático e utilizar sua imagem com fins propagandísticos.

No vídeo, os interlocutores simularam um encontro casual com Hammer, a quem reprovaram o embargo americano e o pressionaram a “ajudar” o povo cubano retirando Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo.

Embora o diplomata tenha respondido com cortesia e evitado confrontos, recusou-se a continuar a troca de ideias e se retirou, evidenciando desconforto diante da insistência dos supostos cidadãos.

“Agora o que mais há é turismo cubano”, disse um dos apoiadores do regime que se dirigiu a Hammer. “Estamos muito incomodados com o problema do turismo, por causa do bloqueio, porque... o bloqueio não nos permite que venham pessoas”, disse uma mulher que o acompanhava.

Sin deixar que ele respondesse, o cubano “revolucionário” iniciou outra pergunta: “O senhor gosta muito de conversar com os cubanos. E vocês manifestam que querem ajudar o povo… salvá-lo da ditadura, como vocês dizem…”. Com um sorriso, Hammer esclareceu: “Não é isso, o que queremos é que o povo cubano decida”.

“¡O povo cubano, em geral, já decidiu! ¡E decidiu a Revolução!”, interrompeu o suposto interlocutor “espontâneo” com entusiasmo. Sem perder a compostura, o diplomata americano se limitou a perguntar: “E aqueles que nasceram depois de 59?”, provocando ainda mais agitação no grupinho de “revolucionários”.

“Vamos ver se comemos em Varadero”, disse Hammer antes de partir, enquanto um dos interlocutores lhe reclamava que não havia terminado a conversa: “A esse nada mais lhe gosta de ouvir o que os outros podem lhe dizer”.

O vídeo, que foi divulgado no pelo perfil oficialista “La Tía Carmen”, foi acompanhado de mensagens que tentaram desacreditar Hammer e apresentá-lo como um “intervencionista” que age à margem das restrições impostas pelas leis norte-americanas sobre o turismo em Cuba.

“La Tía Carmen”, habitual porta-voz de campanhas oficialistas nas redes, questionou a legalidade da missão diplomática de Hammer na ilha e zombou de seus comentários anteriores sobre a presença de turistas russos em Varadero. “Em sua paranoia, só faltou insinuar que havia alguma base ultrassecreta russa escondida em algum hotel”, publicou a conta.

O conteúdo compartilhado apontou novamente para reforçar a narrativa oficial de que Hammer busca desestabilizar o país e fomentar uma imagem negativa da chamada “revolução”.

Este novo episódio se junta a outros incidentes similares denunciados por Hammer nas últimas semanas.

Durante uma travessia na lanchinha de Regla, foi alvo de um ato de repúdio protagonizado por agentes encobertos, e também enfrentou provocações em encontros públicos em Havana e Matanzas.

Em todos os casos, o diplomata reiterou sua disposição para dialogar com cubanos de todos os setores, mas criticou o uso de métodos de intimidação e manipulação que ofuscam qualquer tentativa genuína de intercâmbio.

A campanha de descrédito contra ele coincide com uma fase de crescente visibilidade do funcionário na ilha, onde ele enfatizou a necessidade de ouvir o povo cubano, sem intermediários ou censuras, e expressou críticas ao fracasso do modelo econômico e político vigente.

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