O governo das Bahamas anunciou que cancelará os contratos vigentes com profissionais de saúde cubanos após conversas com os Estados Unidos, conforme informou o ministro da Saúde, Michael Darville, durante uma intervenção no Parlamento nesta segunda-feira.
A nota, publicada pela agência Reuters, detalha que o Ministério da Saúde das Bahamas planeja agora estabelecer contratos de trabalho diretos com os trabalhadores cubanos que desejam permanecer no país.
“Quem não estiver interessado neste novo acordo terá tempo para colocar suas questões em ordem e retornar a Cuba”, afirmou Darville.
Atualmente, apenas 35 profissionais cubanos prestam serviços nas Bahamas, a maioria como técnicos de laboratório, radiologistas e engenheiros, precisou o ministro.
No entanto, o país enfrenta um déficit de pessoal de saúde local, o que historicamente motivou a contratação de brigadas estrangeiras.
Darville também informou que estão suspensas as negociações para contratar novos médicos e professores cubanos, até que as conversas com o governo dos Estados Unidos sejam concluídas.
O programa de exportação de serviços médicos é uma das principais fontes de receita do regime cubano.
No entanto, Washington —por meio de seu secretário de Estado Marco Rubio— acusou o governo de Havana de práticas de tráfico de pessoas e exploração laboral nessas missões, algo que as autoridades cubanas e vários líderes do Caribe negam, argumentando que os convênios médicos cumprem normas internacionais.
Em maio, o governo das Bahamas anunciou que pagaria diretamente aos médicos cubanos que prestam serviços no país, conforme anunciaram fontes oficiais.
Esta medida surge após as pressões exercidas pela administração do presidente americano Donald Trump, e especialmente pelo secretário de Estado, que tem criticado reiteradamente os acordos que permitem a Cuba enviar profissionais de saúde ao exterior.
Em uma conferência de imprensa no Salão Diplomático do Aeroporto Internacional Lynden Pindling, o primeiro-ministro das Bahamas, Philip Brave Davis, anunciou que seu governo está renegociando os acordos trabalhistas com Cuba e pagará diretamente a todos os trabalhadores estrangeiros contratados pelo governo, informou The Nassau Guardian.
No entanto, a decisão do governo das Bahamas de cancelar os acordos com Havana se deve ao fato de que, após o anúncio de pagamento direto aos médicos, persistiram os mecanismos de confisco salarial implementados pelo regime cubano.
Assim confirmaram vários ex-colaboradores das brigadas médicas ao Martí Noticias, que afirmaram que mesmo com depósitos diretos do governo local, os profissionais eram obrigados a remeter a maior parte de seus rendimentos a contas controladas pelo Estado cubano.
Estas decisões também se enquadram no contexto de uma reunião realizada em maio passado, quando o primeiro-ministro das Bahamas, Philip Davis, junto a uma delegação oficial, manteve encontros com altos funcionários do governo dos Estados Unidos para abordar dois temas-chave: a contratação de médicos cubanos no arquipélago e as restrições de vistos impostas por Washington a funcionários ligados às missões médicas cubanas.
Segundo informou a secretária de imprensa das Bahamas, Keishla Adderley, a reunião foi uma resposta à preocupação expressa pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, sobre a compensação aos médicos cubanos, a quem acusa de serem vítimas de "tráfico de pessoas", reportou a agência EFE.
Além disso, em abril, o governo dos Estados Unidos denunciou que o regime cubano obtém mais de 4,900 milhões de dólares por ano com missões médicas; a mensagem foi emitida um dia após pedir o fim do tráfico de pessoas por meio desse tipo de prática.
Perguntas frequentes sobre o cancelamento de contratos com brigadas médicas cubanas nas Bahamas
Por que as Bahamas decidiram cancelar os contratos com as brigadas médicas cubanas?
As Bahamas decidiu cancelar os contratos com as brigadas médicas cubanas após conversas com os Estados Unidos devido a preocupações sobre exploração laboral e trabalho forçado nessas missões médicas organizadas pelo regime cubano. O governo das Bahamas planeja agora estabelecer contratos de trabalho diretos com os trabalhadores cubanos que desejam permanecer no país.
Como essa decisão afeta os médicos cubanos nas Bahamas?
Os médicos cubanos que desejam permanecer nas Bahamas terão a oportunidade de estabelecer contratos de trabalho diretos com o governo bahamense. Aqueles que não estiverem interessados neste novo acordo terão tempo para organizar seus assuntos e retornar a Cuba. Atualmente, apenas 35 profissionais cubanos prestam serviços nas Bahamas, e a maioria são técnicos de laboratório, radiologistas e engenheiros.
Qual é o impacto do cancelamento dos contratos no sistema de saúde das Bahamas?
Bahamas enfrenta um déficit de pessoal de saúde local, o que historicamente motivou a contratação de brigadas estrangeiras. A cancelamento dos contratos com as brigadas médicas cubanas pode agravar essa situação, embora o governo bahamense esteja trabalhando para renegociar os acordos laborais e contratar diretamente os profissionais de saúde cubanos que desejam permanecer no país.
Quais argumentos tem os Estados Unidos para qualificar as missões médicas cubanas de exploração laboral?
Os Estados Unidos argumentam que as missões médicas cubanas operam sob condições de exploração laboral porque os médicos não recebem diretamente seus salários, uma parte significativa de seus ganhos é retida, e em alguns casos, seus passaportes são confiscados para impedi-los de abandonarem as missões. Washington classifica essas práticas como uma forma de escravidão moderna e tráfico de pessoas.
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