Pintam consignas contra o regime no muro do cemitério de Holguín

No cemetery de Holguín apareceram mais de 20 pichações contra o regime cubano, destacando um aumento dessas protestas em Cuba. As autoridades cubanas apagaram rapidamente as consignas.

Entrada do cemitério Mayabe, em HolguínFoto © ¡Agora!

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Mais de 20 pichações com consignas contra o regime cubano apareceram no muro do cemitério de Mayabe, em Holguín, esta semana.

De acordo com o meio independente 14 y Medio, mais de 20 pichações com frases como “Abaixo a ditadura”, “Pátria e vida”, “Díaz-Canel, filho da puta” ou “Liberdade para o povo” apareceram na quinta-feira passada na parede do cemitério.

O lugar foi tomado desde cedo por agentes do Ministério do Interior (MININT) que vigiavam aqueles que passavam perto, para que não tirassem fotos, enquanto tentavam apagar as pichações.

“Não podíamos tirar o celular nem para ver uma mensagem (...) Não tiraram os olhos de mim, tive medo por um momento de que me levassem”, disse ao meio independente o motorista de um triciclo elétrico que passou pelo cemitério nas primeiras horas da quinta-feira.

O meio independente compartilhou imagens do muro recém-pintado após as pichações terem sido apagadas.

Um caminhão-tanque carregado de cal foi necessário para cobrir as pichações, relataram testemunhas.

A aparição de cartazes contra o regime é cada vez mais comum em um contexto cada vez mais marcado pelo descontentamento cidadão.

No início de junho, uma placa com a frase “Abaixo a ditadura” apareceu em uma das áreas mais movimentadas de Sancti Spíritus, o que provocou um grande alvoroço nas redes sociais e entre os transeuntes que presenciaram a cena antes que fosse apagada por agentes do MININT.

A mensagem foi pintada com letras negras em um muro emblemático localizado exatamente na interseção da Carretera Central com a Avenida dos Mártires (Marcos García), em frente à sede provincial do Ministério de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (CITMA) e à Universidade "José Martí".

No final do ano passado, surgiram vários cartazes críticos a Raúl Castro na localidade de Dos Caminos, no município de San Luis, na província de Santiago.

Nessa ocasião, os textos, escritos com lápis preto nas paredes do que parecia ser uma moradia, diziam: "Abaixo Raúl" e "Ping... há fome".

Em Cuba, essas expressões de protesto, cada vez mais frequentes, costumam ser reprimidas, e as autoridades vão ao local com peritos, cães e pessoal especializado para identificar os responsáveis e prendê-los.

Em maio do ano passado, um tribunal impôs nove anos de prisão contra o jovem Jorge Luis Boada Valdés, suposto autor de um enorme cartaz contra o regime, que apareceu no bairro de Santos Suárez, Havana, em janeiro de 2022.

Perguntas frequentes sobre as manifestações de descontentamento em Cuba

Quais consignas foram pintadas no cemitérios de Holguín?

As consignas pintadas na parede do cemitério de Holguín incluíam frases como "Abaixo a ditadura", "Pátria e vida", "Díaz-Canel, singao" e "Liberdade para o povo". Essas expressões refletem um crescente descontentamento em relação ao regime cubano.

Como reagiram as autoridades diante das pichações no cemitério de Holguín?

As autoridades cubanas responderam rapidamente às pichações despejando agentes do Ministério do Interior (MININT) para vigiar a área e impedir que fossem tiradas fotos. Utilizaram um caminhão-pipa carregado de cal para cobrir as pichações, demonstrando sua intenção de reprimir qualquer forma de protesto público.

Por que as protestas em Cuba estão aumentando?

As manifestações em Cuba estão aumentando devido a uma grave crise econômica, caracterizada pela escassez de alimentos, apagões prolongados e precariedade nos serviços básicos. A falta de soluções efetivas por parte do governo agravou o descontentamento popular, levando a população a expressar sua frustração por meio de manifestações e pichações.

Quais medidas o governo cubano está tomando diante das manifestações públicas de descontentamento?

O governo cubano costuma reprimir as manifestações públicas de descontentamento utilizando forças de segurança para eliminar as pichações e deter os supostos responsáveis. Em algumas ocasiões, são realizados operações que incluem peritos e cães para investigar e prender os manifestantes, como parte de um esforço para manter o controle sobre a expressão política no país.

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