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A intelectual cubana Miryorly García denunciou que a Segurança do Estado tentou impor-lhe um ato de advertência, após uma convocação ocorrida nesta terça-feira, a qual se negou a assinar por considerar que o documento estava “coberto de falsidades”.
“El objetivo por trás da citação que recebi neste 10 de junho era me levantar um ato de advertência, com cujo texto, repleto de falsidades, não concordei e, claro, não assinei”, escreveu em seu perfil do Facebook após sair do interrogatório.
Em uma jornada onde o jovem ativista cubano Raymar Aguado Hernández sofreu um novo episódio de assédio e intimidação, García relatou que a acusaram de replicar em redes publicações que “incitam à desordem pública”, bem como de difundir conteúdos cuja veracidade foi colocada em dúvida pelas autoridades.
A intelectual negou essas acusações e afirmou que suas mensagens promovem o civismo e a ação responsável diante de decisões injustas do governo, especialmente aquelas que afetam os estudantes universitários.
“Tudo que é falso aqui é essa acusação, porque o que eu publiquei apenas promove a responsabilidade e a ação cívica de um povo (…) contra medidas injustas adotadas pelo governo”, afirmou.
Durante a reunião, também foi ameaçada de ser acusada de desobediência se continuar publicando conteúdo crítico nas redes sociais.
Diante disso, respondeu com firmeza: “Em momentos como os que vive Cuba hoje, ser chamado de desobediente é mais um elogio e uma honra. (…) Existem leis universais que definem quais são meus direitos como ser humano e pretendo exercer esses direitos, como dizia Martí, sem mendigá-los nem pedir permissão.”
Horas antes, García havia informado em outra publicação que foi convocada com apenas 45 minutos de antecedência, denunciando a violação dos procedimentos estabelecidos para esses casos.
Também ironizou sobre erros básicos cometidos pelos funcionários: “Aprendam a escrever meu nome, sei que é difícil, mas está errado. E terceiro, vou me sentar e olhar para o rosto de vocês, não tenho nada a esconder, mas também nada a dizer. Se querem saber como penso, só precisam me ler no Facebook.”
A intelectual encerrou sua mensagem com um apoio explícito às recentes manifestações dos estudantes cubanos, que levantaram suas vozes contra a crise e a repressão: “Os estudantes e todos aqueles que levantarem suas vozes contra qualquer injustiça continuarão contando com meu apoio. É vergonhoso e cínico que, enquanto elogiam as manifestações e greves em outros países, aqui reprimam da maneira como estão fazendo.”
Perguntas frequentes sobre a repressão em Cuba e a resposta de Miryorly García
Por que Miryorly García se negou a assinar a ata de advertência da Segurança do Estado?
Miryorly García se negou a assinar o ato de advertência porque considerou que estava "repleta de falsidades". Segundo García, o documento a acusava de incitar à desordem pública e de divulgar conteúdos de duvidosa veracidade, acusações que ela nega veementemente, afirmando que suas publicações promovem o civismo e a ação responsável diante de medidas injustas do governo cubano.
Quais argumentos Miryorly García utilizou para defender suas publicações nas redes sociais?
García argumentou que suas publicações promovem a responsabilidade e o civismo da população frente às decisões injustas do governo, especialmente aquelas que afetam os estudantes universitários. Na sua opinião, as acusações contra ele são infundadas e manipuladoras, destinadas a silenciar vozes críticas.
Como tem reagido Miryorly García às ameaças da Segurança do Estado?
Miryorly García respondeu com firmeza às ameaças de ser acusada de desobediência se continuar publicando conteúdo crítico. Ela considera que, no contexto atual de Cuba, ser chamada de desobediente é um elogio e uma honra. Além disso, reafirma seu compromisso de exercer seus direitos humanos sem pedir permissão, citando José Martí.
Qual é o contexto das manifestações estudantis em Cuba e como elas se relacionam com Miryorly García?
As manifestações estudantis em Cuba, que têm agitado universidades em todo o país, concentram-se nas demandas por tarifas mais justas e conectividade equitativa, especialmente após as medidas restritivas da ETECSA. Miryorly García expressou seu apoio a essas manifestações, criticando a repressão governamental e apoiando o direito dos estudantes de se manifestar contra as injustiças.
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