O opositor e preso político cubano José Daniel Ferrer, líder da União Patriótica de Cuba (UNPACU), encontra-se em condições críticas dentro da prisão de Mar Verde, conforme denunciou neste sábado sua irmã, Ana Belkis Ferrer, através das redes sociais.
Ferrer, um dos prisioneiros políticos mais conhecidos da ilha, está há 31 dias sofrendo de diarreias constantes e apresenta lesões no couro cabeludo, além de sobreviver com os escassos alimentos que lhe foram permitidos receber no dia 10 de maio, denunciou a oposicionista em Facebook.
Segundo a publicação, ele compartilha a cela com outros cinco reclusos, em um espaço extremamente reduzido e sob um calor sufocante, condições que agravam ainda mais seu estado físico.
"A alimentação é terrivelmente ruim, muitas vezes com peste e muito escassa. José Daniel não come esses 'alimentos'", assegurou sua irmã.

Também alertou sobre um surto de catapora e uma praga de percevejos que afeta toda a prisão, em um contexto marcado pelo superlotação, desnutrição e abusos constantes.
A situação descrita não se limita apenas a Mar Verde, prisão em Santiago de Cuba, no leste da ilha.
Segundo Ana Belkis, na prisão de Boniato, também na mesma província, continuam a morrer reclusos, e foram habilitados quatro destacamentos especiais para presos em estado de desnutrição severa.
"Estes são campos de concentração ao estilo nazista", denunciou, responsabilizando diretamente o regime cubano por cometer "crueldades, injustiças e crimes" contra os prisioneiros.
Ferrer foi detido novamente em 11 de julho de 2021, no contexto das históricas protestas de 11J, e em janeiro foi liberado no âmbito de um acordo do regime com o Vaticano.
No entanto, há três semanas a medida foi revogada e o líder opositor foi enviado novamente para a prisão.
Desde então, ele tem sido mantido em condições desumanas, sem acesso adequado a atendimento médico, e realizou várias greves de fome para denunciar sua situação.
Activistas, organizações de direitos humanos e membros do exílio reiteraram em várias ocasiões que Ferrer está sendo submetido a tratamentos cruéis e desumanos, violando não apenas as leis internacionais de direitos humanos, mas também os próprios regulamentos penitenciários cubanos.
A denúncia mais recente e os cartazes que apareceram nas últimas horas em Santiago de Cuba pela libertação de Ferrer reacendem os apelos pela sua soltura e pela liberação de todos os presos políticos na ilha.
Enquanto isso, seu estado de saúde se deteriora rapidamente, no que seus familiares e defensores consideram uma tentativa sistemática do regime de quebrá-lo física e psicologicamente.
“Liberdade para todos os nossos presos políticos”, concluiu Ana Belkis Ferrer.
Perguntas frequentes sobre José Daniel Ferrer e a situação dos presos políticos em Cuba
Qual é o estado atual de saúde de José Daniel Ferrer na prisão?
José Daniel Ferrer está em condições críticas na prisão de Mar Verde, sofrendo de diarreias constantes e lesões no couro cabeludo, agravadas pela má alimentação e pelo superlotamento. Essas condições violam não apenas os direitos humanos internacionais, mas também os regulamentos penitenciários cubanos.
Por que José Daniel Ferrer foi preso novamente em 2025?
José Daniel Ferrer foi preso novamente em abril de 2025 após a revogação de sua liberdade condicional. As autoridades alegaram que ele não compareceu a duas audiências judiciais obrigatórias, um argumento que ativistas consideram arbitrário e uma represália política por seu ativismo em favor dos direitos humanos em Cuba.
Quais são as condições enfrentadas pelos presos políticos em Cuba?
Os prisioneiros políticos em Cuba, como José Daniel Ferrer, enfrentam condições desumanas, incluindo superlotação, desnutrição, falta de assistência médica e tratamento cruel. Organizações internacionais denunciaram essas violações sistemáticas dos direitos humanos, exigindo a libertação de todos os prisioneiros políticos.
Qual é o papel da família de José Daniel Ferrer em sua defesa?
A família de José Daniel Ferrer, especialmente sua irmã Ana Belkis Ferrer, desempenha um papel crucial em sua defesa, denunciando continuamente as violações dos direitos humanos que ele sofreu. Utilizam redes sociais e plataformas internacionais para dar visibilidade à sua situação e exigir justiça para ele e outros prisioneiros políticos em Cuba.
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