Tuambia interrompe suas operações em Cuba a partir de primeiro de maio

A plataforma cubana de comércio eletrônico Tuambia anunciou nesta quinta-feira que interrompe suas operações a partir de primeiro de maio de 2025, deixando de aceitar novos pedidos através de seu site.

Através de um comunicado oficial publicado em seu perfil no Facebook, a empresa informou que a decisão foi “muito difícil, mas necessária”, devido ao complexo contexto econômico que tornou inviável continuar operando de forma sustentável e com os padrões de qualidade esperados.

"Queremos informar que, a partir de hoje, 1º de maio de 2025, a Tuambia interrompeu suas operações e não serão mais aceitas novas ordens em nosso site", destaca a mensagem dirigida a seus clientes.

No entanto, a empresa assegurou que todos os pedidos realizados até 30 de abril serão entregues dentro dos prazos estabelecidos e que sua equipe de atendimento ao cliente continuará ativa durante o processo de fechamento para resolver qualquer incidente.

Tuambia permitiu durante anos o envio de produtos para Cuba a partir do exterior, tornando-se uma opção frequente para familiares e emigrantes que desejavam abastecer seus entes queridos na ilha.

Em sua despedida, a empresa agradeceu pelo apoio recebido e compartilhou alguns números destacados: mais de 1,2 milhão de entregas realizadas e mais de 360 mil lares cubanos atendidos.

“Graças a vocês, fizemos mais de 1 200 000 entregas e chegamos a mais de 360 000 lares cubanos. Juntos criamos algo único”, conclui o comunicado, assinado com um emotivo “Obrigado por fazer parte da família Tuambia”.

Tuambia, uma mipyme com laços familiares com o poder, operou com apoio logístico estatal

Tuambia SURL foi registrada oficialmente como micro, pequena e média empresa (mipyme) em 8 de julho de 2022, sob o número 4160, em nome do empresário Yoel Perdomo Di-Lella, licenciado em Turismo e Consultoria Gerencial de Empresas Turísticas.

Perdomo é irmão do ex vice-primeiro-ministro Jorge Luis Perdomo Di-Lella, que foi destituído em outubro de 2024, segundo uma reportagem de CubaNet.

Embora nos registros oficiais a empresa figurasse com um objeto social de “elaboração de produtos cárnicos e seus derivados”, a Tuambia se promoveu desde a sua criação como uma loja online com entrega nacional e venda de artigos de alta demanda importados do exterior, destacou o portal de notícia.

A empresa também operava o serviço de comida rápida Jámazon, uma marca que parodiava a Amazon e que, assim como a Tuambia, se beneficiava da infraestrutura logística da Palco S.A., uma entidade estatal com experiência em importações e distribuição.

Este vínculo com Palco reforçava a percepção de apoio institucional desde o início da mipyme, que por sua vez se especula ter sido uma das causas da demissão do ex-vice-primeiro-ministro Jorge Luis Perdomo Di-Lella.

Yoel Perdomo foi considerado um dos empreendedores privados mais destacados da ilha, com participação em pelo menos três empresas até a queda política de seu irmão.

Uma delas estava registrada no Panamá como empresa de “capital estrangeiro” e as outras duas operavam como mipymes e negócios por conta própria em setores como alimentos, bebidas, ferragens e eletrodomésticos.

Seu ascenso empresarial remonta-se à década de 90, quando passou de maitre no hotel Comodoro e trabalhador na Marina Hemingway para fazer parte do círculo próximo de Abraham Maciques no Palácio de Convenções, o que marcou sua entrada nas esferas econômicas mais próximas ao poder político.

Perguntas frequentes sobre o encerramento das operações da Tuambia em Cuba