Enterram em Cuba as cinzas de Max Lesnik, jornalista e ativista ligado ao castrismo e falecido em Miami

As cinzas de Max Lesnik e sua esposa foram sepultadas em Havana Velha, com a presença de figuras do regime cubano. Lesnik viveu a maior parte de sua vida em Miami, mas foi um defensor controverso do castrismo, muito criticado pelo exílio.

Tumba de Max Lesnik em HavanaFoto © Facebook Ana Hurtado / Max Lesnik

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As cinzas do jornalista cubano Max Lesnik e de sua esposa Miriam foram trasladadas para Cuba e sepultadas no Jardim da Madre Teresa de Calcutá, ao lado da Basílica de São Francisco de Assis, em Havana Velha.

O ato contou com a presença de figuras do regime como José Ramón Machado Ventura e Abel Prieto. Na cerimônia, houve oferendas do general Raúl Castro e do governante Miguel Díaz-Canel.

Facebook Julio V. Ruiz

Lesnik faleceu em Miami em março, aos 94 anos. O jornalista foi uma figura profundamente polêmica. Fundador da revista Réplica em 1968 e criador da Rádio Miami, tornou-se um fervoroso defensor do regime cubano a partir do exílio, mantendo estreitos vínculos com Havana.

Em seus primeiros passos na política, militou na Juventude Ortodoxa e se opôs a Batista. No entanto, exilou-se em Miami em 1961 devido ao seu desacordo com alguns aspectos do regime comunista. Com o tempo, adotou uma postura de apoio a Fidel Castro, o que lhe gerou rejeição dentro da comunidade exilada nos Estados Unidos.

Facebook Abel Prieto

As redes sociais do oficialismo cubano foram inundadas nesta quarta-feira com mensagens de exaltação ao ativista. Abel Prieto o descreveu como um "patriota" leal, enquanto Fernando González Llort, um dos espiões cubanos, lhe agradeceu por seu papel na campanha pela "libertação dos Cinco".

O ato de sepultura tornou-se um ato com forte carga política e simbólica, com figuras do regime exaltando seu papel na promoção do castrismo a partir de Miami. Os discursos evitaram qualquer menção crítica à repressão, ao exílio forçado ou às violações de direitos humanos que Lesnik se recusou a reconhecer até sua morte.

Facebook Ana Hurtado

Pese aos seus esforços para promover um aproximamento entre os EUA e Cuba, Lesnik foi visto por muitos como um colaborador ideológico do castrismo.

Em várias ocasiões, foi alvo de protestos em Miami, e sua sede na Aliança Martiana foi atacada por grupos anticastristas. Uma parte do exílio cubano o questionou por ser o rosto do diálogo unilateral com uma ditadura.

Seu retorno simbólico a Cuba culmina a vida de um personagem que escolheu omitir críticas às violações dos direitos humanos do regime.

Perguntas frequentes sobre Max Lesnik e seu legado

Quem foi Max Lesnik e qual foi sua relação com o regime cubano?

Max Lesnik foi um jornalista cubano conhecido por seu apoio ao regime de Havana, apesar de ter vivido no exílio em Miami. Inicialmente, ele se opôs ao governo de Batista e apoiou a revolução cubana, mas se exilou em 1961 por diferenças com o regime comunista. No entanto, com o tempo, tornou-se um defensor do castrismo e defendeu a normalização das relações entre Cuba e os Estados Unidos, o que lhe rendeu críticas da comunidade cubana exilada.

Como foi recebido o falecimento de Max Lesnik em Cuba e Miami?

O falecimento de Max Lesnik gerou reações divididas. Em Cuba, foi exaltado como um "patriota" e defensor do regime, enquanto em Miami, sua morte foi recebida com críticas por parte da comunidade exilada que o via como um colaborador do castrismo. Nas redes sociais, seus seguidores se despediram de forma positiva, mas também houve aqueles que lembraram seu papel polêmico na história recente entre Cuba e Estados Unidos.

Por que as cinzas de Max Lesnik foram enterradas em Cuba?

As cinzas de Max Lesnik foram enterradas em Cuba como um retorno simbólico à terra que apoiou fervorosamente ao longo de sua vida. Apesar de seu exílio em Miami, Lesnik manteve laços estreitos com o regime cubano e foi considerado um defensor do castrismo, motivos pelos quais seus restos descansam agora em Havana.

Que impacto teve Max Lesnik na comunidade cubana de Miami?

Max Lesnik teve um impacto significativo na comunidade cubana de Miami, sendo uma figura divisória devido à sua defesa do regime cubano. Fundou meios como a revista "Réplica" e a Radio Miami, onde promoveu o castrismo, o que provocou rejeição e hostilidade por parte de setores do exílio anticastrista. Sua postura a favor de um diálogo com Havana e seu papel como defensor do regime o tornaram um alvo de protestos e críticas em Miami.

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