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O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ, na sigla em inglês) expressou neste sábado sua preocupação diante do iminente risco de deportação do jornalista independente cubano e ex-preso político Lázaro Yuri Valle Roca, atualmente residindo nos Estados Unidos sob parole humanitário.
Segundo denunciou o CPJ em sua conta oficial no X (anteriormente Twitter), Valle Roca e sua esposa, Eralidis Frómeta, receberam cartas do Departamento de Segurança Nacional (DHS) notificando-os de que devem deixar o país antes do dia 25 de abril, ou poderão enfrentar um processo de deportação acelerada.
O CPJ fez um apelo urgente às autoridades americanas para revogar essa decisão, que foi tomada no contexto da revogação do parole humanitário ordenada por Donald Trump.
Valle Roca saiu de Cuba em junho de 2024, após cumprir quase três anos de prisão pelo suposto delito de "propaganda inimiga", vinculado à divulgação de materiais críticos contra o regime cubano.
Sua saída foi possível graças à intervenção de sua esposa e à aprovação de um perdão humanitário concedido pelos EUA.
A situação do jornalista se complica agora com a cancelamento dos programas de parole para nacionais de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela, medida anunciada pelo DHS em 25 de março, em cumprimento da Ordem Executiva 14165 assinada pelo presidente Donald Trump, voltada a endurecer a política migratória e reforçar o controle das fronteiras.
Em uma publicação em suas redes sociais, Valle Roca disse que "Querem nos devolver à morte, mas FÉ em Deus e em nossos irmãos. Se me devolverem à minha amada Pátria, entrarei como sempre gritando #ForaADitaduraCubana."
O documento oficial recebido pelo expresso político indica que sua liberdade condicional terminará em 24 de abril de 2025, e que a permanência posterior nos EUA será considerada presença ilegal, a menos que obtenha uma outra base legal para permanecer no país.
Da mesma forma, foi revogada a autorização de trabalho vinculada ao seu status migratório.
Esta decisão ameaça colocar em perigo a vida e a liberdade de Valle Roca, que foi vítima de perseguição política em Cuba e cujo ativismo público o coloca em uma situação de alto risco se for forçado a retornar.
Organizações defensoras dos direitos humanos e ativistas do exílio cubano expressaram sua preocupação com o que consideram uma medida injusta e desumana, e exhortam as autoridades de imigração dos Estados Unidos a garantir proteção efetiva para perseguidos políticos como Valle Roca.
Perguntas frequentes sobre a situação de Yuri Valle Roca e a revogação do parole humanitário
Por que Yuri Valle Roca enfrenta a deportação dos Estados Unidos?
Yuri Valle Roca enfrenta a deportação devido à revogação do parole humanitário que lhe permitia residir temporariamente nos Estados Unidos. O Departamento de Segurança Nacional (DHS) notificou que seu status legal expirará em 24 de abril de 2025, e posteriormente sua permanência no país será considerada ilegal, a menos que obtenha outra base legal para ficar.
Quais riscos Yuri Valle Roca enfrenta se for deportado para Cuba?
Se Yuri Valle Roca for deportado para Cuba, enfrenta graves riscos para sua vida e liberdade devido ao seu histórico de oposição ao regime cubano. Valle Roca foi vítima de perseguição política em Cuba e, como ex-preso político, sua segurança pode estar seriamente comprometida se retornar.
Quais medidas o governo dos Estados Unidos tomou em relação ao parole humanitário?
A administração de Donald Trump revogou o programa de parole humanitário, afetando mais de 530.000 migrantes, incluindo cubanos, haitianos, nicaraguenses e venezuelanos. Essa medida, que entra em vigor em 24 de abril de 2025, obrigará os beneficiários a deixar os Estados Unidos ou enfrentarão a deportação.
Como a comunidade internacional reagiu à revogação do parole humanitário?
A comunidade internacional reagiu com críticas à decisão de revogar o parole humanitário. Organizações como a Amnistia Internacional qualificaram a medida como um desdém pelos direitos humanos, alertando sobre as devastadoras consequências para os migrantes afetados.
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