"É desumano": Mãe cubana denuncia o despejo de águas residuais e a falta de resposta do governo

"Estou fazendo isso para que no dia em que houver um surto de algo, saibam que não precisam ir tão longe, é aqui", disse no vídeo onde mostrou as condições em que vive com sua filha.


Cira María González, uma mãe cubana que vive em Havana, denunciou publicamente nas redes sociais que há mais de um mês convive com água de esgoto no corredor de sua casa, sem receber resposta das autoridades, apesar de ter informado sua situação em várias ocasiões.

“Estou há um mês com esta podre de água de esgoto”, disse em um vídeo compartilhado em 22 de março em seu perfil no Facebook, onde mostrou o corredor de sua casa coberto de águas sujas.

“Minha filha e eu moramos aqui no antigo matadouro, na Antonio Maceo. Tenho um foco de mosquito aqui. Muitos vizinhos conseguiram resolver porque têm a possibilidade econômica, mas eu não consigo”, lamentou. A mãe sublinhou que o caso é conhecido pelas autoridades do bairro: “Isso já é do conhecimento de toda a gente e ninguém oferece uma solução para isso.”

“Estou fazendo isso para que, no dia em que houver um surto de algo, saibam que não precisam ir tão longe: é aqui. Porque é desumano que tenhamos que continuar vivendo com água de esgoto há mais de um mês. Isso não dá mais”, acrescentou.

Nesta quinta-feira, voltou a denunciar que não houve nenhum avanço e responsabilizou diretamente uma funcionária do governo pela falta de resposta: “Mais um dia exposto a uma doença. Continuo nas mesmas condições desumanas devido à tupição. E sem resposta. Que falta de respeito. Olhem, eu não minto. Já estamos a 26 de março e nada. Mais uma vez, a companheira Bárbara do governo me disse outra mentira. Que vêm, e nada”.

As imagens compartilhadas mostram condições de insalubridade, com tijolos, madeiras e objetos improvisados como únicos meios para transitar pelo corredor da casa. Nos comentários às suas publicações, dezenas de pessoas expressaram solidariedade e preocupação. “Não é fácil, prima, vocês estão a um passo de uma epidemia, se cuidem, por favor”, alertou uma usuária. “Cira, em que condições tão precárias você está vivendo. É um perigo continuar vivendo assim pela saúde de todos vocês”, acrescentou outra.

Este caso reflete uma realidade repetida em várias regiões do país. Há alguns dias, um usuário da rede mostrou um vazamento de água na rua Gabriel, em San Miguel del Padrón, que não é reparado há décadas, apesar das constantes reclamações dos moradores. Em setembro, uma mãe em Centro Habana denunciou viver em frente a um lago de águas negras que tem provocado doenças em sua família, sem que nenhuma autoridade agisse.

Esse mesmo mês, em El Vedado, uma família havia sido realocada em um local sem condições sanitárias, o que gerou focos de mosquitos e águas paradas logo na entrada de sua casa.

Mais recentemente, outra mãe do próprio Diez de Octubre denunciou que foi despejada com seus filhos de um local vazio onde se abrigou diante da falta de moradia, sem receber assistência por parte das instituições.

A história de Cira María González se junta a uma longa lista de denúncias que evidenciam o deterioro da infraestrutura, a falta de manutenção do sistema de esgoto e a escassa resposta governamental. Enquanto as autoridades não agem, são as famílias vulneráveis que vivem com os maiores riscos à sua saúde e segurança.

Perguntas Frequentes sobre a Crise de Esgoto em Havana

Qual é o principal problema que Cira María González enfrenta?

Cira María González enfrenta um problema de águas residuais em sua casa em Havana, que já denunciou sem receber resposta das autoridades. Ela vive há mais de um mês com águas residuais no corredor de sua casa, o que representa um grave risco para sua saúde e a de sua filha.

Por que ainda não foi resolvido o entupimento de esgoto em Havana?

A falta de resposta do governo e a ineficácia das autoridades locais para resolver problemas de infraestrutura, como as obstruções, são recorrentes. As autoridades conhecem os casos, mas não têm tomado medidas efetivas para solucioná-los, o que reflete uma desídia por parte do regime cubano em atender às necessidades básicas de seus cidadãos.

Como a situação das águas residuais afeta a saúde pública em Cuba?

A acumulação de águas residuais gera focos de mosquitos, o que aumenta o risco de doenças como a dengue e outras infecções. As condições insalubres representam um perigo significativo para a saúde pública, especialmente em áreas onde já há uma proliferação de doenças devido à falta de saneamento adequado.

Que exemplo de solução houve em casos similares em Cuba?

Em alguns casos, como o de uma mãe em Centro Habana, a situação de esgoto foi resolvida após a denúncia se tornar pública nas redes sociais. A intervenção de ativistas e a pressão pública têm conseguido que as autoridades ajam em certos casos, embora essas soluções costumem ser exceções e não a norma geral.

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Equipe Editorial da CiberCuba

Uma equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. No CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias verídicas e análises críticas.

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