Em um vídeo compartilhado no TikTok, o usuário Reinier Cruz (@reiniercruz88) mostrou o estado da rua Gabriel, em San Miguel del Padrón, Havana, onde um vazamento de água não é reparado há anos. Segundo seu relato, a situação permanece a mesma desde sua infância e, apesar das reclamações dos vizinhos, nunca foi solucionada.
"O bairro que não tenha em Cuba uma rua com vazamentos, esse não é um bairro que se respeita", diz no vídeo, destacando com ironia como esse problema se tornou parte do dia a dia. "Os vazamentos são patrimônio do país, senhores. Quando um cano de água se rompe, vocês já sabem como é esse processo em Cuba: pode demorar muito até que venham e consertem. Outros têm a infelicidade de nunca serem consertados, como esse na rua Gabriel."
Explicou que, mesmo quando as autoridades tentam consertar os canos, as ruas ficam com valas abertas e sem pavimentação. "Se você tiver essa sorte, nunca mais arrumam a rua, e ela fica com uma vala, como podem ver no meio, cheia de grama e nunca mais aparenta ser como era".
Os comentários nas redes refletem indignação e resignação. "Onde está o dinheiro em Cuba?", perguntou um usuário, enquanto outro respondeu: "No bolso dos Castro, por exemplo". Outros destacaram a insalubridade da acumulação de água parada e a proliferação de pragas. "Que loucura, e pensar que é um elemento vital que está sendo desperdiçado", observou outro usuário.
Alguns comentários fizeram referência à falta de ação dos próprios moradores. "Por que esperar que outros consertem? Façam isso vocês mesmos", sugeriu um internauta, enquanto outro respondeu: "Não vale a pena consertar nada". Também houve quem comparasse a situação com outras regiões: "San Miguel del Padrón e Regla são um desastre", comentou um usuário, enquanto outro apontou: "Na Espanha, nem os bairros marginalizados estão tão mal".
Esta denúncia lembra outros casos similares. Em setembro de 2024, este mesmo criador relatou a situação da rua Paula, também em San Miguel del Padrón, onde um vazamento transformou a via em um rio sem que as autoridades tomassem providências.
Cada vez mais denúncias nas redes sociais sobre o deterioro urbano em Havana, com ruas intransitáveis, lixo acumulado e prédios em ruínas. Enquanto isso, a solução parece continuar aguardando.
Os vazamentos de água em Cuba continuam sendo um problema persistente que afeta várias regiões do país, gerando indignação entre os cidadãos devido ao desperdício de um recurso vital e à falta de uma resposta efetiva por parte das autoridades.
Em janeiro de 2025, um enorme vazamento em uma rua central de Holguín gerou a indignação dos moradores, que denunciaram que, apesar das múltiplas reclamações, as autoridades não haviam tomado providências para resolvê-lo. A situação se repete em Havana, onde os residentes de Vía Blanca e Recreo enfrentaram problemas similares durante meses, sem que a empresa estatal Aguas de La Habana oferecesse uma solução eficaz.
Em outubro de 2024, um grande vazamento na entrada de Pinar del Río gerou preocupação entre os cidadãos, uma vez que afetava gravemente o abastecimento de água na província. Na mesma data, em Trinidad, os residentes denunciaram que, enquanto os vazamentos continuam desperdiçando água, eles precisam pagar até 700 pesos por dois tanques de 55 galões, o que evidencia a gravidade da crise hídrica no país.
El Vedado, em Havana, não tem estado isento desse problema. Em outubro de 2024, um enorme vazamento na interseção das ruas Línea e 10 evidenciou a ineficiência das autoridades para resolver a crise de água na capital. Em setembro, foi denunciado que Aguas de La Habana desperdiça água enquanto a população enfrenta cortes prolongados no serviço.
As províncias orientais também sofreram as consequências dessa problemática. Em maio de 2024, um vazamento em Manzanillo, Granma, lançou água a até cinco metros de altura, afetando numerosas residências. Em Santiago de Cuba, os vazamentos de águas residuais têm colocado em risco a saúde dos cidadãos, especialmente na comunidade de Altamira, onde os residentes denunciaram que essas águas contaminadas passam ao lado de um consultório médico. Na mesma cidade, alguns vizinhos tiveram que recorrer a coletar água diretamente de um vazamento na rua devido à falta de abastecimento em suas casas.
Esses incidentes refletem o deterioro da infraestrutura hidráulica em Cuba e a falta de respostas efetivas por parte das autoridades, deixando milhares de cidadãos em uma situação crítica em relação ao acesso à água potável.
Perguntas frequentes sobre os vazamentos de água em Cuba
Por que os vazamentos de água são um problema persistente em Cuba?
Os vazamentos de água em Cuba representam um problema crônico devido à falta de manutenção e reparo da infraestrutura hidráulica. Apesar das múltiplas reclamações dos cidadãos, as autoridades não conseguiram implementar soluções eficazes, o que leva a um desperdício contínuo de um recurso vital e afeta o abastecimento em diversas regiões do país.
Qual é o impacto dos vazamentos de água na saúde pública em Cuba?
Os escoamentos de água geram condições que favorecem a proliferação de mosquitos transmissores de doenças como a dengue e o vírus do Oropouche. O acúmulo de água nas ruas cria um ambiente insalubre que representa um risco significativo para a saúde pública, em um contexto onde o sistema de saúde já enfrenta sérios desafios.
Quais críticas o governo cubano enfrenta em relação à gestão dos vazamentos de água?
O governo cubano tem sido duramente criticado por sua ineficiência e inação em resolver os problemas de vazamento de água. Apesar das promessas de melhorar a infraestrutura, os cidadãos continuam denunciando a falta de ações efetivas, o que agrava a crise de abastecimento de água e gera descontentamento entre a população.
Que ações as autoridades têm tomado para abordar o problema das vazamentos?
As autoridades cubanas prometeram trabalhar na reparação dos vazamentos, mas os resultados têm sido insuficientes. A falta de recursos e uma gestão ineficaz impediram que o problema fosse resolvido de forma efetiva, deixando os cidadãos com um fornecimento de água irregular e problemas de infraestrutura sem solução.
Arquivado em: