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Os governos dos Estados Unidos e da Rússia concordaram em restabelecer o pessoal de suas embaixadas, marcando um passo significativo em direção à normalização de suas relações diplomáticas. Trata-se de um fato sem precedentes desde a invasão russa à Ucrânia em 2022.
A reunião, realizada em Riad, Arábia Saudita, entre o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, também abordou o conflito na Ucrânia e possíveis caminhos para sua resolução.
Reabertura de embaixadas: Um primeiro passo rumo à distensão
Um dos principais acordos alcançados na cúpula foi o restabelecimento do pessoal diplomático nas embaixadas de ambos os países.
"Ao acordarmos estabelecer um mecanismo de consulta para abordar os aspectos irritantes da nossa relação bilateral, temos o objetivo de adotar as medidas necessárias para normalizar o funcionamento das nossas respectivas missões diplomáticas", diz o comunicado do Departamento de Estado.
"Designar equipes respeitivas de alto nível para começar a trabalhar em uma via que permita pôr fim ao conflito na Ucrânia o mais rápido possível de forma duradoura, sustentável e aceitável para todas as partes", acrescenta.
Desde o agravamento das tensões em 2022, as missões diplomáticas de Washington e Moscou têm operado com recursos mínimos, dificultando a comunicação e a cooperação entre as duas potências.
"Vamos precisar ter missões diplomáticas vibrantes que possam funcionar normalmente para que possamos continuar com esses canais", declarou Rubio após o encontro, sublinhando a importância da diplomacia como ferramenta de estabilização das relações bilaterais.
Por sua parte, a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, destacou que a reabertura das embaixadas é um passo fundamental para reconstruir a relação entre as duas nações.
"Foi estabelecida a base para uma futura cooperação em questões de interesse geopolítico mútuo, assim como para oportunidades econômicas e investimentos históricos", acrescentou Bruce.
Negociações sobre a Ucrânia: Conversas no devido tempo
Embora o foco principal da reunião tenha sido a reativação da presença diplomática, também foi discutida a guerra na Ucrânia.
Segundo Rubio, a administração de Donald Trump busca uma solução "justa e duradoura" para o conflito, embora as discussões formais sobre a guerra ocorram "na hora certa".
Nesse sentido, Yuri Ushakov, conselheiro diplomático do Kremlin, confirmou que ambas as partes concordaram em criar equipes de negociadores separadas para abordar a crise ucraniana.
No entanto, advertiu que é "prematuro" falar de um aproximamento imediato entre Moscovo e Washington nesta questão.
A ausência de representantes ucranianos nas conversações gerou preocupação em Kiev e entre os aliados europeus, que temem ficar marginalizados na tomada de decisões sobre o futuro do conflito.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, criticou a reunião, assegurando que "está se negociando sobre a Ucrânia sem a presença da Ucrânia".
Sanções e a possível cúpula Trump-Putin
Outro dos pontos-chave discutidos na reunião foi a possibilidade de reduzir as sanções impostas à Rússia após sua invasão à Ucrânia.
Lavrov sugeriu que Washington estaria interessado em flexibilizar as restrições econômicas, enquanto Rubio enfatizou que qualquer decisão nesse sentido deverá ser coordenada com a União Europeia.
Além disso, foi abordada a possibilidade de um encontro entre o presidente Trump e seu homólogo russo, Vladimir Putin. No entanto, Ushakov esclareceu que ainda não foi marcada uma data para esse encontro.
A reunião ocorreu no Palácio Diriyah, em Riade, por iniciativa do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, consolidando o papel da Arábia Saudita como mediador diplomático de relevância global.
O reino, que manteve relações tanto com Washington quanto com Moscou, desempenhou um papel fundamental em negociações anteriores, incluindo acordos de troca de prisioneiros e fóruns diplomáticos sobre a crise ucraniana.
Perguntas frequentes sobre o acordo entre os EUA e a Rússia para normalizar as relações diplomáticas e abordar o conflito na Ucrânia
Qual é o principal acordo alcançado entre os EUA e a Rússia nas recentes conversas?
O principal acordo é o restabelecimento do pessoal diplomático nas embaixadas de ambos os países, marcando um passo significativo em direção à normalização de suas relações diplomáticas. Este acordo é histórico, uma vez que não se via uma aproximação desse tipo desde a invasão russa à Ucrânia em 2022.
Que medidas foram tomadas para abordar o conflito na Ucrânia?
Equipos de alto nível foram designados para trabalhar em uma solução sustentável e duradoura para o conflito na Ucrânia. Além disso, um mecanismo de consulta foi estabelecido para abordar os aspectos conflitantes da relação bilateral, preparando assim o terreno para futuras conversas de paz.
Por que a Ucrânia não foi incluída nas negociações entre os EUA e a Rússia?
Embora não tenha sido oficialmente especificado, a exclusão da Ucrânia gerou preocupação e indignação em Kiev. O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, criticou as negociações por não incluir seu país, enfatizando que qualquer acordo sobre a Ucrânia deveria contar com a participação da Ucrânia e de seus aliados europeus.
Qual é o papel que a Arábia Saudita tem desempenhado nas negociações entre os EUA e a Rússia?
A Arábia Saudita tem atuado como mediadora diplomática de relevância global, facilitando as conversas ao organizar a reunião em Riad. Este papel faz parte de um esforço mais amplo do Reino para mediar em conflitos internacionais, como foi visto em acordos de troca de prisioneiros e fóruns diplomáticos anteriores.
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