Cuba nega presença do ELN na ilha: “Eles foram embora há meses”

Cuba desmente a presença do ELN em seu território, afirmando que seus membros deixaram a ilha após a conclusão dos diálogos de paz com a Colômbia. Díaz-Canel classifica as acusações como infundadas.

Clausura em Havana do Terceiro Ciclo dos Diálogos de Paz entre o ELN e o Governo colombiano.Foto © X / MINREX

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O governo cubano negou nesta sexta-feira a presença do Exército de Libertação Nacional (ELN) em seu território, afirmando que os representantes dessa guerrilha colombiana deixaram a ilha há meses, após concluírem sua participação nos diálogos de paz com o governo da Colômbia.

Eugenio Martínez Enríquez, Diretor Geral da América Latina e do Caribe do Ministério das Relações Exteriores de Cuba, se referiu às acusações sobre a suposta presença do ELN na ilha.

Através de sua conta no X, Martínez garantiu que em Cuba não há membros do ELN, "nem do seu Comando Central", qualificando essas insinuações como "sem evidências, porque não as há".

O diplomata explicou que todos os integrantes do ELN que viajaram para Cuba o fizeram com autorizações oficiais do governo colombiano, por meio de salvoconductos emitidos com o propósito exclusivo de participar nas negociações de paz.

Añadiu que "todos os membros do ELN deixaram Cuba há meses, ao concluir o Sexto Ciclo da Mesa de Diálogos de Paz e o Ponto de Contato solicitado pela Delegação de Paz do Governo da Colômbia e o ELN".

Martínez também destacou que tanto o governo colombiano quanto os países garantidores dos diálogos e os acompanhantes permanentes estão cientes dessas informações.

Recordou que, durante uma reunião extraordinária da Mesa de Diálogos de Paz realizada em Caracas, Venezuela, em maio de 2024, o próprio ELN confirmou a saída de seus integrantes de Cuba.

A afirmação do governo cubano ocorre em meio à reativação, na quarta-feira, das ordens de captura contra os negociadores de paz do ELN, após a decisão do presidente colombiano Gustavo Petro de suspender os diálogos, relata a agência Efe.

A medida foi tomada como resposta aos “crimes de guerra” que, segundo o mandatário, o ELN está cometendo na região do Catatumbo.

A procuradora geral da Colômbia, Luz Adriana Camargo, explicou que "o descumprimento das condições para a suspensão das ordens de captura e, em especial, a comissão de novos delitos por parte de membros do ELN, leva à reativação das ordens de captura suspensas na ocasião a pedido do presidente".

Além disso, Camargo afirmou em uma coletiva de imprensa na última quinta-feira que, por meio da Interpol e da colaboração internacional, serão solicitadas as extraditações dos líderes guerrilheiros "em Cuba ou onde estiverem".

Por sua parte, o governante cubano, Miguel Díaz-Canel, também comentou sobre o tema em suas redes sociais, criticando as acusações contra a ilha.

“Entre as manobras mais cínicas e perversas dos inimigos do povo cubano estão os falsos pretextos que constroem para acusar #Cuba de práticas criminosas que nunca poderão provar, e distorcer fatos que a história esclarece amplamente”, expressou.

Díaz-Canel assegurou que os detratores de Cuba continuam agarrados a "argumentos desonestos que estão apenas em suas mentes pérfidas" e afirmou que esses ataques não conseguiram evitar o isolamento internacional em que, segundo ele, se encontra os Estados Unidos devido à sua política agressiva em relação à ilha.

O governo cubano reiterou seu compromisso com a resolução pacífica dos conflitos na América Latina e defendeu seu histórico como mediador em processos de paz, sublinhando que qualquer tentativa de questionar seu papel nesses esforços é "inadmissível".

Enquanto isso, o Governo colombiano afirmou sobre o tema que os membros do ELN que participam dos diálogos de paz não estão em Cuba. De acordo com informações da agência EFE, as autoridades colombianas garantiram que os representantes da guerrilha envolvidos nas negociações estão em território colombiano ou em outros países designados para as conversas.

“Nossa delegação afirma que, até a presente data, e de acordo com as informações oficiais, em Cuba não há representantes ou pessoas autorizadas a participar do processo de paz pertencentes ao ELN”, afirmou em X a delegação do Governo liderada por Vera Grabe.

Perguntas frequentes sobre a presença do ELN em Cuba e as declarações do governo cubano

O que Cuba declarou sobre a presença do ELN na ilha?

O governo cubano negou categòricamente a presença do Exército de Libertação Nacional (ELN) em seu território, afirmando que os membros dessa guerrilha colombiana deixaram a ilha há meses após concluir sua participação nos diálogos de paz com o governo da Colômbia.

Quais foram as circunstâncias da saída do ELN de Cuba?

Os integrantes do ELN que estiveram em Cuba o fizeram com autorizações oficiais do governo colombiano e sairam da ilha após concluir o Sexto Ciclo da Mesa de Diálogos de Paz. Eugenio Martínez Enríquez, Diretor Geral da América Latina e do Caribe do Ministério das Relações Exteriores de Cuba, explicou que essa informação é conhecida pelo governo colombiano e pelos países garantidores das negociações.

O que motivou a reativação dos mandados de prisão contra os negociadores do ELN?

A reativação dos mandados de prisão deve-se aos “crimes de guerra” que o presidente colombiano Gustavo Petro atribui ao ELN na região do Catatumbo. Esta decisão foi tomada após o descumprimento das condições para a suspensão desses mandados e a cometimento de novos delitos por membros do ELN.

Qual é a postura do governo cubano diante das acusações de colaboração com o ELN?

O governo cubano qualificou as acusações de colaboração com o ELN como "insinuações sem evidências" e defende seu papel como mediador em processos de paz na América Latina. Miguel Díaz-Canel criticou as acusações, chamando-as de manobras cínicas e perversas por parte dos detratores do regime cubano.

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