Cuba intensifica o racionamento de medicamentos diante da grave escassez

Pacientes com doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e asma, enfrentam sérias dificuldades para acessar seus tratamentos, o que coloca em risco sua saúde.

Cola em farmácia de Cuba (Imagem de referência)Foto © CiberCuba

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A crise de desabastecimento em Cuba levou o governo a intensificar o racionamento de medicamentos em meio a uma situação em que predomina a oferta insuficiente.

A escassez, atribuída pelas autoridades a condições externas, gerou longas filas em todas as províncias do país. Pacientes com doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e asma, enfrentam sérias dificuldades para acessar seus tratamentos, o que coloca em risco sua saúde.

Em uma tentativa de otimizar a distribuição e garantir maior equidade no acesso aos medicamentos disponíveis, foi implementado um novo método de venda nas farmácias da província de Camagüey.

Segundo informações do jornal local Adelante, este sistema atribui dias específicos para a compra de medicamentos, de acordo com cada consultório médico.

Além disso, estabelece-se um período de venda que varia entre seis e sete dias, dependendo do número de consultórios atendidos por cada farmácia.

Uma vez concluída a cobertura de todos os consultórios, reinicia-se o ciclo de vendas na ordem de chegada.

Após o recebimento dos medicamentos em cada ciclo de distribuição, a administradora da farmácia informará às autoridades locais e à equipe médica, para que a população compareça conforme o cronograma, disse Maurilis Acosta Nápoles, chefe da seção de serviços farmacêuticos da Direção Geral de Saúde Pública da província.

As quantidades disponíveis para venda a cada paciente estarão em função das coberturas recebidas e das normativas estabelecidas para cada tipo de medicamento.

Segundo a funcionária, este modelo inclui todos os medicamentos, mas se concentra especialmente naqueles controlados, que requerem um manejo mais rigoroso.

“Esse é o caso das urgências médicas, a pessoa, seja ou não do consultório que está comprando, tem o direito de receber, desde que haja disponibilidade, o medicamento, seja em uma farmácia principal, especializada por área ou em uma farmácia comunitária”, apontou.

A escassez de medicamentos em Cuba alcançou níveis críticos nos últimos anos, afetando gravemente a população, especialmente pacientes com doenças crônicas e idosos. Segundo reports oficiais, mais de 70% dos medicamentos essenciais estão em falta, o que equivale a mais de 460 medicamentos do quadro básico.

Esta situação obrigou muitos cubanos a recorrer ao mercado negro, onde os preços dos medicamentos dispararam. Por exemplo, um frasco de amoxicilina pode custar até 300 pesos no mercado informal.

Além disso, foram relatados casos de pessoas que dormem nos portões das farmácias para garantir um lugar nas longas filas e conseguir comprar os poucos medicamentos disponíveis.

As autoridades cubanas reconheceram a gravidade da falta de suprimentos. Em julho de 2024, o ministro da Saúde Pública, José Ángel Portal Miranda, informou que a escassez de medicamentos continuaria devido a problemas de financiamento e dificuldades na aquisição de matérias-primas.

Esta crise não afeta apenas os pacientes que necessitam de tratamentos sistemáticos, mas também aumentou a revenda ilegal de medicamentos, agravando ainda mais a problemática.

Em resposta à crise, o governo cubano implementou medidas como a prorrogação da isenção de tarifas para a importação de alimentos, produtos de higiene e medicamentos por parte de viajantes provenientes do exterior.

No entanto, essas ações não foram suficientes para mitigar a escassez, e a população continua enfrentando sérias dificuldades para acessar os medicamentos essenciais.

Perguntas frequentes sobre a escassez de medicamentos em Cuba

Qual é a situação atual da escassez de medicamentos em Cuba?

A situação é crítica, pois mais de 70% dos medicamentos essenciais estão em falta, o que equivale a mais de 460 medicamentos da lista básica. Essa escassez afeta gravemente a população, especialmente aqueles que sofrem de doenças crônicas e os idosos.

Quais medidas o governo cubano implementou para enfrentar a escassez de medicamentos?

O governo implementou um novo método de racionamento de medicamentos nas farmácias, atribuindo dias específicos para a compra de acordo com cada consultório médico. Além disso, a isenção tarifária de medicamentos para viajantes provenientes do exterior foi ampliada. No entanto, estas medidas não foram suficientes para resolver a crise.

Como a escassez de medicamentos afeta os pacientes com doenças crônicas em Cuba?

A escassez de medicamentos coloca em risco a saúde de pacientes com doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e asma, que enfrentam sérias dificuldades para acessar seus tratamentos. Essa situação tem obrigado muitos a recorrer ao mercado negro, onde os preços dos medicamentos são muito elevados.

Quais alternativas têm os cubanos diante da falta de medicamentos nas farmácias?

Diante da falta de medicamentos nas farmácias, muitos cubanos se veem obrigados a recorrer ao mercado negro, onde os preços são significativamente mais altos. Além disso, alguns tentam importar medicamentos através de viajantes do exterior, aproveitando a isenção tarifária temporária.

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Equipe Editorial da CiberCuba

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