A crise se agrava: Cuba fica sem gás liquefeito "até novo aviso"

A distribuição de GLP em Cuba enfrenta sérias dificuldades há vários meses, o que afeta milhões de lares que dependem desse combustível para cozinhar.

Gás liquefeitoFoto © Facebook / Empresa de Gás Licuado

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A crise energética em Cuba se aprofunda ainda mais com o anúncio da suspensão do fornecimento de gás liquefeito em várias províncias da ilha. As Divisões Territoriais de Combustível emitiram comunicados informando sobre a ausência total de estoques e a paralisação do serviço de comercialização do gás liquefeito (GLP).

Em Las Tunas, um dos territórios afetados, as autoridades locais confirmaram a situação através de um comunicado que aponta: "Não temos gás liquefeito, não temos estoque, estamos aguardando a importação deste produto, portanto, não haverá serviço de comercialização, pelo menos do GLP, até novo aviso". Esta declaração reflete a gravidade de um problema que afeta diretamente milhões de lares cubanos.

Captura do Facebook/UEB DTCC Las Tunas

Cienfuegos também se junta ao panorama crítico. As autoridades locais relataram que, devido a uma falha na Refinaria Cienfuegos, não será possível garantir a venda de GLP a partir de quinta-feira, 23 de janeiro. Segundo um comunicado oficial, a refinaria está em parada técnica "sem previsão de reinício", o que agrava ainda mais a crise energética na região.

A Refineria Cienfuegos é uma instalação chave para o processamento de combustíveis na ilha, e sua paralisação impacta diretamente no fornecimento de gás liquefeito, um recurso essencial para milhões de famílias cubanas.

Diante dessa situação, as autoridades indicaram que a comercialização do GLP na cidade ficará suspensa "até novo aviso", deixando os lares sem uma das principais fontes de energia para cozinhar.

Captura do Facebook/ Rádio Ciudad del Mar

Por sua vez, em Camagüey, a Direção da Base de Depósito de Gás Licuado nesta província informou que, diante da impossibilidade de garantir o fornecimento, procederá à coleta dos cartões de compra antecipada que a população possui. Os clientes que entregarem seus cartões receberão um comprovante numerado como confirmação da entrega e da ordem na fila para futuras compras. Este procedimento será realizado em horários específicos estabelecidos pelas autoridades:

Segunda-feira, quarta-feira, quinta-feira e sexta-feira: 8:00 às 12:00 e das 15:00 às 18:00.

Terças e sábados: 8:00 às 12:00.

Captura de Facebook/UEB DTCC Camagüey

Em Matanzas, José Luis Lemus Gil, Chefe de Gás Liquefeito, informou que as restrições na distribuição de gás liquefeito são temporárias e que a entrega de GLP será limitada exclusivamente a certos setores da população.

De acordo com o comunicado, o fornecimento será restrito aos clientes de municípios cujos contratos preveem o recebimento de apenas dois cilindros por ano, assim como aos clientes oficialmente declarados como acamados pelo sistema de saúde, de acordo com as listas correspondentes ao semestre iniciado em janeiro de 2025.

O chefe de gás liquefeito expressou: "Para todos é conhecido o déficit de produto que tivemos nos últimos meses e que gerou dificuldades nas entregas à nossa população, mesmo quando nossa vontade sempre foi tentar atender às suas respectivas necessidades."

Captura do Facebook/UEB Divisão Territorial de Comercialização de Combustíveis Matanzas

No entanto, essas declarações não conseguem acalmar a frustração dos cidadãos, que já enfrentam uma precariedade generalizada devido à escassez de outros produtos básicos.

A distribuição de GLP em Cuba tem enfrentado sérias dificuldades há vários meses, afetando milhões de lares que dependem desse combustível para a preparação de alimentos.

A escassez tem sido atribuída principalmente a problemas financeiros que dificultaram os pagamentos aos fornecedores internacionais, assim como a atrasos nas importações do produto.

Em dezembro de 2024, a chegada de um navio com 9.377 toneladas de GLP à refinaria "Hermanos Díaz" em Santiago de Cuba permitiu retomar temporariamente a distribuição em algumas regiões do país.

No entanto, as autoridades admitiram que essa quantidade não era suficiente para cobrir a alta demanda acumulada, deixando uma parte significativa da população sem acesso ao combustível.

A situação se agravou em janeiro de 2025, quando mais de 100.000 lares na província de Matanzas foram afetados pela escassez de GLP. A falta de cilindros e uma distribuição precária obrigaram muitas famílias a recorrer a métodos alternativos, como a lenha para cozinhar, o que representa um retrocesso nas condições de vida e apresenta riscos para a saúde e o meio ambiente.

Ante a persistente escassez, o governo cubano gerenciou a chegada de navios-tanques para retomar a distribuição de GLP. As autoridades prometeram uma solução progressiva para os afetados, começando com a descarga parcial dos navios em Santiago de Cuba e a distribuição do GLP no leste do país. No entanto, a limitada capacidade de distribuição diante da alta demanda existente gerou descontentamento e frustração entre a população, que enfrenta longas filas e tensões em sua vida diária.

Perguntas frequentes sobre a crise energética e a escassez de gás liquefeito em Cuba

Por que há escassez de gás liquefeito em Cuba?

A escassez de gás liquefeito em Cuba deve-se a problemas financeiros e logísticos que afetam as importações, agravados pelas sanções econômicas dos Estados Unidos. Isso resultou em uma distribuição limitada que não atende à alta demanda.

Como a escassez de gás liquefeito afeta os lares cubanos?

A escassez de gás liquefeito afeta gravemente os lares cubanos, pois é essencial para o preparo de alimentos. As famílias tiveram que recorrer a métodos alternativos, como fogões a lenha ou carvão, devido à falta de GLP e aos cortes de energia que impossibilitam o uso de panelas elétricas.

Quais medidas o governo cubano tomou em relação à escassez de gás liquefeito?

O governo cubano gerenciou a chegada de um buquetanque para retomar a distribuição de gás liquefeito. As autoridades prometeram uma solução gradual para os afetados, começando com a descarga parcial do navio em Santiago de Cuba e distribuindo o GLP na região leste do país.

O que os cidadãos pensam sobre a situação atual do gás liquefeito em Cuba?

Muitos cidadãos expressaram descontentamento e frustração pelas dificuldades diárias que consideram "insustentáveis". As longas filas e tensões têm marcado a vida cotidiana da população, que enfrenta ainda os desafios de um contexto econômico complicado.

Quais são as alternativas que os cubanos encontraram diante da falta de gás liquefeito?

Diante da falta de gás liquefeito, muitos cubanos têm recorrido a fogões a lenha ou carvão para poder cozinhar. A venda de fogareiros a carvão ressurgiu nas redes sociais como uma alternativa, embora o preço desses produtos tenha aumentado significativamente, refletindo a crise energética que o país atravessa.

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