Ferrer conversa com o chefe da Embaixada dos EUA em Cuba: “Teremos governos amigos e profundas relações”

“Ambos povos o desejam, o único obstáculo é a falta de democracia na Maior das Antilhas e as graves violações dos direitos humanos na Pátria de Martí”, expressou o líder opositor da UNPACU, José Daniel Ferrer.

Mike Hammer conversa com José Daniel FerrerFoto © X / @jdanielferrer

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O líder opositor cubano José Daniel Ferrer teve uma conversa "muito positiva e cordial" com o chefe da missão diplomática dos Estados Unidos em Cuba, Mike Hammer.

O recentemente libertado líder da União Patriótica de Cuba (UNPACU) compartilhou detalhes do encontro por meio de suas redes sociais, expressando seu otimismo sobre um futuro em que ambas as nações manterão "governos amigos e profundas e respeitosas relações políticas e econômicas".

"Acabei de ter uma conversa muito positiva e cordial com o Chefe da Missão da embaixada dos EUA em Cuba, Mike Hammer. Os povos de Cuba e dos EUA são povos irmãos e, em um futuro cada vez mais próximo, teremos governos amigos e profundas e respeitosas relações políticas e econômicas", expresó Ferrer em suas redes sociais.

O ativista enfatizou que o principal obstáculo para esse acercamento é a falta de democracia em Cuba e as constantes violações dos direitos humanos na ilha. Afirmou que os povos de ambos os países desejam relações mais estreitas, mas a repressão imposta pelo regime cubano continua sendo um entrave para o desenvolvimento de vínculos mais sólidos.

Ferrer tem sido uma das vozes mais críticas contra o governo cubano, denunciando em várias ocasiões a repressão que os ativistas enfrentam dentro da ilha. Após sua libertação, o opositor tem estado envolvido em diálogos com diversas figuras políticas e meios internacionais, buscando apoio para a causa da democratização de Cuba.

A conversa com Hammer ocorre em um contexto de crescente tensão entre Washington e Havana, onde os Estados Unidos condenaram em várias ocasiões as detenções arbitrárias e a falta de liberdades civis na nação caribenha.

No entanto, Ferrer expressou sua esperança de que, com o apoio da comunidade internacional e a vontade dos cubanos, se consiga uma mudança em direção a um país mais livre e democrático.

Hammer, chefe da Embaixada dos Estados Unidos em Cuba, celebrou a libertação de Ferrer após três anos e meio na prisão, uma solicitação que a legação diplomática repetiu insistentemente em seu caso e no de todos os presos políticos do regime cubano, difundindo as mensagens da campanha do Departamento de Estado "Por que presos?".

“Finalmente soltaram José Daniel Ferrer! Feliz por ele e sua família. Espero me reunir com ele em breve”, celebrou o diplomata no dia 16 de janeiro na rede social X.

Além disso, ele se mostrou bastante confiante de que nas próximas horas haverá mais solturas: “Estamos à espera de mais boas notícias a respeito dos demais prisioneiros políticos”.

No entanto, o regime cubano parece ter suspendido ou retardado o processo de liberdade de prisioneiros políticos, conforme alertou o Observatório Cubano de Direitos Humanos (OCDH) nesta terça-feira.

A organização expressou sua "máxima preocupação" ao constatar que, até a uma da tarde de terça-feira, não havia sido registrada a liberação de nenhum novo preso de consciência, apesar das expectativas geradas por essa medida, que o regime anunciou como um acordo entre o Vaticano e Havana, e não como uma negociação com os Estados Unidos.

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