O plano de Trump para pôr fim ao regime chavista na Venezuela

A equipe de Trump planeja revogar a licença da Chevron na Venezuela e propor o exílio de Maduro. Com o apoio de Marco Rubio, buscam designar o regime como organização terrorista e promover a transição política.

Donald Trump e Nicolás MaduroFoto © X / @realDonaldTrump - Captura de vídeo / El País

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A equipe do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, está delineando uma estratégia que visa pôr fim a mais de duas décadas de chavismo na Venezuela.

Uma das primeiras medidas em consideração é a revogação da licença que permite à petrolera americana Chevron operar no país sul-americano, o que poderia impactar significativamente a frágil estabilidade econômica do regime de Nicolás Maduro, segundo EFE.

Fontes próximas à equipe de transição de Trump indicaram que a estratégia inclui uma saída negociada para Maduro rumo ao exílio, possivelmente em Moscovo, semelhante à situação do líder sírio Bachar al Asad.

"Maduro acabará saindo em menos tempo do que acreditamos", assegurou uma fonte da equipe de política externa de Trump à Axios, de acordo com a fonte citada.

Uma prioridade para a administração Trump

O tema da Venezuela ganhou relevância dentro da equipe de política externa de Trump, liderada pelo senador Marco Rubio, que sugeriu que a presença de criminosos venezuelanos nos Estados Unidos representa uma ameaça à segurança nacional.

No Venezuela as organizações narcotraficantes se apoderaram do Estado”, disse Rubio durante sua recente audiência de confirmação no Senado, descrevendo o regime de Maduro como uma organização narcotraficante que assumiu o controle da Venezuela.

Em sua audiência de confirmação no Senado, Rubio manifestou sua intenção de revisar as licenças concedidas a empresas como a Chevron, que têm gerado milhões em receitas para o governo de Maduro sem que este cumpra compromissos democráticos.

Rubio, junto com figuras-chave como Christopher Landau, Michael Waltz e Mauricio Claver-Carone, tem realizado reuniões com Edmundo González Urrutia, reconhecido por Washington como o presidente eleito da Venezuela, e com a oposicionista María Corina Machado, para coordenar esforços e avaliar possíveis sanções adicionais.

Maduro, sob crescente pressão internacional

Enquanto Trump afina sua estratégia, Maduro enfrenta crescentes pressões internacionais.

A União Europeia intensificou suas sanções contra altos funcionários do chavismo, enquanto os Estados Unidos aumentaram as recompensas por informações que levem à captura de Maduro e Diosdado Cabello, a quem Washington considera líderes do chamado "Cartel de los Soles", uma organização de narcotráfico vinculada ao regime.

Trump também anunciou sua intenção de designar os cartéis de drogas como "organizações terroristas estrangeiras", o que poderia incluir o regime venezuelano e gerar ações mais contundentes contra ele.

Nesse sentido, não devemos esquecer que o propósito declarado da invasão americana ao Panamá era depor o governante de fato, o general Manuel Noriega, que era procurado pelas autoridades por crime organizado e tráfico de drogas.

Segundo fontes da administração que está assumindo, citadas pela CNN, a designação dos grupos narcotraficantes como "organizações terroristas estrangeiras" permitiria mobilizar recursos do Departamento de Segurança Nacional para bloquear as rotas de financiamento do chavismo.

Um plano de reconstrução para a Venezuela

Fontes próximas a González Urrutia revelaram que, no âmbito desses esforços, está sendo elaborado um plano integral de reconstrução para a Venezuela.

O plano buscaria atrair investimentos estrangeiros para reativar a economia do país, que tem enfrentado anos de crise econômica e social. A proposta incluiria incentivos fiscais para empresas americanas dispostas a operar no país sob um governo de transição.

Este plano contaria com o apoio de aliados regionais como Colômbia e Brasil, que expressaram sua preocupação com o impacto da crise venezuelana na estabilidade do continente.

Além disso, espera-se que a Organização dos Estados Americanos (OEA) desempenhe um papel fundamental na supervisão de um eventual processo de transição.

Reações do chavismo

Por sua vez, o governo de Maduro qualificou os planos de Trump como "uma nova ingerência imperialista" e reiterou sua disposição em resistir a qualquer tentativa de pressão internacional. Em um discurso recente, Maduro declarou estar "preparado para qualquer cenário", e mencionou que conta com o apoio de aliados como Cuba, Nicarágua e Irã.

Espera-se que nas próximas semanas sejam implementadas novas sanções e medidas diplomáticas para aumentar o isolamento de Maduro e facilitar uma transição política na Venezuela. A comunidade internacional, liderada pelos Estados Unidos, acompanha de perto esses desenvolvimentos com a esperança de pôr fim ao regime chavista de maneira pacífica e definitiva.

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