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Após a queda do regime de Bashar al Assad na Síria no último fim de semana, surgiram vídeos da temida prisão de Sednaya, onde prisioneiros políticos eram mantidos sob tortura e em condições desumanas.
Situada a 30 km de Damasco, Sednaya era conhecida como "a prisão vermelha" ou "o matadouro humano" devido ao número de execuções que ocorriam lá a cada semana.
O diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos, Rami Abderrahman, revelou à EFE que durante as operações de resgate foram encontrados "entre 40 e 50 cadáveres", a maioria "de execuções recentes".
A Defesa Civil síria, conhecida como os Cascos Brancos, mobilizou vários grupos em uma busca minuciosa para resgatar prisioneiros nas celas subterrâneas ocultas, espalhadas em um intrincado design ao longo de 1,4 km.
"Agora estamos no meio de Damasco. Juro por Deus que nossa execução, junto com a de outras 54 pessoas, estava prevista para hoje, há meia hora", contou à BBC um dos liberados.
Gerida pela Polícia Militar síria, em Sednaya eram detidos tanto civis quanto jihadistas e rebeldes contrários ao governo. Desde a sua construção em 1987, acredita-se que até 30.000 pessoas tenham morrido lá, seja executadas, seja em decorrência de torturas, falta de atendimento médico ou fome.
Relatórios de organizações de direitos humanos, como a Amnistia Internacional, indicam que milhares de pessoas foram assassinadas em massa, muitas vezes sem um julgamento prévio. As execuções eram realizadas na forca.
Os prisioneiros eram submetidos a torturas físicas e psicológicas constantes, incluindo agressões, choques elétricos e métodos de punição desumanos. Eles viviam em condições de extremo aperto, com acesso limitado a alimentos, água e atendimento médico.
A prisão funcionava sob um véu de segredo. Os detentos eram presos de forma arbitrária e suas famílias não recebiam informações sobre seu paradeiro.
Organizações como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch denunciarm as atrocidades cometidas em Sednaya, apontando-a como uma das piores prisões do mundo em termos de violações de direitos humanos. Os testemunhos de sobreviventes revelam um padrão de tortura sistemática, desaparecimentos forçados e execuções extrajudiciais.
Perguntas frequentes sobre a prisão de Sednaya e o regime de Bashar al-Assad.
O que é a prisão de Sednaya e por que é temida?
A prisão de Sednaya, situada a 30 km de Damasco, é conhecida como "a prisão vermelha" ou "o matadouro humano". Isso se deve ao elevado número de execuções e torturas que ocorriam semanalmente sob o regime de Bashar al-Assad, abrigando prisioneiros políticos, jihadistas e rebeldes em condições desumanas.
Quantas pessoas morreram em Sednaya durante o regime de Assad?
Estima-se que até 30.000 pessoas morreram na prisão de Sednaya. As mortes ocorreram devido a execuções, torturas, falta de assistência médica e fome desde a sua construção em 1987.
O que ocorreu após a queda do regime de Bashar al-Assad na Síria?
Após a queda do regime de Bashar al-Assad, forças rebeldes tomaram Damasco e foram reveladas as atrocidades cometidas na prisão de Sednaya. Assad fugiu para Moscou, onde recebeu asilo, e o destino da Síria ficou nas mãos de grupos rebeldes e interesses internacionais, marcando um novo capítulo de incerteza política.
Como a queda de Assad afetou seus aliados internacionais, como a Rússia e Cuba?
A queda de Assad foi um duro golpe para seus aliados, especialmente para a Rússia e Cuba. A Rússia, que mantinha bases militares na Síria, vê comprometida sua influência no Oriente Médio, enquanto Cuba perde um aliado crucial para sua política externa, o que pode intensificar seu isolamento internacional.
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