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Uma situação dolorosa viveram os familiares de um idoso que faleceu em Santiago de Cuba, ao ver que o caixão onde ele foi enterrado era feito de papelão.
Um vídeo compartilhado em Facebook pelo jornalista Yosmany Mayeta Labrada mostra o que acontece no Cemitério de Santa Ifigenia, onde as pessoas que sofrem com a dor de perder um familiar precisam passar por mais um momento difícil devido à irresponsabilidade e ao mau trabalho da empresa de Comunales.
A imagem mostra um homem dentro de uma caixa, cujo revestimento exterior de tecido estava tão mal costurado que, pelas bordas, se rasgou e expôs o papelão.
"As caixas de papelão, que coisa mais grande," ouviu-se dizer uma mulher.
Os trabalhadores desceram o caixão com medo de que ele se desmontasse completamente.
"Estão roubando todas as madeiras e até os pregos", acrescentou o familiar indignado.
Numerosos internautas comentaram no post, com indignação mas sem surpresa, acostumados à crise nos serviços funerários em todo o país.
Segundo afirmou a usuária identificada como Barbie Ariel, em Cienfuegos, os caixões são fabricados com caixas de refrigerador e de frango.
"Quando não há tecido cinza, usam o branco e todas as letras ficam transparentes", precisou.
Em julho do ano passado, uma cubana denunciou a falta de caixão e transporte para um familiar falecido na localidade de La Estrella, no município de Buey Arriba, Granma.
"Ajudem-me a compartilhar esta publicação. Meu tio morreu desde ontem. Já está em decomposição, exala um forte odor e não há caixão nem transporte para levá-lo a enterrar. Ajudem-me", escreveu Olenmis Mirando no Facebook, junto a uma foto em que se via um corpo coberto com um lençol e algumas flores em cima, no que parecia ser o portal de uma casa.
Quatro horas depois da denúncia, na seção de comentários da mesma publicação, a mulher atualizou que já havia "resolvido a situação", mas que uma queda de energia a havia impedido de avisar antes.
Perguntas frequentes sobre a crise dos serviços funerários em Cuba
Por que estão sendo usadas caixas de papelão para sepultamentos em Santiago de Cuba?
As caixas de papelão são utilizadas devido à crise nos serviços funerários em Cuba, que se manifesta na falta de recursos e materiais adequados para a fabricação de caixões. Esta situação é reflexo da má gestão e da corrupção nas instituições responsáveis.
Quais problemas o transporte funerário enfrenta em Cuba?
O transporte funerário em Cuba está gravemente afetado pela falta de veículos e combustível, o que obriga as famílias a buscar alternativas como carros dos Correios de Cuba, triciclos, e até mesmo caminhar quilômetros com o caixão. Essa precariedade se deve à deficiente infraestrutura e à falta de investimento no setor.
Como essas carências afetam as famílias cubanas durante os funerais?
As carências nos serviços funerários geram um profundo impacto emocional e econômico nas famílias cubanas, que são obrigadas a arcar com despesas e gestões que deveriam ser responsabilidade do Estado. Essa situação agrava a dor do luto e reflete o abandono institucional em momentos críticos.
Que outras situações têm evidenciado a crise funerária em Cuba?
A crise funerária se tem manifestado em múltiplas situações indignantes, como o uso de carros dos Correios de Cuba para transportar caixões, enterros em carroças puxadas por cavalos e longas esperas para serviços funerários. Essas cenas ilustram o colapso de um sistema incapaz de garantir dignidade na morte.
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